quarta-feira, 19 de março de 2008

Grimpa da araucária vira madeira

Eu nunca entendi porque o pessoal de Anitápolis não gosta das araucárias... Certa vez ouvi dizer que "o gado comia as grimpas e ficava doente" ou "morria"... Pode??

Plantei alguns pinheiros de pinhão mas muitos foram roubados por ocasião do natal, outros foram destruídos quando da extração dos pinus próximos... Que inconsciência! Não gostam do pinhão? Não acham bonita a paisagem das florestas de araucárias?

Grimpa da araucária vira madeira

Casal de Curitiba (PR) desenvolve um resistente compensado a partir [br]do ramo seco que cai naturalmente da árvore

Evandro Fadel - O Estado de S.Paulo


- Para resolver um problema caseiro, um casal de Quitandinha, região metropolitana de Curitiba (PR), inventou e garantiu a patente internacional de chapas de madeira feitas a partir da grimpa, o ramo seco da araucária (Araucaria angustifolia). As amostras feitas por Silvio Sepkca Moreira e Marli Bosquet resultaram numa madeira bem resistente. Agora, procuram investidores para a primeira fábrica, a ser instalada no sul do Paraná ou em Santa Catarina, onde estão as principais florestas de araucária.

A grimpa cai naturalmente do pé e não há necessidade de cortar a árvore. Moreira cita que, entre as vantagens do produto, está o menor gasto de energia para secar, triturar e transportar.

BAIXA UMIDADE

Enquanto o processo de transformação do pinus (Pinus elliotis) leva 30 dias, Moreira diz que a Produção de Madeira de Grimpa do Pinheiro (PMGP) está pronta em uma semana, pois a umidade é de só 11%. A economia de energia no processo é de 50%. Na compactação do material triturado usa-se também menos resina.

Segundo Moreira, são 2% a menos do que na confecção de aglomerados ou do MDF. ''A estrutura física do produto é mais densa do que a madeira de pinus, porque a genética da grimpa é a do nó do pinheiro.''

Submetido a um teste, um dos exemplares suportou peso de até 10 mil quilos. Os inventores ainda não definiram qual a linha de trabalho, mas estudam produtos que possam servir para decks de piscina, esquadrias, pisos e paredes.

Marli destaca os benefícios ambientais do produto. A grimpa que cai dos pinheiros é recolhida e queimada quando as pessoas querem limpar o terreno. Ela fazia o trabalho de recolhimento na chácara onde possuem 60 araucárias. ''É um trabalho desconfortável.'' Do contrário, é abandonada no meio do mato e leva cerca de quatro anos para se decompor. ''Com o PMGP podemos até desenvolver um projeto de crédito de carbono, tanto para quem recolhe a grimpa, como para quem planta araucária.''

Conforme Moreira, para fabricar 1 metro cúbico de PMGP serão usados 1.200 quilos de grimpa e, para produzir a mesma quantidade de madeira com pinus, seria necessário derrubar 3 mil quilos da floresta. ''Queremos incentivar as pessoas que têm pinheiro para que cuidem, e, aquelas que pretendem ter, que plantem porque terão renda'', diz Marli.P

INFORMAÇÕES: E-mail marli.bosquet@yahoo.com.br

(de http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup142682,0.htm)

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