sexta-feira, 30 de maio de 2008

Ambiente - A Agonia dos Rios Catarinenses

No jornal "Diário Catarinense":

Ambiente

Uma radiografia dos rios catarinenses

DC publica, domingo, caderno especial sobre a situação das bacias hidrográficas de Santa Catarina

O Diário Catarinense publica, no próximo domingo, o caderno especial A Agonia dos Rios Catarinenses.

O suplemento, em celebração ao Dia Mundial do Dia Ambiente, comemorado no dia 5 de junho, faz uma alerta sobre a situação das bacias hidrográficas de Santa Catarina, comprometidas por esgotos domésticos, resíduos industriais e da extração carbonífera, dejetos da suinocultura e agrotóxicos lançados em lavouras.

O caderno é editado 10 anos após o DC publicar uma série de reportagens sobre o mesmo tema, quando foi denunciada a contaminação das águas dos rios do Estado. No intervalo de tempo, o que se constatou é um aumento expressivo da carga doméstica, hoje já considerada a maior vilã da qualidade das bacias de Santa Catarina.

O Diário Catarinense publica, no próximo domingo, o caderno especial A Agonia dos Rios Catarinenses.

O suplemento, em celebração ao Dia Mundial do Dia Ambiente, comemorado no dia 5 de junho, faz uma alerta sobre a situação das bacias hidrográficas de Santa Catarina, comprometidas por esgotos domésticos, resíduos industriais e da extração carbonífera, dejetos da suinocultura e agrotóxicos lançados em lavouras.

O caderno é editado 10 anos após o DC publicar uma série de reportagens sobre o mesmo tema, quando foi denunciada a contaminação das águas dos rios do Estado. No intervalo de tempo, o que se constatou é um aumento expressivo da carga doméstica, hoje já considerada a maior vilã da qualidade das bacias de Santa Catarina.

O suplemento terá 24 páginas e será todo colorido. Equipes do interior e da Capital levantaram informações junto a moradores das cidades, comitês de gerenciamento, órgãos ambientais, universidades, prefeituras e governo estadual sobre a situação das bacias hidrográficas. A produção do material foi realizada ao longo de um mês, com a mobilização de 20 profissionais da Redação.

Suplemento destaca, também, investimentos e projetos

A equipe apurou que, mesmo com a fiscalização cada vez mais rígida nas indústrias, minas e propriedades rurais por parte da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e órgãos como os ministérios públicos Estadual e Federal, a degradação dos rios se acentuou devido à falta de coleta e tratamento de esgoto.

Hoje, o Estado, apesar das reconhecidas belezas naturais e privilegiado nível de vida, ostenta a 18ª posição entre as 27 unidades da federação em quantidade de residências com rede coletora de esgoto instalada, conforme dados de 2006 de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por amostra de domicílios.

Santa Catarina está à frente apenas de estados das regiões Norte e Nordeste do país. Enquanto o Brasil tem média de 48,47% de rede coletora instalada, no Estado o índice não passa de 11,49%.

- Enquanto não houver um sistema efetivo de tratamento de efluentes e de esgoto, a qualidade das águas só vai piorar, pois a população, o consumo e, conseqüentemente, os dejetos estão sempre crescendo - alerta o engenheiro sanitarista William Gerson Matias, professor de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

diario.com.br vai oferecer material extra ao internauta

O suplemento destacará também projetos ambientais, atuação dos comitês de gerenciamento e investimentos previstos para saneamento hídrico. Além disso, trechos e fotos da série publicada há 10 anos também são recuperados para o leitor comparar os dois momentos.

Paralelamente ao caderno especial impresso, o diario.com.br oferecerá para o internauta uma galeria com as belíssimas fotos produzidas para o suplemento, vídeos sobre as reportagens e um mapa sobre os principais rios de Santa Catarina.

Não perca
A Agonia dos Rios Catarinenses
O que: suplemento especial de 24 páginas, todas coloridas, com uma radiografia das bacias hidrográficas de Santa Catarina
Quando: domingo, 1º de junho
Onde: encartado na edição dominical do DC

(de http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a1905838.xml&template=3898.dwt&edition=9961&section=213)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Danos à natureza "cortarão padrão de vida de pobres"

Os pobres muitas vezes são os protagonistas de muitos danos causados à natureza: jogam esgotos nos rios, não reciclam o lixo... Na maioria das vezes não sabem o que fazem. Mas há muitos ricos que fazem o mesmo. Coloco esta classe de pobres e ricos na categoria de "pobres de entendimento". Já há pobres e ricos que têm consciência e agem para o bem coletivo. Mas o dano quem sofre, também na mioria das vezes, são os pobres...

Danos à natureza "cortarão padrão de vida de pobres"

RICHARD BLACK
da BBC News

Danos a florestas, rios, vida marinha e outras reservas naturais podem reduzir pela metade os padrões de vida das populações pobres do planeta, deverá concluir um estudo a ser divulgado durante a Convenção sobre Diversidade Biológica que está sendo realizada nesta semana em Bonn, na Alemanha.

Segundo a pesquisa "The Economics of Ecosystems and Biodiversity" (TEEB, ou "A Economia de Ecossistemas e Biodiversidade", em tradução livre), os atuais índices de declínio na natureza podem reduzir o PIB (Produto Interno Bruto) global em cerca de 7% até 2050.

"Chegamos a respostas como 6% ou 8% do PIB", disse o líder do projeto, Pavan Sukhdev, "quando pensamos sobre os benefícios de ecossistemas intactos, em que há um controle do uso da água, de enchentes e secas e do fluxo de nutrientes da floresta para o campo".

"Mas aí você percebe que os grandes beneficiários (da natureza) são os 1,5 bilhão de pobres do mundo; esses sistemas naturais representam de 40% a 50% do que nós definimos como 'PIB dos pobres'", disse Sukhdev.

A iniciativa de realizar o estudo foi lançada pelo governo alemão e a Comissão Européia quando a Alemanha estava na Presidência do G8 --até meados do ano passado-- e segue o modelo do relatório Stern, encomendado pelo governo britânico e publicado em 2006, que faz uma análise do impacto das mudanças climáticas sobre a economia mundial.

Sukhdev, um diretor da divisão de mercados globais do Deutsche Bank, foi escolhido para liderar o estudo.

O documento a ser divulgado durante a convenção é um relatório preliminar sobre o que a equipe reconhece ser assuntos complexos, difíceis e pouco estudados.

Florestas

O dado de 7% é, em grande parte, baseado na perda de florestas, e o relatório irá reconhecer que o custo associado à perda de alguns ecossistemas ainda não foram quantificados adequadamente.

Os danos ambientais, entretanto, são bem especificados - uma redução de 50% de áreas pantanosas nos últimos 100 anos, uma taxa de perda de espécies entre 100 e mil vezes a que ocorreria sem 6,5 bilhões de humanos no planeta, um declínio acentuado em estoques de peixe e um terço dos recifes de corais danificados.

Mas a equipe reconhece que colocar um valor monetário nesse impacto é provavelmente muito mais difícil do que colocar um custo nos efeitos da mudança climática.

O relatório deve abordar algumas das zonas do planeta danificadas ecologicamente, como o Haiti, onde o desmatamento intenso --provocado em grande parte pelos pobres que cortam madeira para vendê-la-- acaba deixando o solo menos produtivo.

"Muito pouco, muito tarde"

Há indicações de que a biodiversidade e assuntos relacionados a ecossistemas estão agora sendo ouvidos nos altos escalões da política.

Ministros do meio ambiente do G8, que se reuniram no Japão no último fim de semana, escreveram um documento dizendo que "biodiversidade é a base da segurança humana e (...) a perda de biodiversidade exacerba desigualdade e instabilidade na sociedade humana".

Durante a convenção em Bonn, na quarta-feira, 60 países se comprometeram a acabar com o desmatamento até 2020.

Mas o objetivo de "parar e começar a reverter" a perda de biodiversidade até 2010 - lançado na Cúpula da Terra, no Rio de Janeiro, em 1992 --não deve ser alcançado.

Um rascunho da TEEB vista pela BBC, conclui que "lições dos últimos 100 anos demonstram que o homem tem feito muito pouco e muito tarde diante de ameaças semelhantes --asbestos, clorofluorcarbonos, chuva ácida, declínio de áreas de pesca, e, mais recentemente, mudança climática".

(da FolhaOnLine - http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u406550.shtml)




segunda-feira, 26 de maio de 2008

O lugar onde está a tua casa já foi floresta...

(do artigo original d´O Estadão: "Sua casa já foi floresta"...)

Sua casa já foi floresta

Imagine só: Se você é uma das milhões de pessoas que vivem nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, no litoral do Nordeste ou até no interior do Piauí, pare e olhe à sua volta. Tudo que você vê já foi mata atlântica - a sua casa, seu banheiro, sua rua, aqueles prédios enormes da Avenida Paulista, a cozinha do seu restaurante favorito ... tudo!

Mais de 60% da população brasileira vive em cidades que foram construídas sobre a mata atlântica. O resultado, todo mundo já sabe, ou pelo menos deveria saber: 93% de uma das florestas tropicais mais ricas do planeta foi para o espaço. Desapareceu.

Hoje vivemos tão distanciados da natureza, isolados em nossas selvas de pedra artificiais, que fica até difícil imaginar o que isso significa. Mas é impressionante. Sabe aquelas florestas maravilhosas que você vê na Serra do Mar, quando desce para o litoral no fim de semana (no caso dos paulistanos)?

Pois é: São Paulo inteira já foi assim. Na verdade, o Estado inteiro já foi assim. Melhor ainda: 15% do território brasileiro já foi assim. Se não acredita, dá uma olhada nesses mapas, do SOS Mata Atlântica e do WWF.

Tudo aquilo que se tenta evitar que aconteça hoje na Amazônia já aconteceu um dia na mata atlântica: a devastação, as queimadas, a ocupação predatória e autodestrutiva dos recursos naturais. E sejamos honestos: quase tudo que sobrou só sobrou porque está em cima de morros ou em lugares de difícil acesso. Porque se fosse plano, também já era - tinha virado pasto, estrada, cidade, faz tempo.

É incrível pensar que tudo o que é concreto e asfalto hoje já foi floresta. O quanto nós transformamos o ambiente em que vivemos. Mesmo se você mora no centro de São Paulo, pode ter certeza de que onças já passaram pelo seu quintal. Quem sabe a toca de uma delas não ficava onde hoje está a sua cama? E quantos macacos já não passaram pelo seu telhado!

Pelo menos, não foi tudo por nada, se isso serve de consolo. A ex-mata atlântica é onde produzimos nossa comida, onde instalamos nossas indústrias, nossos shopping centers, nossas fazendas, nossos biocombustíveis. Não defendo de maneira alguma que deveríamos derrubar nossas casas e entregar tudo de volta à natureza. Assim como não acho que deveríamos parar de tomar banho para economizar água.

Eu mesmo adoro passear na mata sempre que possível, mas também adoro meu concretinho. Adoro a vida na cidade, e ela precisa ser construída em algum lugar. Mas será que não dava para derrubar 80%, em vez de 93%? Será que não dava para ter deixado um pouco mais de verde e um pouquinho menos de concreto? Será que não dava para tomar banho um pouquinho mais rápido?

Quem sabe assim nossos rios não estariam tão assoreados, nossa água não estaria tão suja, nosso ar estaria mais transparente e nossas cidades não seriam ilhas tão quentes de calor. Quem sabe, milhares e milhares de espécies não teriam sido extintas sem que tivéssemos a mínima chance de conhecê-las ou estudá-las.

Um dos segredinhos que muita gente não sabe é que a mata atlântica, na verdade, tem mais espécies por metro quadrado do que a Amazônia. A diferença é que a Amazônia é gigantesca, então, quantitativamente, não há concorrente para ela. Mas imagine se a mata atlântica estivesse inteira! Teríamos duas Amazônias em vez de uma.

Esta semana, dia 27, comemora-se o Dia da Mata Atlântica. Ela merece ser comemorada. Pense nisso a próxima vez que olhar para o seu quintal. Ele já foi uma selva de verdade.

(de http://www.estadao.com.br/vidae/imagineso_178242,0.htm)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Aneel autoriza a geração de energia em propriedades rurais

Para quem tem um grande desnível em sua propriedade, e água em abundância...


ANEEL AUTORIZA A GERAÇÃO DE ENERGIA EM PROPRIEDADES RURAIS

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, anunciou ontem no Fórum Global de Energias Renováveis, em Foz do Iguaçu, PR, que recebeu do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Jerson Kelman, a garantia de que o órgão federal vai aprovar o projeto de Geração Distribuída (produção de energia junto à unidade consumidora), modalidade que foi implantada e testada pela empresa em parceria com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), na região Oeste do Paraná. “O trâmite do projeto na Aneel já caminhou 99%, faltando apenas algumas formalidades burocráticas que serão concluídas dentro de 15 dias”, comemorou Samek, que recebeu a notícia de Kelman ontem, por telefone. A Geração Distribuída é a modalidade de produção de energia que viabiliza a adoção de pequenas unidades geradoras, baseadas em fontes renováveis. Apesar de haver um marco regulatório para o tema (Decreto Federal 5.163, de 2004, e Norma Técnica 167 da Aneel, de 2005) faltavam estudos que estabelecessem parâmetros operacionais. Por isso, a Itaipu e a Copel se uniram para viabilizar esse tipo de geração em uma granja de suínos localizada em São Miguel do Iguaçu. A partir do referendo da Aneel, as empresas do setor elétrico poderão comprar a energia produzida em propriedades como essa.

Nessa propriedade, os dejetos de 3 mil suínos são acumulados em um biodigestor, onde geram biogás, que é utilizado para movimentar um motogerador que abastece toda a infra-estrutura, inclusive um conjunto de residências. A energia excedente (em uma semana de testes foram gerados 380 megawatts/hora de sobra) é incorporada à rede pública graças a um painel fornecido pela Woodward e aprimorado pela Copel, que permite controlar o fluxo da eletricidade entre as redes interna e externa. “O principal aspecto não é o energético, mas o econômico, pois além da economia na conta de luz, o produtor rural passará a ter uma nova fonte de renda. Além disso, essa modalidade tem grande potencial para fomentar a economia local, com a aquisição de produtos e serviços”, acrescenta Samek.

A partir dessa experiência, a Itaipu implantou, com outros parceiros, outras unidades do gênero, como a Estação de Tratamento de Esgoto Ouro Verde, com a Sanepar, onde os resíduos do tratamento geram energia, combinados com a instalação de painéis fotovoltáicos, para produção de energia solar. Também são parceiros a Cooperativa Lar e a empresa Star Milk, ambas com projetos de geração energética a partir da biomassa residual da atividade agropecuária. A principal vantagem do uso de biodigestores para a produção de energia é ambiental, já que o processo reduz em 80% as cargas orgânicas dos efluentes. E o processo tem como subproduto o biofertilizante, para ser usado na agricultura. “Um dos grandes vilões do aquecimento global é o gás metano (CH4), decorrente dos dejetos da pecuária e também do esgoto urbano”, explica Samek. “Estamos mostrando as inúmeras possibilidades que temos de produzir energia limpa, provando que é possível compatibilizar crescimento econômico, geração de emprego e renda e preservação ambiental”. (Envolverde/Itaipú via Jornal Absoluto de 21/05/2008 - http://jornalabsoluto.com.br/).

A escola do futuro já existe, no interior...

Porque não também AQUI no interior? Eis um modelo a ser seguido:

A escola do futuro já existe, no interior

Parceria transforma instituição em modelo de pedagogia inovadora

Renata Cafardo

A escola foi reinventada no meio de um vale nas montanhas de Campos de Jordão. Não tem aulas, classes ou disciplinas. O professor não é necessariamente um professor. Há grupinhos de crianças dentro e fora, umas tocam flauta, outras correm no gramado, outras escutam histórias em inglês.

A Escola Municipal Rural Antônio José Ramos, que estava fadada a desaparecer há dois anos, transformou-se num modelo de pedagogia inovadora por meio de uma parceria público-privada. Em meados de 2006, havia sete alunos na escola. A prefeitura da cidade de Santo Antonio do Pinhal - a 15 quilômetros de Campos e com 7 mil habitantes - não tinha como manter estrutura, funcionários, educadores.

Foi então que a Fundação Semco, do empresário Ricardo Semler, propôs assumir a unidade e implementar um método que já desenvolvia em sua escola particular na capital. Hoje, são 45 alunos, de 3 a 7 anos, e a prefeitura se esforça para lidar com pedidos dos que querem transferir seus filhos para lá.

A educação é estruturada por meio de projetos. "Há outras escolas que usam projetos, mas o fazem como um apêndice porque continuam a ter aulas de português, matemática", diz a pedagoga e gerente de Educação Social da Microsoft, Ana Teresa Ralston. A empresa é também parceira da escola e para lá levou pequenos laptops, que fazem a alegria das crianças. "Elas não têm aula de Office", explica. O computador é mais uma ferramenta para ajudar a desenvolver a leitura, cálculos, concentração.

Com o dedinho ágil no teclado, Giovana Ribeiro dos Santos, de 7 anos, faz um exercício de alfabetização no meio do gramado, com vista para a montanha. Preenche uma vogal que falta na palavra ?vaca?. O colega Denilson de Carvalho, também de 7, avisa que falta um ?o? em ?bola? e não um ?a? "porque aí seria bala".

O menino conta que na casa dele não tem luz e que caminha durante uma hora até onde pára a van - o transporte é oferecido pela fundação para as crianças. "Tem onça e cobra no mato", diz. Seus pais trabalham na roça, como quase todas as famílias dos alunos. E cerca de 90% dos pais e mães são semi-analfabetos.

Quem orienta as crianças com os computadores e constrói recursos, como o exercício das vogais, é William Rocha, que na escola é chamado de mestre em tecnologia. Ele não é professor, mas tem formação na área de informática e criou um projeto para quem usa essa ferramenta. Outra mestre é a funcionária da prefeitura e música, que se tornou responsável pelo projeto chamado Música, Arte e Cultura. As crianças, que nunca tinham visto flautas, agora tocam a Nona Sinfonia de Beethoven. Tem ainda o dono da academia e seu projeto que trabalha a motricidade, a respiração e a coordenação das crianças.

"Além dos mestres, há sempre um educador presente, orientando, observando o desenvolvimento dos alunos", diz a diretora do Instituto Lumiar, braço educacional da Fundação Semco, Daniella Dupont. Essas educadoras - três, precisamente - são as únicas funcionárias do município pagas pela prefeitura para atuar na escola. Mas elas recebem ainda um complemento de salário para trabalhar por mais horas, já que a escola é a única da cidade que atende as crianças em período integral.

"A gente brinca que nem sabe mais trabalhar numa escola tradicional", diz uma delas, Vivian Cristini Faria de Sá. A fundação investe R$ 5 mil por mês na escola. Além do pagamento de funcionários, o dinheiro é usado para complementar a merenda e comprar materiais como brinquedos, livros em francês e em inglês, mesas e cadeiras apropriadas para o projeto pedagógico.

Nos dois únicos espaços fechados da escola de Santo Antônio do Pinhal, as carteiras não são viradas para a lousa. As mesinhas coloridas têm ângulos que, juntas, formam um hexágono, com as crianças olhando umas para as outras. O professor não tem mesa, as lousas estão em todas as paredes e vão de cima a baixo - uma delas, digital, doação de outra empresa parceira, a Smart Board.

"Somos contra a imagem de que o educador fica na frente da sala, transmitindo o conteúdo", explica Daniella. "Hoje, o conteúdo está em todo lugar, disponível para todo mundo, mas as competências e habilidades para compreendê-los não estão", afirma Ana.

DEMOCRACIA

Semanalmente, a escola completa o rol de inovações com um momento democrático de discussão de regras, eventos e pequenos acontecimentos da vida dos alunos. É a chamada roda, num modelo semelhante ao usado na Escola da Ponte, em Portugal, que existe há 28 anos e só recentemente foi reconhecida pelo Ministério da Educação do país. Lá, os objetivos, tarefas e deveres dos alunos são decididos por eles mesmos em assembléias. No interior de São Paulo, existe apenas um começo dessa prática, quase uma tentativa. Entre as decisões mais importantes já tomadas está a mudança do início das aulas, de 8 horas para as 9 horas.

No estabelecimento mantido pela fundação na capital, a Lumiar, que fica nos Jardins, a roda é mais efetiva. Lá, os alunos escolhem até qual projeto vão seguir. "Há crianças mais velhas, que ajudam a conduzir a discussão e os adultos não precisam interferir tanto", diz Daniella.

Na semana passada, as crianças de Santo Antônio do Pinhal discutiam o que fazer com um colega que vinha importunando os outros, rasgando desenhos, atrapalhando atividades. "Acho que ele devia ficar três meses sem brincar no parquinho", sugeria um. "A gente devia xingar ele (sic)", palpitava outro. No fim, foi decidido, com o auxílio das educadoras, que a mãe do menino-problema seria chamada à escola.

Paraná pesquisa até o DNA do pinhão

Enquanto isso, em Anitápolis o pessoal acha que o nosso pinheiro faz mal para o gado. Já o Pinus "Idiotis" não faz mal nenhum, né, caras pálidas? Só dá lucro! :-(

Paraná pesquisa até o DNA do pinhão

João Carlos de Faria - O Estado de S.Paulo

- O professor-sênior do Programa de Pós-Graduação de Produção Vegetal da Universidade Federal do Paraná, Flávio Zanette, explica que o pinhão resulta do cruzamento entre duas árvores diferentes. ''Por isso há uma variabilidade muito grande de ''raças'', pelo menos 18 já identificadas'', diz. ''Estamos fazendo pesquisas com DNA das plantas para mapeá-las melhor.'' A mais comum é fruto da Araucaria angustifolia. Outras raças são o pinhão-caiová, que mede de 13 a 14 centímetros - os demais têm em média 9 centímetros -, e o macaco, que germina na pinha e não cai, além do amendoim, mais avermelhado. ''Nada nos garante que o farinha seja diferente das raças do Sul, embora as diferentes condições da região podem ter feito evoluir uma raça nova.''

Natura faz parceria com Amapá para repartir lucro

E na Mata Atlântica da região da Serra Catarinense, quantos produtos poderiam ser aproveitados e não o são?

Natura faz parceria com Amapá para repartir lucro
Luiza de Carvalho
21/05/2008

Um novo modelo de acesso das empresas aos ativos naturais localizados em comunidades nativas será colocado em prática pela primeira vez no Amapá. A Natura assinou segunda-feira desta semana um contrato de repartição de benefícios com a comunidade da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e com o governo do Amapá para explorar copaíba e castanha do Brasil, mais conhecida como castanha do Pará.


A comunidade receberá um percentual sobre o lucro da venda de produtos que contenham esses insumos, por meio de um fundo administrado pela Secretaria do Meio Ambiente do Amapá. Até então, esse tipo de contrato não tinha o intermédio de governos.


De acordo com dados do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen), órgão do Ministério do Meio Ambiente responsável pelas autorizações de acesso ao patrimônio genético, até agora 21 contratos de repartição de benefícios foram concedidos. No caso das empresas, o acesso não é pleiteado somente com a intenção de pesquisa, mas também de desenvolvimento tecnológico e bioprospecção, que é a exploração com potencial de uso comercial - desses tipos, há 71 processos em trâmite no órgão. As inúmeras imposições legais para o acesso, quase sempre restrito a empresas de grande porte, exigem anos de negociações com as comunidades.


O relacionamento da Natura com a comunidade do Iratapuru, onde moram cerca de 400 pessoas, teve início em 2000. Dois anos depois a empresa firmou um contrato para comprar breu branco, uma resina perfumada, castanha do Brasil e copaíba, planta cujo óleo tem uso medicinal e para a fabricação de perfumes. O contrato de repartição de benefícios assinado nesta semana, em negociação desde 2005 com a comunidade e a Secretaria do Meio Ambiente do Amapá, abrange os dois últimos ativos, deixando de lado o breu branco. As três partes envolvidas criarão um Conselho Deliberativo responsável pela administração dos recursos, que serão repassados pelo governo estadual e devem ser aplicados em benefício da região. "A própria comunidade escolherá que tipos de projetos merecerão o investimento", diz Rodolfo Guttilla, diretor de Assuntos Corporativos da Natura.


Para Manoel Reinaldo Costa Ferreira, presidente da comissão de acesso à biodiversidade do Amapá, a participação do governo no contrato é essencial para controlar o acesso ao patrimônio genético e às comunidades doEstado, que possui cerca de 92% de suas florestas preservadas. Isso porque a Medida Provisória nº 2.186, de 2001, conhecida como Lei da Biodiversidade, não especifica certos critérios da repartição de benefícios e, nesse caso, é complementada pela legislação estadual.


Há outras empresas de olho na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru. A International Flavors & Fragances (IFF) do Brasil, multinacional que vende aromas e fragrâncias a cerca de 400 indústrias de bens de consumo, possui um contrato de compra de castanha com a comunidade desde 2006 e agora tenta estabelecer a repartição de benefícios - um contrato similar ao da Natura que está sob análise do governo do Amapá.
(da ValorOnLine: http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/285/empresasetecnologia/empresas/Natura+faz+parceria+com+Amapa+para+repartir+lucro,08215,,51,4941365.html)

terça-feira, 20 de maio de 2008

PF prende 24 por exploração ilegal de carvão vegetal

Será que todo carvão de Anitápolis é legal?

PF prende 24 por exploração ilegal de carvão vegetal

da Folha Online

A Polícia Federal já prendeu nesta terça-feira 24 pessoas acusadas de exploração ilegal de carvão de vegetação.

A operação, batizada de Diamante Negro, cumpre 34 mandados de prisão e cinco de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Mato Grosso do Sul.

De acordo com a PF, o carvão extraído de forma ilegal era utilizado na indústria siderúrgica de Minas Gerais e São Paulo.

A PF detectou a participação de servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), da Polícia Rodoviária Federal, da Agenfa (Agência Fazendária) e Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) no esquema.

A operação conta com a participação de 140 policiais federais e 30 policiais rodoviários federais.



(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u403780.shtml)

Stephanes fala em nacionalizar jazidas minerais

Hummm! Pelo que consta neste artigo pode demorar até a Bunge/Yara começarem a explorar...

Stephanes fala em nacionalizar jazidas minerais

RODRIGO VARGA
da Agência Folha, em Cuiabá

O ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) disse, ontem, durante lançamento do programa Territórios da Cidadania, em Cuiabá, que reduzir a dependência do Brasil de insumos importados para produção de fertilizantes é uma questão estratégica para o país, um dos maiores produtores agrícolas do mundo.

Para isso, o ministro não descarta a nacionalização de jazidas que não estariam sendo devidamente exploradas. "Até se for necessário sim. É uma questão estratégica, mas para médio e longo prazo", afirmou. Ele ressaltou também que o governo federal não tem uma solução em curto prazo para enfrentar a alta nos preços dos fertilizantes.

"A não ser que você comece a subsidiar", avaliou o ministro, que destacou a necessidade de o Brasil "resolver este problema internamente". "A questão não é de tarifa. A questão é que somos importadores de alguns elementos como o potássio, em torno de 80%, e o fósforo, 60%, e nitrogenados, que importamos em grandes quantidades.

São pequenos grupos que controlam isso no mundo inteiro, são poucas jazidas no mundo, e há um crescimento enorme dos preços".

Presente ao evento, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), um dos maiores produtores de soja do país, fez coro à nacionalização. Lembrou que o custo por tonelada de fertilizantes saltou, nos últimos anos, de US$ 200 para até US$ 1.000. "Essa diferença está consumindo todo o ganho que o produtor teria", disse o governador, que defendeu a busca por alternativas nacionais.

"É preciso identificar essas jazidas, saber em nome de quem elas estão registradas e, se for preciso, retirar as licenças daqueles que fizeram a opção de não utilizar essas jazidas. Entre dois e cinco anos, teríamos um volume maior de insumos, e os preços seriam reduzidos", disse Maggi.

Levantamento

O ministro Stephanes disse que o governo vem fazendo um levantamento das jazidas nacionais para aumentar a produção interna de nitrogênio, fósforo e potássio, insumos empregados na produção de fertilizantes. "Então nós já sabemos que temos jazidas no Brasil. Precisamos é adotar medidas para que elas sejam efetivamente exploradas", disse o ministro.

No caso específico do fósforo, o governo já identificou que novas minas privadas poderiam ser exploradas, reduzindo as importações. O problema é que as empresas que deveriam fazer isso acabam se valendo de uma legislação de 1966 para retardar a exploração porque não têm interesse em aumentar a produção aqui. Com isso, alegam que estão se dedicando a pesquisas.

Segundo Stephanes, o setor é controlado por "quatro ou cinco" grandes empresas no mundo. "São as mesmas que controlam a distribuição no Brasil e, depois, adquirem a produção".

No caso dos nitrogenados, a base é o gás, que o Brasil também é dependente. "Possivelmente, dentro de dois anos, com a exploração das minas de gás na bacia de Santos, o Brasil vai ter condições de se tornar auto-suficiente", disse o ministro.

"No caso de potássio, temos duas minas: uma em Sergipe e uma outra em Nova Olinda, no Amazonas, que ainda não está em exploração por conta de discussões ambientais e de viabilidade técnica, mas é uma jazida muito grande e que poderia abastecer quase a metade das necessidades brasileiras", afirmou Stephanes.

Colaborou SHEILA D'AMORIM, da Sucursal de Brasília


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u403653.shtml)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Outro bom exemplo: Onde gado e floresta não brigam

É possível! Meu sonho é ver os rios aqui da nossa serra, TODOS, com a mata ciliar cheia de pássaros e pequenos animais vivendo protegidos da caça ilegal e imoral...

Onde gado e floresta não brigam

Niza Souza - O Estado de S.Paulo

- Há mais de 50 anos o pecuarista José Luiz Niemeyer começou um trabalho de preservação em sua fazenda, em Guararapes (SP). Recuperou nascentes, reflorestou área de reserva legal e, o mais importante, segundo ele, conscientizou funcionários e moradores sobre a importância da preservação. Tudo sem deixar de produzir alimentos, com lucro.

Hoje, a Fazenda Terra Boa é um exemplo de que é possível e viável o Brasil continuar produzindo cada vez mais alimento sem degradar o meio ambiente. Não à toa, o tema da Expozebu este ano, que terminou no sábado, em Uberaba (MG), foi a pecuária sustentável. ''Resolvemos tratar da sustentabilidade porque é o tema do momento. Temas como aquecimento global preocupam. A pecuária não é a vilã, a grande responsável por isso, mas o assunto tem de ser discutido'', argumenta o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), José Olavo Borges Mendes. Ele admite, porém, que ainda há criadores que degradam matas e florestas. ''Não há uma fórmula mágica que resolva o problema. O ponto de partida é a conscientização.''

NOVO DESAFIO

Após os ganhos crescentes de produtividade e qualidade, o domínio tecnológico e a profissionalização, a nova fronteira a ser conquistada pela agropecuária, acredita Mendes, é a sustentabilidade. ''Temos de ter capacidade de suprir as necessidades imediatas de alimentos e matérias-primas sem comprometer o futuro do planeta e das próximas gerações'', diz Mendes.

A Fazenda Terra Boa, por exemplo, tem mais de 1.800 hectares de área e conquistou importantes certificações: a ISO 14001, de gestão ambiental, e a GlobalGap (antiga EurepGap), que garante que a produção é realizada com o mínimo de impactos negativos de operações agrícolas no meio ambiente, redução do uso de insumos químicos e garantia de uma abordagem responsável dos assuntos de saúde e segurança dos empregados e saúde animal. ''Em 1957 ganhei um prêmio regional de conservação, quando ninguém ainda falava em preservação ambiental'', diz Niemeyer. ''Isso não é só cuidado. Acho que é uma obrigação. Todas as ações que adotamos aqui, desde a preservação de APPs até tratamento de esgoto, coleta de lixo reciclável e treinamento de brigada de incêndio, torna melhor a qualidade de vida de todos.'' Além da pecuária, com cerca de 2.500 animais abatidos por ano e 350 cabeças de gado PO, Niemeyer produz cana e grãos, em sistema de rotação. ''Prefiro produzir a cana e não arrendo a terra para usina, justamente para garantir o manejo correto.''

ÁGUA

As lavouras e a pastagem, ressalta, são plantadas longe das margens dos rios, que foram cercadas para evitar o acesso dos animais. Nessas áreas, há apenas a vegetação nativa, para conservar o solo e evitar erosão e assoreamento. ''Planto 40 mil mudas por ano de nativas para reflorestar as áreas de preservação. Daqui a alguns anos essas árvores formarão um corredor ecológico para aves e outros animais.''

Todos esses cuidados podem não dar lucro imediato, mas o produtor diz que, ''a longo prazo, a natureza retribui''. Além disso, algumas empresas também já começam a recompensar produtores como Niemeyer. ''O frigorífico me paga um bônus de 3% no valor da arroba por causa da certificação GlobalGap'', afirma.

Na Fazenda Sussego, a apenas 7 quilômetros do centro de Uberaba (MG), a paisagem surpreende. Todas as nascentes são cercadas e têm uma grande faixa de mata ciliar no entorno. ''Só de cercar as nascentes, para que o gado não tenha acesso, a gente já percebe a natureza se recompor naturalmente'', diz o criador de gado de corte da raça brahman Gabriel Prata Rezende.

Na fazenda, de 100 hectares, também há alguns bolsões para conter a água da chuva. Para ele, preservar a água, ''que vale mais do que qualquer combustível'', é uma das grandes preocupações dos pecuaristas. Além das áreas de reserva legal, Rezende também faz questão de manter diversas árvores no pasto, que dão sombra ao gado. ''É a preocupação com o bem-estar do animal.''

(de http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup172375,0.htm)

Projeto recupera matas

Muito boa a idéia! Porque não aplica-la para recuperar as matas ciliares em Santa Catarina? Empresas interessadas e engajadas não faltam! E rios importantes se as suas matas de proteção às margens também não faltam! Vejam por exemplo o rio Cubatão, em Santo Amaro da Imperatriz, para citar apenas um...

Projeto recupera matas

O Estado de S.Paulo

- Para incentivar a recuperação de matas ciliares no Estado de São Paulo, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado está lançando o Banco de Áreas para Recuperação Florestal. A idéia, conforme a coordenadora do Projeto de Recuperação de Matas Ciliares da secretaria, Helena Carrascosa, é criar um canal entre o produtor que precisa e quer recuperar áreas degradadas em sua propriedade e não tem condições financeiras e a empresa ou indústria que quer compensar emissão de carbono e não tem área disponível para isso.

''Vamos juntar quem quer recuperar e não tem dinheiro com quem quer financiar o plantio'', explica. Cerca de 340 hectares de áreas ciliares já estão disponíveis no banco de áreas e já podem receber investimentos de pessoas físicas ou jurídicas. O banco faz parte do Projeto Ambiental Estratégico Mata Ciliar, da Secretaria do Meio Ambiente.

Os proprietários de terra interessados podem cadastrar áreas rurais que tenham nascentes ou fiquem perto de cursos d''água. Já as empresas interessadas em investir no reflorestamento, como neutralização de emissões de gases de efeito estufa ou mesmo como ação de responsabilidade social, podem consultar o banco de áreas e solicitar as informações sobre áreas específicas.

A inscrição da área no banco é voluntária e sem custo. No entanto, é necessário que o proprietário da terra comprometa-se com a manutenção e o monitoramento da mata após a recuperação.

Na área não deve haver nenhuma obrigação legal (judicial ou administrativa) para a recuperação. O formulário para inscrição e a lista de áreas já disponíveis podem ser acessados pelo site www.ambiente.sp.gov.br/mataciliar.


(de http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup172369,0.htm)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Produção orgânica cresce em Santa Catarina

Está aí uma forma de depender menos de fosfato e outros insumos...


PRODUÇÃO ORGÂNICA CRESCE EM SC
Hoje às 8h30, em Florianópolis, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC (Epagri) apresenta em sua sede 20 produtores orgânicos e suas entidades e empresas, que estarão apresentando alimentos in natura e beneficiados, produzidos sem o uso de agrotóxicos, além de artesanatos, de diversas regiões de Santa Catarina. Também serão divulgados trabalhos técnico-científicos da Epagri, em forma de painéis. A atividade em Santa Catarina, que divide com São Paulo o quarto lugar no ranking nacional da produção orgânica, cresce cerca de 20% ao ano. No mundo inteiro, o comércio de produtos orgânicos, ou seja, aqueles produzidos sem uso de agrotóxicos e adubos químicos, atingiu recentemente a quantia de U$ 35 bilhões, com crescimento de 20% ao ano. No Brasil, apesar da produção orgânica/agroecológica ainda ser percentualmente bem menor que a da agricultura convencional, ela apresenta um crescimento recorde de 40% anual, passando de U$ 150 milhões comercializados em 2001/2002 para U$ 500 milhões na safra 2006/2007. A preferência dos consumidores por alimentos de melhor qualidade, sem risco de contaminação química, é a grande mola propulsora deste segmento cada vez maior do mercado. “Em Santa Catarina, há 15 anos tínhamos cinco ou seis associações de produtores agroecológicos, e hoje já passam de 60 entidades e mais de duas mil famílias”, comemora o coordenador do Projeto de Agroecologia da Epagri, Paulo Tagliari, ressaltando que os pioneiros no sistema orgânico foram Ongs e produtores que, desde o início, acreditaram nesta nova maneira de conduzir a agricultura. Pesquisadores da empresa estão instalando inúmeros experimentos científicos nas estações experimentais da Epagri e propriedades de agricultores, alguns em parceria com as universidades federal e estaduais, escolas agrotécnicas e outras entidades, para testar novas técnicas e repassá-las aos empresários rurais que estão apostando na produção agroecológica. Ao mesmo tempo, extensionistas, nos vários escritórios locais da Epagri, em todo o Estado, não dão conta de assistir à intensa demanda dos produtores rurais e interessados na produção orgânica. “Sem contar que a demanda dos países do Hemisfério Norte pelos alimentos e fibras da produção orgânica está aumentando exponencialmente”, informa o presidente da Epagri, Murilo Flores, garantindo que o Brasil e SC tem condições de em curto e médio prazo atender esta procura, trazendo renda para a agricultura familiar e empresarial brasileira. Agricultura orgânica reduz o gasto com petróleo - A produção orgânica de alimentos utiliza o mínimo de insumos externos e evita os agroquímicos (fertilizantes químicos e agrotóxicos) que são todos derivados de petróleo.Em termos energéticos a produção agroecológica é de 15 a 20 vezes mais eficiente que a produção convencional agroquímica. Neste momento que o mundo está preocupado com a escassez de alimentos e energia oriunda do petróleo, a agricultura orgânica tem demonstrado cabalmente que a produção de alimentos e energia por meio de manejo ecológico/ambiental já é uma realidade pois no mundo atualmente são mais de 12 milhões de hectares cultivados organicamente e crescendo constantemente, conforme dados já revelados.
(do Jornal Absoluto de 08/05/2008 - http://jornalabsoluto.com.br/)

quarta-feira, 7 de maio de 2008

São Paulo agora também pode criar reserva particular

Alguém saberia me dizer se aqui em Santa Catarina há um programa similar? Pelo que conheço da FATMA acho difícil!

São Paulo agora também pode criar reserva particular

Niza Souza - O Estado de S.Paulo

- Depois de quase três anos de espera, a produtora rural Daniela de Azevedo Souza, de Guatapará (SP), recebeu no mês passado o certificado que oficializa a criação de sua Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), com 186 hectares, chamada de RPPN Toca da Paca. Esta é uma das quatro primeiras reservas reconhecidas em São Paulo depois que o Estado criou o programa de RPPN e passou a fazer o reconhecimento oficial, antes feito apenas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O primeiro requerimento para criação e projeto de uso da RPPN feito por Daniela foi em outubro de 2005, junto ao Ibama regional. ''Demoraram para fazer a vistoria. Depois surgiu uma diferença entre a planta georrefenciada da área e a planta original, o que emperrou o processo'', recorda. ''No fim do ano passado fiquei sabendo da portaria estadual e resolvi cancelar o processo no Ibama. Montei um novo processo, idêntico, e dei entrada na Fundação Florestal. Em quatro meses ficou pronto'', conta a produtora.

É justamente para tornar mais ágeis os processos e aumentar o número e a área de reservas particulares no Estado que a Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo criou o decreto 51.150, de outubro de 2006, que estabelece a criação de RPPNs no âmbito estadual. Em São Paulo, a Fundação Florestal, em parceria com a Federação das Reservas Ecológicas Particulares do Estado de São Paulo (Frepesp), são responsáveis pelo reconhecimento.

De acordo com o diretor-executivo da Fundação Florestal, José Amaral Wagner Neto, no programa estadual há um prazo máximo de 120 dias para reconhecimento da RPPN, desde o protocolo até o fim do processo. Ele destaca, entretanto, que esta é mais uma opção para os proprietários de terra. ''O Ibama continua fazendo os processos de criação de RPPN.''

ÁREA PROTEGIDA

As quatro reservas particulares reconhecidas pelo Estado têm ao todo 814 hectares, que se somam aos 3.348 hectares já existentes nas 33 RPPN paulistas. Além da Toca da Paca, foram criadas a RPPN Paraíso, em Mairiporã, a Olavo Egydio Setúbal, em Lençóis Paulista e Borebi, e a Mahayana, em Mogi das Cruzes. Segundo Wagner Neto, São Paulo estava muito atrasado nesse processo. Outros Estados, como Minas Gerais e Paraná, já tinham programas estaduais nesse sentido.

Agora, com maior agilidade no processo, a expectativa é dobrar o número de RPPN no Estado até o fim do ano. ''Temos em São Paulo em torno de 3,5 milhões de hectares remanescentes de vegetação nativa. Destes, 1 milhão de hectares estão em parques e estações ecológicas, que são propriedades públicas. O restante, quase 2,5 milhões de hectares, são fragmentos de vegetação nativa a serem preservados.''

INFORMAÇÕES: Tel. (0--11) 2997-5063
(de http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup168601,0.htm)