quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Faz tempo que não posto nada aqui... Pena! Mas tenho minhas razões: fico a maior parte do tempo no sítio, sem acesso à internet. Estou escrevendo meu livro, tirando fotos, cuidando da horta...
Mas quero compartilhar com os leitores uma das primeiras experiencias que fiz com "time-lapse"... São tomadas lá de onde fico parte de meu tempo: a Bela Vista, em Anitápolis, de onde se descortina a Serra Geral. Se quiserem se hospedar lá, estou abrindo um Albergue, o Mirante do Sol Poente. Vejam no AirBnB ou no Facebook
Digam-me o que acham do vídeo, comentem, por favor!


Ah! Não percam esta oportunidade de fazer trilhas (Campo dos Padres, Serra Geral, etc.) e de conhecer as imediações...

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Fwd: FW: Enc: Fwd: Desabafo....perfeita reflexão!!!o conforto de sua casa hj...

Fiz questão de deixar os quatro "Fwd" no título do e-mail que recebi...






DESABAFO
Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa:
- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis ao meio ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse:
- Não havia essa onda verde no meu tempo.
O empregado respondeu:
- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com  nosso meio ambiente.
- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes. Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões. Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas. Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como? Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usavamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade. Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte. Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só  uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima. Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?
(Agora que você já leu o desabafo, envie para os seus amigos que têm mais de 40 anos de idade que conhecem muito bem o significado de tudo isso e aos demais para que aprendar a dar realmente o valor necessário).

quarta-feira, 11 de abril de 2012

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Turismo! Vocação da Serra Catarinense!

Vejam Anitápolis e Santa Rosa de Lima e a Acolhida na Colônia destacados em vermelho, no texto abaixo!


02/02/2012 - 10:58 

Turismo sobre duas rodas

Cicloturismo se transforma em estilo de viajar no Brasil.
Brasília (DF) - O que seria uma bicicleta, se não ‘asas’ para quem explora o mundo? Que o digam os adeptos do cicloturismo, atividade que ganha força no Brasil, ancorada por seguidores de todos os perfis: ciclistas amadores e profissionais, fãs de natureza e apaixonados por desafios, simpatizantes de valores ecossutentáveis os mais diversos.
A modalidade é incentivada pelo Ministério do Turismo em 53 municípios brasileiros, que receberam R$ 20,2 milhões para a construção de ciclovias, entre 2001 e 2011. Segundo o Ministério das Cidades, há 2.500 km de ciclovias e ciclofaixas no País, mas um tapete curto para as 75 milhões de bicicletas que existem hoje no Brasil.
Além de servir como alternativa de transporte em regiões nas quais o trânsito desafia a qualidade de vida dos brasileiros, as ciclovias são usadas por pessoas que querem desfrutar da paisagem e interagir com ela. É o caso da praia de Capão da Canoa (RS), que em 2008 ampliou, com recursos do MTur, a via expressa exclusiva para a circulação de bicicletas. Segundo o secretário municipal de Turismo, Marcelo Vieira, a extensão de 1km de ciclofaixa na região central da cidade é um atestado de segurança para o lazer das cerca de 600 bicicletas que circulam pela orla diariamente, durante os finais de semana de verão.
De tirar o fôlego-Muitas ciclovias brasileiras estão ganhando fama pela nova vocação turística. Isso porque elas nasceram entrecortadas por paisagens urbanas, litorâneas e rurais de tirar o fôlego. Enquanto o Rio de Janeiro disputa com Bogotá (Colômbia) o título de cidade com maior número de ciclovias da América do Sul, Fortaleza e Recife abrem espaço para 'pedaladas culturais' e projetos especialmente desenvolvidos para fãs de viagens e passeios sobre duas rodas. Outros roteiros já sacramentados do país - como as praias catarinenses e o centro da capital do Paraná, Curitiba - também estão entre os destinos redescobertos pelos cicloturistas e suas 'magrelas’.
Meio de transporte divertido, saudável, ecológico e inteligente, a bicicleta é a estrela da Kuritbike, criada há dois anos em Curitiba e que faz trocadilho com o nome da empresa. Segundo o empresário Gustavo Carvalho, pioneiro em cicloturismo urbano no Brasil, “a ideia é aproveitar a atividade para produzir um outro olhar sobre a cidade, usando a bicicleta como uma ferramenta de descoberta”.
A malha cicloviária de Curitiba, com 120 km de extensão, favoreceu a operacionalização das mais de seis rotas criadas pela empresa. Pelo menos 70% do percurso dos roteiros são baseados no traçado das ciclovias. Cada uma das rotas interligam, em média, cinco tradicionais pontos turísticos da cidade, que incluem o Jardim Botânico, o Teatro Guaíra, o Museu Oscar Niemeyer, o Parque Barigui e a Ópera de Arame. O serviço é regular, individualizado e inclui aluguel da bike, acompanhamento de condutor e equipamentos de segurança. Os roteiros têm duração de 3 horas, com custo médio de R$ 50 para percorrer aproximadamente 15 km.
Além do serviço turístico, a empresa vem atraindo outro perfil de interessados: os que querem inserir a bicicleta no seu cotidiano de alguma maneira, aproveitando para fazer uma atividade física, fugir do estresse do trânsito e curtir a paisagem curitibana. “Vejo que esta é uma contribuição que podemos prestar à cidade”, orgulha-se Gustavo.
Outro projeto que deu certo está em Santa Catarina, lugar onde o turismo de sol e de praia nunca perde a majestade. No entanto, um caso especial chama a atenção de viajantes que descobriram no turismo rural uma forma de dar férias à metrópole e ‘recarregar as baterias’. Em Santa Rosa de Lima, Anitápolis e na região da Serra Geral catarinense, o roteiro de cicloturismo Acolhida na Colônia oferece experiências ligadas à agricultura familiar, banhos termais e de cachoeiras, visitas a marcenarias, sítios e hortas de cultivo orgânico.
Formado por atrativos naturais e o clima romântico e bucólico de pequenas comunidades do campo, “Acolhida na Colônia” foi um dos roteiros formatados e estruturados pelo Ministério do Turismo por meio do projeto Destinos-Referência. O circuito completo tem entre 300km e 400km, mas também pode ser feito por iniciantes, que têm a opção de escolher trechos do roteiro que conectam as propriedades rurais e atrativos naturais de cada município.
Com apoio do MTur, filhos de empreendedores do circuito turístico local realizaram curso com duração de 200 horas/aula, com ênfase em Empreendedorismo no Cicloturismo. Segundo Eduardo Green, sócio da empresa Caminhos do Sertão, responsável pela execução do curso, “os alunos saíram aptos não só a conduzir os turistas, mas a atender com prontidão a qualquer tipo de demanda gerada no receptivo ao cicloturista, como a própria manutenção das bicicletas”.
Depois de formado no curso, Luís Henrique Vanderlinde, 19 anos, terá sua primeira experiência como condutor de um cicloviajante. Ele vai acompanhar uma turista paulistana, que visitará a região da Acolhida na Colônia na segunda semana de fevereiro. Luís, que também é agricultor, encontrou no turismo uma oportunidade de fazer bons negócios numa região onde o turismo rural cresce rapidamente: “Depois que eu me formar, tenho pretensão de montar uma agência de turismo para toda a família”. Segundo o estudante de Agronomia, o serviço de condução sai por R$ 80 e representa “mais uma fonte de renda”.
Manual de orientação-Diretrizes que auxiliam o poder público, empresários e gestores do setor na formatação de roteiros de cicloturismo estão reunidas no Manual de Incentivo e Orientação para Municípios Brasileiros: Circuitos de Cicloturismo, desenvolvido pela Associação dos Ciclousuários de Florianópolis (ViaCiclo) e apresentado pelo governo de Santa Catarina durante o 6º Salão do Turismo - Roteiros do Brasil, realizado pelo Ministério do Turismo em São Paulo, em julho do ano passado. A publicação sugere os primeiros passos para a viabilidade técnica, econômica e publicitária de um projeto de cicloturismo.
Na Alemanha, os cicloturistas são mais de 21 milhões, universo que movimenta nada menos que cinco bilhões de euros ao ano. No Brasil, o segmento começa a se organizar, estimulando as economias locais e despertando pequenas regiões turísticas para a força da modalidade. O gasto médio do viajante é estimado em R$ 50 ao dia. [www.turismo.gov.br].

domingo, 8 de janeiro de 2012

Você recebeu um vídeo de csgmail: "She's Alive... Beautiful... Finite... Hurting... Worth Dying for."

YouTube central de ajuda | opções de e-mail | denunciar spam
csgmail compartilhou um vídeo com você no YouTube:
This is a non-commercial attempt to highlight the fact that world leaders, irresponsible corporates and mindless 'consumers' are combining to destroy life on earth. It is dedicated to all who died fighting for the planet and those whose lives are on the line today. The cut was put together by Vivek Chauhan, a young film maker, together with naturalists working with the Sanctuary Asia network (www.sanctuaryasia.com).


Content credit: The principal source for the footage was Yann Arthus-Bertrand's incredible film HOME http://www.homethemovie.org/. The music was by Armand Amar. Thank you too Greenpeace and http://timescapes.org/
© 2012 YouTube, LLC
901 Cherry Ave, San Bruno, CA 94066

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Por um corredor ecológico ligando Parques de SC!

Na região centro-leste de Santa catarina há, na Grande-Florianópolis, o Parque estadual da Serra do Tabuleiro, e na região da Serra Geral, o Parque Nacional de São Joaquim. Estes dois Parques estão separados pela região onde se situam as cidades de São Bonifácio, Santa Rosa de Lima e Anitápolis.


Entre estes dois parques deveria ser incentivada a criação de RPPNs que constituíssem um Corredor Ecológico que facilitasse a sobrevivência dos grandes mamíferos que vivem nesta região. Como ocorre no artigo a seguir transcrito:


Corredor ecológico: Caminho seguro para as onças e outros animais

Publicado em dezembro 1, 2011 por 
O Projeto Corredor das Onças, uma iniciativa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), desenvolvido conjuntamente pelo Instituto de Biologia (IB) e pelo Instituto de Economia da Unicamp, pretende implantar na Região Metropolitana de Campinas (RMC) corredores ecológicos, cujo principal objetivo é proteger as onças, bem como outras espécies que ocorrem regionalmente. A ideia, conforme a professora Eleonore Setz, uma das pesquisadoras envolvidas na iniciativa, é promover a ligação entre duas importantes unidades de conservação federais, a Mata de Santa Genebra e o Matão de Cosmópolis, classificada como Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), por meio da recomposição das Áreas de Preservação Permanentes (APPs), reservas legais e fragmentos florestais remanescentes. “Com isso, garantiríamos o trânsito discreto e seguro dessa fauna, sem que ela tenha que passar por áreas urbanizadas e deparar com pessoas ou tráfego de veículos”, afirma a docente do IB.
Segundo a professora Eleonore, o trabalho vem sendo desenvolvido de forma multidisciplinar. Além dela e de Márcia Rodrigues, chefe da ARIE Matão de Cosmópolis e pós-doutoranda do IE, participam a pesquisadora Jeanette Miachir, do Jardim Botânico de Paulínia, o professor Lindon Matias Fonseca, do Instituto de Geociências (IG), e o professor Ademar Romero, do IE, coordenador do projeto. Submetido a um edital do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) para pagamento por serviços ambientais, o projeto foi aprovado no primeiro semestre deste ano. “A partir do levantamento de mamíferos e de vegetação nos fragmentos florestais remanescentes e o consequente mapeamento, teremos os dados no marco zero do projeto, antes da reconexão, de modo a poder avaliar no futuro e eficácia do corredor. Em paralelo, será realizado o levantamento das propriedades e seus usos atuais, para que possa ser calculado o custo de oportunidade a ser pago aos proprietários rurais que cederem parte de suas terras para a implantação do corredor. Essa é uma medida importante, pois promoveria um maior envolvimento da sociedade na iniciativa”, acredita a docente do IB. Também será realizado um cadastro das possíveis fontes de financiamento, por exemplo, empresas com interesse em selos de biodiversidade.
Em 2002 uma aluna de doutorado da professora Eleonore registrou, por meio de uma armadilha fotográfica, a presença de uma onça-parda na Mata Ribeirão Cachoeira, localizada no distrito de Sousas, em Campinas. Depois deste, outros registros foram feitos. “Em seguida, outros orientandos meus começaram a estudar os fragmentos florestais da Área de Proteção Ambiental [APA] de Sousas e Joaquim Egídio com o intuito de investigar a presença da onça-parda e de outros felinos e identificar seus padrões de circulação. A chegada da Marcia Rodrigues, seu levantamento de felídeos na região e seu empenho na ligação das duas UCs federais concretizaram o projeto de circulação dos felinos, além de ampliar a área e trazer novos temas e especialistas que possam contribuir para a viabilização dos corredores”, detalha a docente.
E qual é a importância de se constituir um espaço para a circulação das onças? A professora Eleonore explica que esse animal é fundamental para o controle da fauna e manutenção da biodiversidade na região. Por ser o mais poderoso no ecossistema considerado, ele preda animais que, caso se multiplicassem em excesso, poderiam trazer problemas de saúde para a população da região. Entre essas presas do felino estão capivaras e tatus, hospedeiros do carrapato causador da febre maculosa e do protozoário provocador da leishmaniose, respectivamente. “Além disso, outros animais importantes, alguns ameaçados de extinção, vivem sob a ‘inspeção’ da onça parda. Entre eles podemos citar o gato maracajá, o gato-do-mato pequeno e o jaguarundi. Desse modo, protegendo a onça-parda nós estaremos ‘abrindo um guarda-chuva’ para proteger também esses outros bichos”, acrescenta.
Se fosse traçada uma linha reta entre a Mata de Santa Genebra e o Matão de Cosmópolis, esta teria 22 quilômetros de extensão. A professora Eleonore lembra, no entanto, que o corredor não será linear. Ademais, diz a professora da Unicamp, o trecho não deverá ser criado de uma só vez. A ideia é implantá-lo em etapas. A primeira fase consistiria na ligação do Matão de Cosmópolis com a Mata da Meia Lua, situada em Paulínia. Esse segmento tem cerca de 10 quilômetros de extensão. “Depois, faríamos a ligação com a Santa Genebra e, na medida do possível, com outras áreas verdes da RMC igualmente importantes”, diz a professora Eleonore. De acordo com ela, esses pontos passíveis de integrar o Corredor das Onças detêm, além de uma fauna diversificada, uma importante flora, além de inúmeros cursos d’água, entre eles os rios Atibaia e Jaguari. “Trata-se de um ecossistema fundamental para a região e seu abastecimento de água”, sentencia.
Márcia Rodrigues, do ICMBio, destaca que o estabelecimento do corredor por intermédio da recomposição das APPs, reservas legais e fragmentos florestais remanescentes não é tão complexo assim. “Na realidade, isso pode ser feito apenas com o cumprimento do que determina o atual Código Florestal. O que nós estamos fazendo, na realidade, é exigir que a legislação seja obedecida”, sustenta. Na relação do que deve ser realizado está, por exemplo, a recuperação das matas às margens de rios e córregos. Conforme a especialista, o avanço da urbanização e do desmatamento não somente está interferindo no habitat de animais, como também tem aproximado a comunidade deles.
Não por outra razão, estão ocorrendo cada vez mais episódios de bichos atropelados por automóveis e caminhões. Nos últimos seis meses, aponta ela, quatro onças-pardas foram colhidas por veículos, uma foi morta provavelmente por caçadores e a ossada de outra foi encontrada. Como se não bastasse, também estão aumentando os relatos de pessoas que vivem na zona urbana que dizem ter avistado esse tipo de felino. Em um dos casos mais recentes, dois filhotões de onça-parda foram vistos circulando, por volta das 8 horas da manhã (horário de verão), no playground de um condomínio de alto padrão localizado às margens da Rodovia D. Pedro I. O “passeio” dos felinos foi registrado pelas câmeras de segurança do empreendimento.
O episódio, conforme Márcia Rodrigues, assustou os moradores. “É natural que eles tenham ficado sobressaltados. Entretanto, precisamos lembrar que nós é que estamos invadindo o espaço desses animais. Também é bom esclarecer que não estão surgindo cada vez mais onças como algumas pessoas imaginam. Nós não temos uma superpopulação desses felinos. O que ocorre é que eles circulam muito e podem ser vistos em diferentes pontos. Outro aspecto importante de ser ressaltado é que em cerca de 300 anos de convívio dos seres humanos com essa espécie, não há um registro sequer de ataque por parte dos animais na nossa região. Claro que as pessoas precisam ter cuidado, mas não podemos criar um clima de temor entre elas”, considera.
O projeto do Corredor das Onças ganhou força com o apoio do Ministério Público Federal (MPF), que abriu um inquérito civil em abril deste ano. O procurador Paulo Gomes convidou empresas da região para participarem do esforço de forma espontânea. A proposta é fazer com que elas se interessem, adotem ou ajudem a financiar medidas para a recomposição das matas ciliares e dos fragmentos remanescentes. “A ideia é que, depois disso, caso fique constatado que o corredor esteja de fato beneficiando as onças e outros animais, estas empresas tenham direito de receber uma espécie de selo verde, que demonstraria o empenho delas na preservação da onça”, acrescenta a professora Eleonore.
De acordo com a docente do IB, o projeto também necessita da adoção de uma ação educativa junto a segmentos da população, para esclarecer as pessoas sobre a importância desse tipo de iniciativa. A professora Eleonore diz que ainda não há prazos definidos para a conclusão do projeto e nem tampouco para a efetivação do Corredor das Onças. “Neste inicio de projeto estamos avaliando a qualidade dos fragmentos, tanto da fauna de mamíferos como da vegetação, para assim priorizarmos sua conexão. Quanto à recomposição das matas, isso demanda tempo. Depende de vários fatores, entre eles que espécies vegetais serão utilizadas, dado que umas crescem mais rapidamente do que outras”, esclarece.
A onça-parda
A onça-parda é um animal que ocorre desde o norte do Canadá até o sul do Chile. Em países em que não convive com a onça-pintada, pode atingir até 120 quilos. No Brasil, como as espécies se sobrepõem, a onça-parda tem, em média, 60 quilos. Trata-se de um felino ágil e forte, e muito discreto. Sua dieta é composta basicamente por mamíferos. Entre suas presas estão capivara (normalmente filhotes ou animais velhos), tatu, lebre e gambá, este com menos frequência. Sua pelagem varia do castanho-avermelhado ao cinza-azulado, sendo esbranquiçada no focinho, garganta, peito, ventre e na parte interior das patas. O tempo de gestação é de aproximadamente 95 dias, ao fim do qual nascem de dois a quatro filhotes. Estes apresentam pelagem pintada, que desaparece em torno dos seis meses. Os filhotes acompanham a mãe por mais de um ano, aprendendo assim a caçar.
Matéria de Manuel Alves Filho, no Jornal da Unicamp Nº 515, publicada pelo EcoDebate, 01/12/2011
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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Produtos coloniais conquistam consumidores

Vejam comentário que deixei ficar de propósito ao final desta reportagem...


Queijos artesanais podem se extinguir, segundo produtores


LUIZA FECAROTTA
ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA
Os queijos artesanais brasileiros, preparados com leite cru, estão em risco de extinção.
Essa é a opinião de produtores, acadêmicos e associações sem fins lucrativos, que estiveram reunidos na última semana em Fortaleza, no primeiro Simpósio de Queijos Artesanais do Brasil.
Maria do Carmo/Folhapress
Pães de queijo preparados com o laticínio da serra da Canastra, vendidos no Lá da Venda
Pães de queijo preparados com o laticínio da serra da Canastra, vendidos no Lá da Venda
Um objetivo comum os uniu ali, por três dias de palestras, debates e discussões: preservar os processos seculares de produção desses queijos, que carregam, em si, valores culturais e históricos.
"É mais que um alimento, é uma expressão profunda da nossa forma de vida", disse Kátia Karan, do movimento Slow Food (a favor da pequena produção camponesa).
Não importa se o queijo é feito no Rio Grande do Sul, nas serras de Minas Gerais ou no agreste pernambucano.
Todos são de "terroir", ou seja, estão relacionados ao clima, à pastagem e ao tipo de bactérias de cada região.
São feitos em pequena escala com leite cru (não pasteurizado), em propriedades familiares, de receitas tradicionais -o saber fazer passa de geração para geração.
Entraves impostos pela legislação federal -que impede que esses produtos de leite cru circulem no país sem que haja cumprimento de uma série de exigências- são os principais elementos destacados por produtores e entusiastas para justificar a lenta perda dessa tradição.
Em comum, argumentam que a legislação federal é "antiga", de 1952, inspirada no "higienismo norte-americano", e impõe "padrões inatingíveis em nome da saúde".
"A legislação parte do princípio de que o leite precisa ser pasteurizado e despreza essa cultura de queijos produzidos há centenas de anos por causa de um conceito estreito de saúde", disse Helvécio Ratton, diretor do documentário "O Mineiro e o Queijo".
"Temos muitos aniversariantes da família com 100 anos. Minha avó morreu neste ano aos 101 anos e 206 dias", diz Francisco Nogueira Neto, de uma família que produz queijo de coalho há 140 anos no Ceará.
INDÚSTRIA
Para Luciano Machado, produtor da serra da Canastra, em Minas Gerais, o principal problema é "colocar as mesmas normas da indústria ao pequeno produtor".
"O que não pode acontecer é uma imposição dos valores do mundo industrial para omundo artesanal", disse Clóvis Dorigon, pesquisador da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina).
Surge, então, o mercado informal desses queijos, nas próprias cidades e entre Estados. "São produtos que não se enquadram na forma da lei e isso não quer dizer que eles tenham problemas. Ilegal é narcotráfico", diz Dorigon.
Como viabilizar a saída do mercado informal sem excluir agricultores e sem descaracterizar os produtos é o grande problema que envolve esse tema, para a maioria dos participantes do simpósio.
Para o Ministério da Agricultura, o Estado "nunca esteve contra os pequenos produtores". "A gente não quer proibir, mas a questão é que precisamos regulamentar esse setor", diz Clério Alves da Silva, chefe do serviço de inspeção de produtos de origem animal em Minas.
Diante das exigências da lei, pela primeira vez surge uma articulação de produtores para pressionar o governo na criação de legislação que os contemple para que possam preservar os queijos artesanais brasileiros.
(de http://www1.folha.uol.com.br/comida/1013822-queijos-artesanais-podem-se-extinguir-segundo-produtores.shtml)

  1. TARCISIO AP PAUKA (865)
    (08h32) há 2 horas
    Não me importo. O "Seu Nico", caminhoneiro, vai continuar a trazer para mim o bom salame e o bom queijo de colônia em suas passagens por Santa Catarina.