segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Diagnóstico de um rio: jornal percorre 40 dos 88 quilômetros do rio Cubatão do Norte (SC)

Geral | 04/12/2010 | 15h00min

A Notícia percorre cerca de 40 dos 88 quilômetros do rio Cubatão

O rio abastece 70% da água que Joinville consome

Taísa Rodrigues | taisa.rodrigues@an.com.br
Respire fundo. Sinta a energia da natureza e embarque nesta aventura. Você vai conhecer o rio Cubatão, que abastece 70% da água que Joinville consome. "A Notícia" percorreu cerca de 40 dos 88 quilômetros do rio e mostra que ele, na verdade, está dividido em dois trechos: um limpo e outro poluído.

Na descida, é possível contemplar a beleza da mata atlântica e, ao mesmo tempo, perceber que o desmatamento também sobe a serra e que a ação do homem está diretamente ligada à poluição da água.

Além da equipe de "AN", embarcaram na viagem o geógrafo da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema) Rafael Bendo e o trio responsável pelo equipamento e pelo apoio durante o trajeto - o empresário Alexandre Matteí, o corretor Moacir Conradi e o funcionário público Sidnei Roberto Bruske.
Veja no mapa a as condições da água ao longo do Cubatão

A AJUDA QUE VEM DOS MORADORES

Todos os dias, o marceneiro Milson Dias, 53 anos, vai até o rio Seco, nos fundos de casa, para ver como está a encosta de um dos afluentes do Cubatão. Dedicado e preocupado com o meio ambiente, Milson mima e cuida com carinho as árvores frutíferas que plantou para preservar a área.

Desde 2005, ele conta com uma ajuda da Fundema para reflorestar a encosta. Segundo o marceneiro, há cinco anos choveu pouco na região de Pirabeiraba e a água do rio Seco diminuiu bastante.

— As pedras apareceram e várias pessoas mandaram caminhões para carregá-las e tirá-las do leito do rio. É um absurdo —, diz.

Depois de presenciar uma destas cenas, Milson decidiu procurar a Fundação 25 de Julho. A unidade tem parceria com a Fundema no programa SOS Nascentes, que reúne quatro projetos que têm como proposta assegurar a qualidade ambiental em áreas rurais para preservar rios e garantir o abastecimento.

O marceneiro abraçou a causa. Inscrito no Programa de Compensação Financeira Ambiental de Recuperação da Mata Ciliar do SOS Nascentes, recebe cerca de R$ 250 por mês da Fundema e mudas da fundação para plantar e cuidar em uma área de aproximadamente 11 mil m2. A encosta, antes só de pedras, agora tem terra firme e plantas frutíferas.

— Tem ameixa, pêra, cerejeira, amora, goiaba. Está a coisa mais linda. Depois que cria o hábito, não dá para parar de plantar —, garante Milson.

Quase 90 famílias já recuperaram algum trecho da encosta e 18 delas já receberam ajuda financeira para desenvolver o programa.

— A população tem de entender que a preservação ambiental influencia diretamente na qualidade da água —, explica o geólogo da Fundema, Rafael Bendo.

BELEZAS, ESFORÇO E DEVER CUMPRIDO

Quando surgiu a ideia de descer o rio Cubatão de caiaque pensei: vai ser demais! Mas organizar a equipe e as pessoas que nos levariam nesta aventura não foi uma tarefa fácil. A pauta começou a ser planejada em junho, mês em que foi executada a primeira parte. Em novembro, ocorreu a segunda etapa, finalizando o trajeto de quase 40 km.

Jamais imaginaria que conheceria o rio até o fim. Foram muitas descobertas e surpresas. Ver um rio que começa limpo e termina sujo, feio e poluído dói no coração e na consciência. Tudo é resultado da ação do homem, e eu ainda acredito que as coisas podem mudar.

No começo da aventura, foi só ansiedade. Eu e o fotógrafo Rogerio da Silva ríamos de tudo. Acho que era nervosismo. O pessoal que nos acompanhou nesta primeira etapa é bem descontraído. O ar puro, o céu azul, a água fresquinha...

Na segunda etapa, com o fotógrafo Pena Filho, o dia estava nublado e foi bem mais cansativo. Remamos por quase seis horas e, como no canal a água é parada, tínhamos que nos esforçar mais, senão a gente não saía do lugar. Eu estava no caiaque com o empresário Alexandre Matteí e, ao passar pela barragem, ele furou. Tivemos de parar duas vezes para encher, sem contar que entrou água e ficou mais pesado.

No fim, quase ninguém falava mais. Só observava e analisava aquela água densa, marrom e com cheiro nada agradável. Finalmente chegamos na baía da Babitonga. Nessa hora, a gente nem conseguia mais remar.

Mesmo com os braços doloridos por causa dos movimentos repetitivos para remar, pude perceber a importância do rio Cubatão para Joinville.

PROJETOS

Educação ambiental
Ações pontuais na comunidade.

Saneamento rural
A Fundema doa materiais para o proprietário rural implantar sistema de fossa e filtro. Cerca de 1,2 mil unidades já foram construídas.

Fiscalização
No pórtico do Quiriri, tem um posto de fiscalização onde é feito o controle de caminhões com material de construção para coibir construções irregulares e proibir o roubo de palmito e a caça.

Reflorestamento
A Fundação 25 de Julho doa mudas nativas e presta assistência técnica para a recuperação de áreas de preservação.


Confira vídeo com parte da aventura 
AN.COM.BR


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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ministério Público deveria atentar para derrame de esgoto doméstico em rios.

Rio dos Sinos

MP estuda responsabilizar prefeituras por morte de peixes no RS

02 de dezembro de 2010

O Ministério Público estuda a possibilidade de responsabilizar criminalmente as prefeituras do Vale do Paranhana, na região sul do Rio Grande do Sul, que não têm saneamento básico adequado e despejam o esgoto diretamente no rio dos Sinos. O MP acredita que a mortandade de peixes provocada pela falta de oxigênio na água, registrada na última quarta-feira (1º), pode ter sido causada pela poluição. As informações são do site Correio do Povo.
O titular da Promotoria Regional de Defesa do Meio Ambiente, Daniel Martini, e a delegada de Defesa do Meio Ambiente, Elisângela Reghelin, vão se reunir na manhã desta quinta-feira (2) com a promotoria de Sapiranga para discutir o assunto.
A Patrulha Ambiental da Brigada Militar navegava pelo rio dos Sinos na manhã desta quinta para tentar detectar os locais onde há lançamento de esgoto. Na quarta, a BM delimitou o trecho crítico de falta de oxigênio que causou a mortandade de peixes verificada durante no local.
Antes e depois do trecho, o nível de oxigênio estava normalizado. Isso leva a crer, segundo Daniel Martini, que a chuva da segunda e terça-feira “lavou” o esgoto pluvial e cloacal das cidades mais altas do Vale do Paranhana, formado por Igrejinha, Parobé, Riozinho, Rolante, Taquara e Três Coroas.
Em Sapiranga, medições indicaram índice de 0,4 ml de oxigênio por litro de água, enquanto o normal para a região varia de 5 a 6 mg/l. O Ministério Público contratou um laboratório para confirmar as causas da morte dos peixes. O mínimo para sobrevivência deles é de 2 mg/l.
O rio dos Sinos, juntamente com o Gravataí, está entre os três mais poluídos do Brasil. Os dois perdem apenas para o rio Tietê, em São Paulo.