quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Até a energia eólica causa problemas na geração...

E pensam em instalar um parque eólico em Bom Jardim da Serra!
Vejam, o que descobriram que acontece com os morcegos (animais importantíssimos para a polinização de muitas plantas):

27/08/2008 - 09h52

Turbinas eólicas causam hemorragia em morcegos, diz estudo

RICHARD BLACK
da BBC News

Os morcegos estão ameaçados por turbinas eólicas porque a rotação de suas lâminas produz uma alteração na pressão do ar que pode matar os animais, de acordo com pesquisadores canadenses.

Os cientistas analisaram os corpos de morcegos encontrados mortos em uma área de postes para a produção de energia eólica, e concluíram que a maioria deles tinha ferimentos internos --com hemorragias-- relacionados à mudança repentina na pressão do ar.

Os morcegos possuem mecanismos internos para evitar choques com as lâminas mas não conseguem detectar mudanças de pressão repentinas em torno da turbina.

Segundo os cientistas, os postes com as turbinas são mais problemáticos para morcegos do que para aves.

"Uma queda na pressão atmosférica junto às lâminas das turbinas eólicas é um perigo indetectável --e potencialmente imprevisível-- para morcegos, embora explique apenas parcialmente o grande número de mortes entre morcegos nestas estruturas específicas", disse Erin Baerwald, que liderou a equipe de pesquisa na Universidade de Calgary.

Rotas de migração

A morte de morcegos em usinas de produção de energia eólica tem sido amplamente documentada na Europa e América do Norte.

Há dois anos, as nações da União Européia concordaram formalmente em conscientizar os responsáveis por estas usinas sobre os riscos, e encontrar formas de monitorar as rotas de migração de morcegos.

Em meados deste ano, um projeto para a construção de uma usina de geração de energia eólica perto de Bideford, no Reino Unido, foi rejeitado por causa do potencial impacto sobre estes mamíferos.

Mas, apesar disso, não se entendia bem como as turbinas afetam os animais.

A equipe de Calgary recolheu carcaças de duas espécies de morcegos mortos em uma usina de produção de energia eólica no sudoeste de Alberta.

Exames demonstraram que menos da metade tinha ferimentos externos, que podiam ter sido causados por colisão com as lâminas.

Mas cerca de 90% tinham hemorragia interna, principalmente no tórax --um problema que causa pressão sobre os pulmões e pode ser fatal.

A teoria é de que a pressão em volta de uma turbina eólica em movimento é menor do que a pressão exercida no ar mais distante. Um morcego que voa em uma zona de baixa pressão tem seus pulmões em expansão repentina, o que arrebenta os vasos capilares do tecido em volta dos órgãos, dando início à hemorragia.

Aves, que têm pulmões mais rígidos e robustos, não passam pelo mesmo trauma em caso de uma queda repentina de pressão.

"Os morcegos são muito mais suscetíveis a barotrauma do que aves, e como mortes entre morcegos em turbinas eólicas são muito mais numerosas do que mortes na maioria dos outros lugares, concluímos que as fatalidades na proximidade dessas turbinas são agora um problema para morcegos, e não para aves", disse Baerwald.

Alguns grupos de pesquisa estão estudando formas de manter os morcegos longe de usinas de geração de energia eólica, e um grupo da Universidade de Aberdeen, na Escócia, sugeriu recentemente que emissões de radares podem agir como "espantalhos" para estes mamíferos.

O estudo canadense foi noticiado na revista "Current Biology".

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u438357.shtml)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O govêrno de Santa Catarina e o meio ambiente

Este governo estadual está me parecendo cada vez pior!

Vejam o que foi publicado hoje no Diário Catarinense:

Código ambiental é falso, por Laudelino José Sardá *

O projeto do Código Ambiental de Santa Catarina, que o governo enviou à Assembléia Legislativa, não é o mesmo elaborado sob a coordenação da Fatma e que mereceu o aval de entidades representativas da sociedade. Um outro projeto - por isso, falso - surgiu na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, e foi entregue ao governador Luiz Henrique da Silveira, que o encaminhou à aprovação do Legislativo. Afinal, onde foi parar o projeto de consenso? Por que os deputados Onofre Agostini e Antônio Ceron, secretário da Agricultura, apresentaram e avalizaram esse falso projeto, que afronta a legislação federal, reduzindo as APPs (Áreas de Preservação Permanente), tornando-se por isso inconstitucional? Se os deputados aprovarem essa falsa proposta, será possível regularizar propriedades que agridem a natureza e com certeza muito pouco sobrará do que resta da Mata Atlântica.

O governador Luiz Henrique determinou há cerca de dois anos que a Fatma abrisse discussão em torno do código ambiental. O ritual foi cumprido, e muitas entidades representativas participaram. Será que o governador está sabendo da manobra política que cerceia o direito da sociedade catarinense de indicar normas capazes de salvar o seu patrimônio natural? Qual o direito da Secretaria de arrogar-se a se sobrepor-se a uma decisão d a sociedade? O governo tem assumido, nos últimos anos, uma postura em defesa do meio ambiente, e para manter-se coerente precisa retirar o falso projeto da Assembléia e saber onde foi escondido o projeto da Fatma, sob pena de provocar uma avalanche de ações populares, e a necessária intervenção do Ministério Público.

* Jornalista e professor

(de http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2141057.xml&template=3898.dwt&edition=10560&section=131)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Eucaliptus X Pinus

Há indícios de que o Eucalipto tem mais vantagens além de não liberar picnina no solo: Li no blog da Paula Sperb (em http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&template=3948.dwt&section=Blogs&post=96906&blog=126&coldir=1&topo=3994.dwt)
que os bosques de eucaliptos podem auxiliar na preservação de onças, lobos jaguatiricas, etc.

Veja este excerto:

"Segundo uma pesquisa do Instituto de Biociências da Universida de São Paulo (USP), plantações de eucaliptos no interior de SP podem servir de passagem entre áreas de preservação e ajudar na sobrevivência de espécies como lobo-guará, onça-parda, irara e jaguatirica."

Quem sabe nossos "reflorestadores" param de plantar pinus na nossa região e passam a plantar eucaliptos, já que pedir para para de plantar essências exóticas e passar a plantar nativas (Cambotá, Grandiúva, etc) parace ser pedir demais pra bola deles...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Água virtual - um conceito interessante... E importante!

Vejam só! Eu nunca tinha pensado nisso!

Brasil é líder em 'importação de água', diz relatório

País mais importa que exporta commodities que consomem água para serem produzidas.

De Estocolmo para a BBC Brasil - Um relatório da organização ambiental WWF aponta o Brasil como líder de um ranking de países importadores de água virtual agrícola - a água usada em plantações para a produção de alimentos, bebidas e roupas.

O relatório foi apresentado nesta quarta-feira na Semana Internacional da Água, que reúne cerca de 2,5 mil representantes de 140 países na capital da Suécia, Estocolmo.

O autor do estudo e especialista do WWF no mapeamento mundial da água, Stuart Orr, diz que o Brasil lidera o ranking por que importa mais commodities que consomem água para serem produzidas (como cereais e itens de vestuário) do que exporta.

Segundo o relatório, o Brasil exporta 91 bilhões de m3 de água agrícola virtual por ano e importa 199 bilhões de m3 - o que representa uma importação líquida de 107 bilhões de m3 a cada ano.

Em segundo lugar no ranking do WWF está o México (com importação líquida de 84 bilhões de m3 por ano), seguido de Japão (83 bilhões de m3), China (78 bilhões de m3), Itália (50 bilhões de m3) e Grã-Bretanha (40 bilhões de m3).

Impacto

"Quando um país importa produtos de outros países, é importante ter consciência do impacto gerado sobre os recursos de água nas regiões em que estes produtos foram produzidos", disse Orr à BBC Brasil.

"Por exemplo, uma camisa produzida com algodão cultivado no Paquistão ou no Uzbequistão requer 2,7 mil litros de água numa região que já apresenta sinais de escassez", afirmou.

O especialista do WWF ressaltou a importância de que o Brasil, assim como os demais países, levem em consideração o impacto gerado por suas importações nos recursos de água das nações que exportam os produtos.

"No caso do Brasil, é importante que o governo, as empresas e os consumidores tenham maior consciência deste impacto. É preciso saber onde e em que condições estes produtos são produzidos", disse Orr.

"Se um produto é produzido em uma região ameaçada, há duas alternativas: ou discutir formas de melhorar o gerenciamento local da água, ou mudar de fornecedor. O que não podemos fazer é exportar nossos problemas para outros países e consumir água de regiões ameaçadas", afirmou.

Grã-Bretanha

O relatório de Orr se concentrou na Grã-Bretanha, que é hoje o sexto maior importador de água virtual.

Segundo Orr, cada pessoa na Grã-Bretanha consome nas tarefas diárias uma média de 150 l de água por dia. Este total, porém, chega a 4.645 l de água per capita por dia quando se leva em conta a água "virtual" consumida na produção de alimentos, roupas e outros produtos.

Apenas 38% do total de água consumida na Grã-Bretanha vem de seus próprios rios, lagos e reservas, conforme o WWF.

O restante vem de recursos de vários países, utilizados para irrigar e processar alimentos e fibras que as pessoas consomem na Grã-Bretanha.

"O que nos preocupa particularmente é que enormes quantidades destes produtos são cultivadas em regiões mais secas do mundo, onde os recursos da água ou já estão ameaçados ou muito provavelmente estarão sob ameaça no futuro próximo", diz o relatório.

Para produzir apenas um tomate no Marrocos, segundo o estudo, são necessários 13 l de água. Levados em conta todos os ingredientes, uma xícara de café representa 140 l de água.

"Novo petróleo"

Os especialistas reunidos em Estocolmo falam da água como "o novo petróleo" - um recurso limitado, que já está se esgotando em diversas áreas e que se tornará cada vez mais caro, promovendo um impacto crítico nos preços ao consumidor.

A conferência, organizada pelo Instituto Internacional da Água de Estocolmo (SIWI), tem como tema central este ano o saneamento - "Progresso e perspectivas sobre a água: por um mundo limpo e saudável, com especial atenção ao saneamento".

Segundo os organizadores da conferência, mais de 2,5 bilhões de pessoas ainda sofrem com a falta de acesso a condições básicas de saneamento em todo o mundo.

A cada ano, 1,4 milhão de crianças morrem de doenças relacionadas à falta de saneamento básico.

A ameaça imposta pelas más condições sanitárias é, segundo os organizadores, um dos maiores problemas ambientais da atualidade. BBC Brasil


(de http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid227670,0.htm)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Anitápolis e a exploração de fosfato por 30 anos

Matéria que saiu no Diário Catarinense:

27 de julho de 2008 | N° 8143

Ambiente

Incertezas geram temores

A audiência pública é um dos requisitos legais de um processo de licenciamento ambiental, como o de andamento para instalação da fosfateira. O objetivo é tornar o projeto público, esclarecer dúvidas e coletar sugestões.

Já realizadas em Anitápolis e Lages (onde o superfostafo será armazenado), as audiências, conforme participantes, foram insuficientes para esclarecer os impactos reais do empreendimento no município da Grande Florianópolis.

- Principalmente em relação à água, ficamos sem explicação clara. O rio será desviado? Como serão feitas as barragens? Existe risco e qual seria ele? Será que todas as partículas vão ficar nos filtros? Nada disso ficou bem esclarecido para a população e o rio passa no meio da comunidade - comenta a moradora Ana Maria Batista, professora de Biologia e Ciências da Escola de Educação Básica Altino Flores.

No entanto, conforme o diretor de Licenciamento Ambiental da Fatma, Luiz Antonio Garcia Correa, a audiência pública realizada em Anitápolis cumpriu seu papel.

- Pelo que me recordo da audiênca não houve manifestação pró e contra. Foi uma audiência que chamou a atenção por um nível muito bom. As pessoas têm o direito de saber o que vai acontecer e eles foram com esse espírito, e não de fazer confusão - sustenta Luiz Antonio Correa.

A comunidade a que a professora Ana Maria se refere é a São Paulo dos Pinhais, localizada a sete quilômetros de onde está a mina e próxima a uma das barragens de rejeitos. Ali moram cerca de 30 famílias, talvez as afetadas mais diretamente pelo empreendimento.

- Acredito que deveriam ser feitas reuniões mais localizadas, nas comunidades, de preferência com pessoas que falassem a língua da comunidade. Na audiência, algumas pessoas que vieram de fora, ambientalistas, foram enxotadas - lembra Ana Maria, lembrando a linguagem técnica e distante da maior parte da população utilizada na audiência.

- Ficamos com várias perguntas não respondidas na audiência. Gostaríamos que trouxessem alguém que nos explicasse. Essa barragem de rejeito, que ficará aqui em cima de casa, ela pode romper? E nesse caso, o que aconteceria? - questiona Raquel Back, 35 anos, moradora de São Paulo dos Pinheiros, comunidade vizinha ao empreendimento.

Entidades demonstram preocupações com o futuro

Integrantes da Associação Acolhida na Colônia, que prepara proprietários rurais ecológicos para receberem turistas em suas propriedades, e da Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral também demonstram preocupação.

- Todos na região seriam atingidos. Achamos que faltaram esclarecimentos na audiência. Muita gente aqui vive da agricultura orgânica e teme ser afetado - teme Daniele Lima Gelbecke, agrônoma e técnica da Acolhida na Colônia. n

Mais
O que afirma o empreendedor do Projeto Anitápolis sobre os dejetos
> A usina de concentração de rocha fosfática separa o fosfato de outros minerais, os chamados rejeitos, que são descartados. Esses rejeitos serão armazenados no próprio complexo industrial, com segurança, conforme o empreendedor. Será construída uma barragem denominada Barragem de Rejeitos, para essa finalidade.
> A água que fluir da barragem de rejeitos deverá atender aos padrões de qualidade estabelecidos pela legislação, de modo a não interferir na qualidade das águas dos cursos dágua receptores, no caso o próprio Rio dos Pinheiros e o Rio Braço do Norte.
> Os efluentes líquidos gerados nas unidades industriais serão contidos, tratados e reutilizados. Já as emissões atmosféricas serão captadas e tratadas através de lavadores de gases, e os resíduos retidos no tratamento retornarão como insumos ao processo produtivo, ou vendidos a terceiros.
Fonte: Projeto Anitápolis



segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Porque manter a floresta presevada?

Porque mais vale preservar do que recuperar.

Mais uma notícia:

Matas da Austrália absorve o triplo do CO2 imaginado

Estudo reforça combate ao desmatamento como saída para combater o aquecimento global

- Um estudo mostrou que as florestas nativas da Austrália estão armazenando três vezes mais carbono do que o imaginado - um indício de que o combate ao desmatamento tem um papel importante na questão da mudança climática.

O estudo é resultado de uma década de pesquisas e pioneiro em quantificar a absorção de gases estufa pela mata nativa australiana.

Os cientistas calcularam que as áreas não derrubadas armazenam em média 640 toneladas de carbono por hectare - três vezes mais do que o esperado.

"Estudamos metade das florestas remanescentes na Austrália e nossa estimativa é de que elas podem armazenar por volta de 33 bilhões de toneladas de dióxido de carbono", disse o professor de ciência ambiental da Universidade Nacional da Austrália, Brendan Mackey.

"Se todas essas florestas fossem derrubadas e todo o carbono na biomassa do solo fosse lançado na atmosfera, seria o equivalente a lançar por cem anos cerca de 80% das emissões anuais de gases estufa da Austrália", comparou.

Para o professor, isto mostra que o país precisa "proteger suas florestas".

Durante seu crescimento, as árvores consomem e armazenam dióxido de carbono, que seria lançado na atmosfera se elas fossem cortadas.

Globalmente, a perda de florestas corresponde a 20% das emissões. Estima-se que o desmatamento seja responsável por cerca de 75% das emissões de carbono do Brasil.

O pesquisador defendeu que os governos combatam o desmatamento como forma de evitar o aquecimento global.

Cerca de metade das florestas nativas da Austrália foram derrubadas nos últimos 200 anos. O país é o maior emissor per capita do planeta. BBC Brasil


(de http://www.estadao.com.br/geral/not_ger221506,0.htm)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Que seja cumprido o Código Florestal na zona urbana de Anitápolis

E as margens do rio do Povoamento, em Anitápolis? Será que não era a hora do MPF pedir para respeitarem a legislação?

MPF PEDIU A DEMOLIÇÃO EM BLUMENAU

DO EDIFÍCIO DO CLUBE NÁUTICO AMÉRICA

O Ministério Público Federal em Blumenau quer que seja cumprido o Código Florestal na zona urbana de Blumenau, Ilhota e Gaspar. Para tanto, entrará com diversas ações a fim de demolir as construções erguidas a menos de cem metros da margem do Rio Itajaí-Açu. Entre essas construções está o edifício-sede do Clube Náutico América, situado na Rua XV de Novembro, às margens do rio Itajaí-Açu, em Blumenau. A construção está inacabada e, por isso, fere o Estatuto da Cidade. Segundo o MPF, a respectiva área é não edificável em virtude de a legislação federal caracterizar o local como área de preservação permanente. Além disso, ao resgatar a trajetória dos fatos, o MPF alega que a cessão e a doação do respectivo terreno feita pelo estado de Santa Catarina ao Clube Náutico América são nulas. Em casos de construções usadas e ocupadas, o MPF não descarta a possibilidade de realizar termos de ajustamento de condutas, com o compromisso que, a médio ou longo prazo, essas construções sejam demolidas. Conforme o procurador da República em Blumenau João Marques Brandão Néto, o ideal seria adequar a atual lei à realidade urbana, em virtude de diversas cidades terem sido erguidas às margens de rios. “Porém, enquanto o Código Florestal estiver em vigor, ele terá que ser cumprido”, afirma o procurador. Para Brandão, há incompatibilidade entre a lei municipal e a lei federal. “Os municípios não podem contrariar a lei federal”, diz. Para ele, a lei municipal se tornou inconstitucional ao estipular uma área de preservação permanente (APP) de 45 metros ao longo das margens do rio Itajaí-Açu, quando a legislação federal estipula cem metros.

Caso a ação seja julgada procedente, o MPF requer a demolição das construções existentes no terreno, na parte que estão em área de preservação permanente. Também requer a decretação de nulidade da cessão e da doação feita pelo estado ao Clube Náutico. A intenção é fazer com que o terreno retorne para a União nas partes que estão em terras de marinha e para o estado na parte que se encontra na APP fora da terra de marinha. Os réus também terão que recuperar a área degradada, após a demolição da construção. Já o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a União deverão fiscalizar as terras de marinha e as áreas de preservação permanente, adotando as medidas administrativas e judiciais para coibir futuras invasões e devastações. A ação requer, ainda, que o município de Blumenau seja proibido de expedir alvarás de construção, reforma e ampliação, tanto para áreas em terra de marinha, quanto para áreas de preservação permanente. A ação foi proposta contra a União, o estado de Santa Catarina, o Ibama, o município de Blumenau, além da empresa Itacolomi Incorporações Imobiliárias Ltda. e o Clube Náutico América. Ação civil pública nº 2008.72.05.002349-9. Da Assessoria de Comunicação da Procuradoria da República em Santa Catarina.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Mais biodiversidade...

Biodiversidade: glossário

da Redação - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - linkBIODIVERSIDADE - São todas as espécies de animais, plantas e microrganismos que compõem a fauna e a flora nativas do país

Veja também:

linkEspecial completo sobre biodiversidade especial

linkDroga contra câncer em teste

linkEstudos focam doenças tropicais

linkPara vasculhar a Amazônia, quanto mais coleta, melhor

linkPeixe venenoso pode render antiasmático para grávidas

linkMúltiplas ações na vegetação paulista

linkO duro caminho até a indústria

linkRemédios que vêm das toxinas

linkReinventar relações respeitosas

linkProposta de nova lei segue sem acordo

linkNatureza inspiradora

linkRECURSOS GENÉTICOS - Numa definição abrangente, são todas as moléculas que fazem parte do organismo, incluindo seu DNA, RNA, enzimas e outras proteínas

linkBIOPROSPECÇÃO - A busca de moléculas naturais que tenham alguma aplicação comercial, principalmente na indústria de fármacos, cosméticos e alimentos

linkBIOPIRATARIA - O roubo ou o uso não autorizado de um recurso genético da biodiversidade brasileira para fins comerciais

linkCONHECIMENTO TRADICIONAL - É a "sabedoria" acumulada dos povos tradicionais (como indígenas e quilombolas) sobre o uso da biodiversidade. Por exemplo, o conhecimento sobre o emprego de plantas medicinais

linkREPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS - Conceito segundo o qual os povos tradicionais devem receber parte dos benefícios (financeiros ou não) obtidos a partir do uso do seu conhecimento

linkPESQUISA BÁSICA - A produção de conhecimento científico sobre a biodiversidade, sem objetivos comerciais, como pesquisas sobre ecologia e identificação de espécies, que compõem o dia-a-dia da biologia e orientam as políticas de conservação

linkCOLETA - A atividade básica de coletar animais e plantas na natureza para identificação e realização de pesquisas. É a prática mais primordial e rotineira do estudo da biodiversidade

linkMEDIDA PROVISÓRIA 2.186 - Motivo da discórdia entre pesquisadores e governo. A MP, baixada em 2001, tinha como intuito combater a biopirataria. Mas acabou por prejudicar a própria pesquisa com a biodiversidade nacional. Com ela, nenhum cientista podia mais encostar numa folha ou numa formiga sem antes provar sua "inocência" e pedir autorização ao governo

linkANTEPROJETO DE LEI - O próprio governo percebeu o problema e tenta criar uma lei amigável à ciência. Mas o tão aguardado anteprojeto de lei, que deveria corrigir as incoerências da MP, se mostrou uma colcha de retalhos que tenta atender a todas as partes envolvidas, mas não agrada ninguém


(de )

Para quem quer saber mais: biodiversidade.

Conhecimento não ocupa espaço.

Biodiversidade, essa desconhecida

Estudos estimam que cerca de 90% das espécies brasileiras ainda não foram descobertas

Giovana Girardi

O Brasil é o país mais biodiverso do mundo, abrigando cerca de 20% da biodiversidade do planeta, mas ainda desconhece a maior parte de suas plantas, animais e microrganismos. As cerca de 200 mil espécies já descritas por aqui não devem representar mais do que 10% do total, segundo estimou, em 2006, o pesquisador Thomas Lewinsohn, da Unicamp, que coordenou uma avaliação do conhecimento da biodiversidade brasileira para o Ministério do Meio Ambiente (MMA).

link Especial sobre biodiversidade

"E, se mantivermos o ritmo atual de descobertas de novas espécies, levaremos de 800 a 1.000 anos para conhecer tudo", diz o diretor de Conservação da Biodiversidade do ministério, Braulio Dias. "Ou melhor, esse é o tempo para descobrir o básico, a taxinomia. Porque para conhecer toda a biodiversidade, a ponto de poder aproveitá-la em benefício da sociedade, estamos ainda mais longe."

Mamíferos e aves são os grupos mais conhecidos, seguidos de répteis, anfíbios e peixes, mas, mesmo assim, não é raro ainda descobrir um novo macaco na Amazônia ou um anfíbio na mata atlântica. Só no ano passado foram descritos 17 novos sapos, rãs e pererecas no Brasil. Por outro lado, as espécies pequenas que vivem nas copas das árvores, além de invertebrados, microrganismos e espécies marinhas estão entre as mais desconhecidas.

"Deveríamos ter a ambição de ser o maior produtor de ciência em biodiversidade do mundo. Estamos sentados em cima dessa riqueza potencial, mas ela só deixará de ser potencial para ser real se investirmos em pesquisa. No mínimo dobrar o esforço científico nos próximos anos", afirma Dias.

Para cientistas que estudam a área, somente com mais pesquisas é possível vasculhar o tão aclamado potencial farmacológico da nossa biodiversidade e fornecer, com isso, mais informações para protegê-la da destruição. "Não adianta tentar conservar para o futuro, se não houver um avanço no conhecimento dessa biodiversidade. As duas coisas têm de andar juntas", afirma o biólogo Carlos Alfredo Joly, da Unicamp, que há mais de 20 anos estuda a biodiversidade da Serra do Mar.

Ele alerta, porém, que, apesar de haver um interesse nacional em aumentar as pesquisas na área, os cientistas ainda enfrentam dificuldades (mais informações na página 7). "A legislação atualmente até facilita o processo de coleta de fauna e flora. Uma vez obtida a autorização no Sisbio (novo Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade, em funcionamento desde o ano passado), o pesquisador está livre para coletar. Mas não tem autorização para fazer bioprospecção", reclama Joly.

Trabalhando com o programa Biota, inventário da biodiversidade paulista patrocinado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o biólogo tem feito varredura de plantas da mata atlântica e do cerrado no Estado. Outros grupos fazem o mesmo para animais. Em outro projeto, ele avalia a diversidade de espécies entre o nível do mar e o topo da serra, no litoral paulista. "O material está sendo identificado e guardado para quando tivermos autorização para fazer a bioprospecção, porque por enquanto está difícil, é um atraso gigantesco."

SOLUÇÕES PARA SAÚDE

Mas, de fato, o que dá para esperar de aplicação prática para a humanidade? Para o médico Aaron Bernstein e o bioquímico Eric Chivian, ambos da Faculdade de Medicina de Harvard, a resposta não é nada trivial. No livro Sustaining Life (Sustentando a Vida), lançado em maio nos Estados Unidos, eles defendem que a própria saúde dos seres humanos depende da biodiversidade. E que a idéia de que a cura do câncer pode estar escondida em alguma floresta brasileira não é absurda.

Na obra, eles lembram que alguns remédios clássicos para o tratamento de tumores já vieram de matas de outros países, como a Catharanthus roseus (conhecida como pervinca de Madagáscar), ameaçada de extinção no país. A planta é fonte de duas drogas para o tratamento das formas mais comuns de câncer infantil (leucemia linfoblástica e linfoma de Hodgkin).

Outro exemplo significativo é o Taxol, um dos medicamentos mais eficientes que existem contra o câncer de ovário, descoberto a partir de uma árvore típica da costa noroeste dos Estados Unidos.

A dupla defende no livro que as recentes discussões sobre perda da biodiversidade estão focadas nas conseqüências ecológicas, assim como nos efeitos éticos, sociológicos e econômicos que ela pode trazer, mas pouco tem se avaliado os impactos que a perda de espécies terá na saúde humana.

Chivian cita como exemplo os ursos polares, ameaçados pelo aquecimento global. Esses mamíferos ganham e perdem peso com facilidade ao longo da vida, sem ficar doentes. "Ao perdermos esses animais podemos perder, também, o melhor modelo para estudar doenças relacionadas à obesidade", observa o bioquímico.


(de http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080807/not_imp219045,0.php)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Mais uma razão para manter florestas intocadas...

Porque recupera-las custa muito mais, além de que, mantendo-as intocadas preservamos a VIDA que nelas está!

FLORESTAS INTOCADAS ARMAZENAM

TRÊS VEZES MAIS CARBONO

A proteção das florestas é cada vez mais vista como uma atitude essencial para combater as mudanças climáticas. O governo brasileiro assinou na última semana um decreto que cria um fundo para preservação da Amazônia. Outros países e instituições assumem posturas semelhantes, uma vez que o desmatamento é apontado como uma das principais fontes de emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. A importância dessas iniciativas é reforçada por um estudo australiano que comprova que a capacidade de florestas intactas em armazenar carbono é três vezes maior do que o previsto até então. Elas também são 60% mais eficientes nesse sentido do que as florestas plantadas. Cientistas da Universidade Nacional da Austrália, que publicaram um relatório sobre o tema nesta terça-feira, dizem que o papel das florestas selvagens, assim como o da biomassa de carbono verde pertencente a elas, foi subestimado na luta contra o aquecimento global. “Na Austrália e, provavelmente em todo o mundo, a capacidade de armazenamento das florestas naturais foi subestimado e consequentemente deturpado em avaliações econômicas e opções políticas”, afirmam.

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e o Protocolo de Quioto não fazem distinção entre a capacidade de carbono de florestas plantadas e das intocadas. As florestas ainda intactas podem carregar três vezes mais carbono do que o calculado atualmente, caso o estoque de carbono da biomassa seja incluído nas medições. Atualmente, a habilidade de armazenamento de carbono é baseada em estimativas de florestas plantadas. O relatório “Carbono Verde, o papel das florestas naturais para o estoque de carbono” informa que a falta de diferenciação na definição de floresta também subestima o acúmulo de carbono em florestas adultas. O IPCC define como floresta árvores acima de 2 metros de altura e com copas maiores de 10%; mas, na Austrália, florestas foram definidas por árvores com mais de 10 metros de altura e copa superior a 30%. O estudo avalia que as florestas preservadas do sudeste da Austrália podem abrigar cerca de 640 toneladas de carbono por hectare – enquanto a estimativa do IPCC é de 217 toneladas. Os cientistas também calculam que cerca de 9,3 bilhões de toneladas de carbono podem ser estocadas nos 14,5 milhões de hectares de florestas de eucalipto no sudeste australiano, se não ocorrer intervenção humana. O IPCC estima apenas um terço desta capacidade e somente 27% do estoque de carbono de biomassa das florestas.

Mais flexível - Por permanecerem intocadas, as florestas naturais, além de armazenarem mais carbono, são capazes de o estocarem por mais tempo do que as plantadas, rotineiramente cortadas para uso comercial. O co-autor do relatório, Brendan Mackey, entende que preservar as florestas selvagens serve a dois propósitos: manter uma grande absorção de carbono e interromper a liberação de carbono armazenado nas florestas. A quantidade de carbono abrigado em biomassa e solo no mundo é aproximadamente três vezes maior do que na atmosfera, explica o documento. Cerca de 35% dos gases do efeito estufa presentes no ar é resultante de desmatamentos passados e 18% das emissões anuais vêm de desflorestamento continuado. O relatório diz que o corte de árvores é responsável por mais de 40% da redução de carbono de longo prazo, em comparação com florestas preservadas. “A maioria do carbono de biomassa nas florestas naturais reside na biomassa da madeira de grandes árvores adultas. A exploração comercial modifica a estrutura etária das florestas e faz com que a média de idade das árvores seja muito jovem”, acrescenta o documento. Mackey acredita que os sistemas de negociação de emissões não deveriam favorecer florestas plantadas para a compensação de carbono, já que elas não fazem um balanço entre a perda de florestas naturais e a liberação de carbono. “Nós precisamos ter certeza de que os esquemas de comércio de emissões não levam a resultados perversos”, adverte. A Austrália deverá introduzir o sistema próprio de negociação de emissões em 2010, mas a agricultura não estará incluída no projeto. Os cientistas afirmam que prevenir desmatamentos futuros das florestas de eucaliptos no sudeste da Austrália será equivalente a evitar emissão de 460 milhões de toneladas de CO2 por ano no próximos 100 anos. E permitir que florestas cortadas cresçam novamente até atingir a capacidade natural de estocagem de carbono, evitará o equivalente a 136 milhões de toneladas de CO2 por ano nos próximos 100 anos – cerca de 25% do total de emissões australianas em 2005. Por Sabrina Domingos, do Carbono Brasil, com informações da Reuters Interactive. (Envolverde).



(do Jornal Absoluto de 06/08/2008 http://www.jornalabsoluto.com.br)

Atenção candidatos a vereador e a prefeito!

Propostas para candidatos e vereadores e prefeitos (conscientes) dos municípios da Serra Catarinense... E porque não de todo o Brasil?

06/08/2008 - 11h45

Greenpeace Brasil anuncia 29 propostas inéditas para candidatos a prefeito e a vereador

MARCELO GUTIERRES

colaboração para a Folha Online

O Greenpeace Brasil lança nesta quarta-feira uma série de propostas sobre política ambiental destinada a candidatos a prefeito e a vereador de todo o país. As sugestões englobam quatro temas --somando 48 idéias, 29 (60%), inéditas.

"A pauta ambiental das cidades hoje deve ser entendida como transversal, ou seja, tem a ver com a questão da saúde, do fluxo das riquezas, das despesas no orçamento. Ela tem de ser entendida como uma questão que não precisa ficar isolada como aquele assunto dos 'ecochatos'. Tem a ver com a cidade, nos seus mais variados aspectos", diz o diretor de políticas públicas do Greenpeace Brasil, Sérgio Leitão.

As 48 propostas da entidade estão distribuídas em quatro temas: clima e energias renováveis (24, 11 delas novas); florestas e recursos hídricos (14, oito inéditas); agricultura sustentável e transgênicos (seis, todas novas); e oceanos (somando quatro, também inéditas).

Idéias aplicadas

No item clima e energias renováveis, Leitão destaca o incentivo tributário a edifícios com mais de três andares que utilizarem na área do último andar "telhados verdes", com adoção de vegetação no local, além da redução da carga tributária sobre materiais usados na fabricação de tecnologias para a geração de energia renovável.

Sobre o tema florestas e recursos hídricos, o representante da entidade frisa a proibição de órgãos públicos de consumir madeira sem origem legal e a exigência nas compras públicas de certificados que comprovem a origem da matéria-prima.

Ao mencionar a agricultura sustentável e transgênicos, Leitão aponta como iniciativa viável o oferecimento por parte do poder público de condições especiais para a comercialização da produção agrícola orgânica, como espaços em mercados municipais.

Por fim, no item oceanos, ele sugere a proibição de compra de pescado "que não atenda aos critérios de sustentabilidade, especialmente na rede pública de ensino e nos serviços de saúde".

Além das 29 propostas inéditas, o órgão recomenda ainda a adoção de mais 19 outras sugestões, que, segundo o diretor do Greenpeace, já estão em curso em cidades do Brasil e no mundo. "Escolhemos as idéias que já saíram do papel", diz.

Sem custo

Leitão afirma que a grande maioria das idéias não gerará "custo imediato" ao município. O diretor do Greenpeace afirma que as medidas encontram resistência na implementação por haver uma ausência de "reordenamento político interno" nas gestões e, também, por soarem inicialmente como "impopulares".

"Todas as idéias boas e simples encontram muita resistência. Há uma dificuldade muito grande de prefeituras ou políticos no país inteiro de lidarem com assuntos que não vão se traduzir numa obra porque isso aqui [as propostas] é um processo de reordenamento político interno das prefeituras e o grande charme delas [idéias] está no seguinte: não geram custo imediato. Porém, podem trazer impopularidade num primeiro instante", diz.


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u429906.shtml)