segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Pinus, Pinus e mais Pinus...

Para que tanto Pinus? Para fabricar os painéis que são usados para montar os móveis do tipo "use e jogue fora".

Meu pais tinham móveis de madeira maciça. Eles duravam muuuitos anos. Infelizmente nas minhas mudanças não pude trazer comigo alguns daqueles bons móveis. Mas meu sogro tem uma escrivaninha que deve beirar os cem anos.

Já hoje em dia fabricam-se os móveis de "aglomerado: MDF ou coisas parecidas. No primeiro contato com a umidade (que em nosso país não é pequena...), pode jogar fora. Ou então quando o dono enjoar do "design"... É a nossa sociedade de consumo. Sociedade do descartável. E haja Pinus! Resultado? Aí está:

Ibama, em uma operação contra o desmatamento, emite R$ 4,1 milhões em multas em SC

Nos últimos anos, Estado foi o que mais devastou mata atlântica no País


Diogo Vargas | diogo.vargas@an.com.br

Em uma operação de quatro semanas contra o desmatamento nas regiões do Planalto Norte e Meio-oeste de Santa Catarina, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu 64 multas que alcançam R$ 4,1 milhões.

Empresários ligados ao plantio de pínus no lugar da mata atlântica são os principais responsáveis pelo corte da vegetação.

A Operação Guardiões da Mata Atlântica mobilizou 24 agentes e acabou na última semana. Um helicóptero auxiliou os fiscais que também contaram com imagens de satélite para análise das áreas. Foram embargados 750 hectares, 30 deles de áreas de preservação permanente perto de cursos de água e nascentes.

As regiões visitadas compreenderam as cidades de Mafra/Caçador e divisa com o Paraná/Santa Cecília/Rio do Sul. Foram detectados 148 novos pontos de desmatamento por satélite ou sobrevôos de helicóptero.

Nos últimos anos, Santa Catarina foi o Estado que mais devastou mata atlântica no País, com 45.530 hectares destruídos, segundo dados divulgados em maio deste ano pela organização não-governamental SOS Mata Atlântica.

A informação foi confirmada pela ação prática do Ibama. O analista ambiental Olício Leão Marques, chefe do escritório do Ibama em Chapecó, disse que a principal causa é o uso alternativo do solo com a implantação de florestas exóticas como eucaliptos e pínus.

— O Ibama não está autuando pelo plantio de pínus e sim pelo desmatamento, ainda que se considere uma atividade importante sob o ponto de vista social e econômico para a região. O que não se admite é a perda do pouco que resta de mata nativa no nosso Estado — alertou Olício.

O Ibama não forneceu a relação das empresas e empresários multados. Um político do Planalto Norte recebeu notificação para se apresentar na sede do órgão, em Florianópolis, na última sexta-feira, por suspeita de desmatamento. O Ibama só pretende divulgar a sua identidade se a multa for confirmada, o que ainda não aconteceu.

As multas estão de acordo com o novo decreto 6.514, de 22 de julho de 2008, que prevê penalidades mais pesadas e aumentou o prazo de prescrição dos crimes ambientais para até cinco anos.

O diretor de relações públicas da Associação Catarinense de Empresas Florestais, Antonio Fukuyoshi Tsnuoda, garantiu que o desmatamento da mata atlântica apontado pelo Ibama não atinge as grandes empresas da indústria madeireira do Estado.

Na sua avaliação, o problema está nas pequenas propriedades de áreas e iniciativas particulares. Segundo Antonio, as 32 empresas ligadas à entidade atuam na atividade florestal de acordo com licenciamentos e também mantêm relação coerente com ONGs ambientais.

— Essa operação foi relativamente boa. Imaginamos que os responsáveis pelo desmatamento sejam ligados a cortes de eucaliptos ou a grandes lavouras — comentou Antonio.

A NOTÍCIA | Florianópolis (http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Geral&newsID=a2181704.xml)

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