segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O que podemos esperar da Bunge em Anitápolis?

Nada de bom. Vejam:

BUNGE PERDE MAIS UMA

VEZ NA JUSTIÇA FEDERAL


Na quarta-feira (10) a 5ª Turma do Tribunal Regional Federal, em Brasília, julgou improcedentes os embargos da Bunge Alimentos contra a Fundação Águas do Piauí – FUNÁGUAS, e também pede a intervenção da Polícia Federal no caso. A multinacional não cumpriu a última decisão do dia 05 março, do TRF, que suspendia a utilização de lenha como matriz energética. A multinacional localizada no cerrado piauiense encontra-se num momento complicado no Piauí, pois a empresa não cumpriu a decisão do TRF para suspender a utilização de lenha da mata nativa do sul do estado para abastecer suas caldeiras. A Bunge é acusada de praticar um dos maiores crimes ambientais no nordeste brasileiro.

Foram solicitados cinco embargos contra a decisão da desembargadora pelo Governo do Estado do Piauí, Bunge, IBAMA, Advocacia Geral da União e Empresa Graúna, mas os embargos foram negados e a empresa perdeu novamente, e o TRF solicita também nesta última decisão a intervenção da Polícia Federal para apurar o caso. Segundo informações obtidas através do presidente da Funáguas, Judson Barros, os embargos tinham a finalidade “meramente protelatória”, e ele acrescenta que a decisão do TRF comprova isso. Na decisão da Quinta Turma também foi pedido a desconstituição do Termo de Ajuste e Conduta – TAC firmado entre BUNGE, Governo do Estado e Ministério Público, e os desembargadores pedem a reabertura do processo na Justiça Federal da capital Teresina. “Essa decisão mostra a realidade que passa de fato no cerrado do Piauí. E nesta última decisão a desembargadora determina que a Polícia Federal abra inquérito para averiguar a realidade dos crimes ambientais no Estado do Piauí.”, disse Judson.

Pedido de Prisão do governador do Piauí - No início deste mês a FUNÁGUAS também entrou com um pedido de prisão do governador do estado, Wellington Dias, pelo descumprimento da decisão judicial do TRF em março de 2008, e junto com esse pedido também foram solicitadas as prisões do superintendente do IBAMA, do representante da empresa Graúna e da Bunge. Por Dionísio Neto Rede Brasileira de Informação Ambiental - www.portaldomeioambiente.org.br


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Plantem Pinus, e vejam os morros desabarem!

O que sustenta as plantações de Pinus não são as indústrias moveleiras, que produzem móveis descartáveis? Porque não voltar aos móveis de madeira maciça, feitos com madeira de reflorestamento de essências nativas, ou mesmo de Eucaliptus?

Pois vejam mais, o que espera por nosso querido estado de Santa Catarina:

Uma em quatro cidades de SC tem risco "muito alto" de desastre, diz estudo


BRENO COSTA
da Agência Folha

Um em cada quatro municípios de Santa Catarina corre risco "muito alto" de ser afetado por desastres naturais. Ao todo, 72 cidades estão nessa condição. Sessenta dessas estão fora da região do Vale do Itajaí, a mais afetada pelas chuvas que já causaram a morte de 124 pessoas no Estado --segundo informações da Defesa Civil, atualizadas na noite desta quarta-feira. A maioria (35) fica na região oeste, mais próxima à fronteira com a Argentina.

As informações constam de um estudo concluído em 2006 por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). A análise considera desastre natural o caso que provoque ao menos uma destas conseqüências: morte de dez pessoas, afete pelo menos cem pessoas, decretação de situação de emergência ou pedido de socorro internacional.

Neiva Daltrozo28.nov.2008/SECOM
Equipes da Defesa Civil buscam vítimas e feridos no morro do Baú, em Ilhota; prefeitura determina remoção de todos os moradores
Equipes da Defesa Civil buscam vítimas e feridos no morro do Baú, em Ilhota; prefeitura determina remoção de todos os moradores

O "Mapeamento de Risco de Desastres Naturais do Estado de Santa Catarina" usa como uma de suas bases para o cálculo do índice de risco de cada um dos 293 municípios catarinenses o nível de "perigo" associado a cada uma dessas cidades.

Para isso, foram usados estudos da geógrafa Maria Lúcia Herrmann, que coordenou a elaboração do "Atlas de Desastres Naturais do Estado de Santa Catarina", produzido para o governo de SC, cujo conteúdo foi revelado no último dia 28 pela Folha.

As outras variáveis usadas para se chegar ao índice de risco são a densidade demográfica, a intensidade da pobreza da população e a proporção de população idosa nessas cidades, além do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada município.

Produzido há quase três anos, o número de 72 municípios listados na categoria "risco muito alto" pode estar subestimado, alerta a geógrafa da Unicamp Luci Hidalgo Nunes, especialista em desastres naturais e co-autora do estudo, que leva em conta desastres registrados entre 1980 e 2003.

Segundo ela, casos de escorregamentos de terra, até 2000, não eram um fator preponderante em tragédias naturais no Estado, se comparado com enchentes e inundações. Os 124 mortos da chuva --a maioria vítima de soterramento-- fizeram a situação mudar, segundo ela.

"Eu acho que o número possa estar subestimado. Vale a pena a gente rever um monte de coisa. Esse episódio mostrou que chuvas intensas geram um problema, talvez até mais grave que inundações, que são os escorregamentos. A maior parte das mortes em desastres no Brasil está ligada a isso", diz a pesquisadora.

Um indício de que a quantidade informada está subestimada é o fato de que, dos 16 municípios que registraram mortos em decorrência das chuvas, apenas cinco estavam nessa categoria (Blumenau, Gaspar, Itajaí, Brusque e Florianópolis).

Outros três estavam na categoria de risco "alto", entre eles Ilhota, onde foi registrado o maior número oficial de mortes até agora (37). Jaraguá do Sul, com 13 mortos, era considerada risco "médio". Houve até o caso extremo de Rodeio, que, com quatro mortos, era vista como risco "baixo/nulo".

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u477858.shtml)