sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

União quer punir cliente de quem desmata

Muuuuito bom!
União quer punir cliente de quem desmata
Daniela Chiaretti
29/02/2008

Célio Jr
Philip Fearnside, pesquisador do Inpa: "O Brasil é um dos países que vai sofrer mais com o aquecimento global"
Alguns conceitos começam a ganhar força nas palestras sobre Amazônia que ocorrem esta semana em Berlim. Um deles é o serviço ambiental que presta quem preserva a floresta - vale para comunidades indígenas, para ribeirinhos, para caboclos, e até para o país, depende de quem puxa o assunto. Outra idéia forte é responsabilizar toda a cadeia produtiva pelo desmatamento. "A idéia é atacar não só a oferta, mas a demanda", disse Fernanda Carvalho, assessora da secretaria executiva do Ministério do Meio Ambiente, em sua participação no seminário "Clima e Mudanças na Amazônia", promovido pela Fundação Heinrich Böll, ligada ao movimento verde alemão.


A partir de março, as propriedades na Amazônia Legal que tiverem desmatado além dos 20% permitidos em área de floresta poderão ter a área desmatada embargada até que os proprietários acertem com os órgãos públicos o que devem fazer. "Assim, formaremos uma lista de propriedades com embargo, que estará disponível na internet. Quem comprar produtos dali poderá sofrer sanções", afirmou Fernanda.


A medida está contida no decreto presidencial 6321, de 21 de dezembro de 2007, o mesmo que traçou estratégias para conter o estrago provocado nos 36 municípios onde o desmatamento explodiu nos últimos meses. A operação de fiscalização com a aplicação da penalidade do embargo começa no mês que vem. Será coordenada pelo Ibama junto à Polícia Federal, Exército, Polícia Rodoviária Federal, e está prevista no artigo 12 do decreto. Ele altera o decreto 3.179, de 1999, que dispõe sobre os crimes ambientais.


No caso de desmatamento ilegal, explica Fernanda, o agente embargará a área, que depois será georeferenciada - ou seja, demarcada de forma que qualquer alteração no uso da terra poderá ser verificada por satélite. "Teremos uma lista de quem descumprir o embargo. Naquela área, não se poderá plantar soja ou jogar pecuária. A idéia é que ela seja recuperada", prosseguiu. "Queremos envolver nesse esforço os traders e os frigoríficos. Se alguém comprar do fulano que está na lista, receberá multa em dobro e terá exposição pública", continuou. "Estamos contando com isso, com o fator vexame dessa história. É uma iniciativa que busca frear a expansão desordenada da fronteira agrícola."


Durante sua participação, Fernanda procurou convencer o público de que o Brasil tem governança sobre o desmatamento e que o Ministério do Meio Ambiente busca um novo modelo de desenvolvimento da Amazônia. Reconheceu que o desafio é gigantesco. "Gosto de dizer que a dinâmica do desmatamento é que ela é dinâmica", explicou. Se antes a destruição ocorria em grandes áreas, hoje ela ocorre em áreas menores e é muito mais pulverizado pelos Estados da Amazônia Legal.


O tamanho do problema foi analisado cientificamente por Philip Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), de Manaus. Ele exibiu alguns dos modelos científicos existentes, feitos por vários institutos mundiais, onde se simula o que poderia acontecer em diferentes regiões da Terra, com variação de condições climáticas. Ele traçou paralelos entre o aquecimento global e o aquecimento das águas do Pacífico, levando ao fenômeno conhecido como El Nino. Mostrou os efeitos da seca na Amazônia, lembrou as mortes pela seca na Etiópia, as enchentes em Santa Catarina. "Essas mudanças climáticas são gravíssimas", disse.


O pior, no caso brasileiro, é que "há um descompasso entre a parte científica e a representação do Brasil nas negociações internacionais", disse Fearnside, lembrando que a delegação brasileira teria feito objeções sobre a menção da possibilidade de savanização da Amazônia em um resumo de texto do IPCC, o braço científico da ONU. "O Brasil é um dos países que vai sofrer mais com o aquecimento global, pela mudança no regime de chuvas e efeitos na biodivesidade", afirmou. "A floresta tem valor. Não dá para esperar e negociar depois. Algo tem que ser feito agora."


A jornalista viajou a convite da Fundação Heinrich Böll

(de http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/285/primeirocaderno/brasil/Uniao+quer+punir+cliente+de+quem+desmata,08292,,63,4805436.html)

Organismos biológicos provocam chuva e neve, diz estudo

Mais um ponto a favor da hipótese de Gaia:

Organismos biológicos provocam chuva e neve, diz estudo

da France Presse, em Chicago

Organismos biológicos têm um importante papel na formação da chuva e da neve, segundo um estudo publicado na quinta-feira (28) na revista "Science".

A descoberta destes seres vivos e sua importância no ciclo da água poderiam ajudar os pesquisadores a realizarem prognósticos mais precisos sobre o tempo e ter uma melhor compreensão da relação entre a biosfera e o clima, garantiram os autores do estudo.

Estes organismos poderiam ser utilizados até para levar chuvas a zonas áridas, afirmou o principal autor, Brent Christner, da Universidade de Louisiana.

Não é novidade para os cientistas que para a formação dos cristais de gelo nas nuvens, que depois se transformam em chuva ou em neve, são necessárias partículas chamadas nucleadores de gelo.

No entanto, até agora não se sabia que a maioria das partículas ativas que participam deste processo é de seres vivos.

Christner e sua equipe não determinaram ainda o volume de precipitação que pode se formar graças a estes organismos.

Mas encontraram uma presença mais forte destas partículas na neve recolhida na França do que na do norte do Canadá e da Antártida. Estas podem ser liberadas pela radiação do sol ou pela poeira levantada da terra, que são levadas pelo vento.

O fato de as partículas terem sido encontradas em amostras de neve da Antártida demonstra que elas podem se deslocar por grandes distâncias, afirmou Christner.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u377354.shtml)

Tremores de terra atingem interior do Ceará

Não tem nada a ver com o ambiente de nossa serra, mas só quero deixar registrado que parece haver uma falha geológica nesta região do Ceará... Por que não estudam isso? Quem sabe pode ocorrer futuramente uma cisão continental lá? Surgiria uma nova "língua de terra", como a Baixa Califórnia... Impossível? O tempo dirá!


Tremores de terra atingem interior do Ceará

SOLANGE SPIGLIATTI - Agencia Estado

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SÃO PAULO - Pelo menos cem tremores foram sentidos pela população na madrugada de hoje, no interior do Ceará, segundo informações da Defesa Civil do Estado. O epicentro dos tremores, que vêm sendo registrados desde o dia 28 de janeiro, segundo a Defesa Civil, está entre a comunidade de Jordão, em Sobral, e o município de Alcântara, na região norte do Ceará. Os tremores, que começaram por volta das 2 horas, continuarão a ser sentidos pelos moradores, de acordo com a Defesa Civil.



Ninguém ficou ferido. Apenas algumas casas, que já haviam sofrido com tremores anteriores, ficaram rachadas. A Defesa Civil está realizando um trabalho junto à população para que os moradores aprendam a conviver com o fenômeno, segundo técnicos. Entre os microtremores, o de maior intensidade chegou a 3.9, podendo ter chegado a 4 pontos, segundo a Defesa civil. Os especialistas explicam que esses abalos sísmicos são típicos dessa região do Nordeste, por conta da acomodação das placas terrestres.


(de http://www.estadao.com.br/geral/not_ger132622,0.htm)

Fogão que cozinha e produz eletricidade é de fácil adaptação.

Outra coisa: os fogões a lenha do tipo "econômico" são muito mais recomendáveis do que os tradicionais de "boca grande", pois realmente são mais econômicos! Além de que podem esquenar água, basta colocar uma serpentina!

Fogão que cozinha e produz eletricidade é de fácil adaptação, disem beneficiados.

Depois de dois anos de testes e adaptações na Funtac, o fogão passa à fase de experiência a campo. Até esta etapa da implantação, as famílias se dizem bem adaptadas à nova tecnologia e afirmam sentirem-se bastante beneficiadas. 5 lâmpadas + um TV de 14 polegadas. 12,0 V Bateria grande,de 150 Amperes. R$ 5.000,00 tudo. O Governo do Estado, através da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) conclui esta semana a instalação dos 27 fogões Geralux nas casas de famílias isoladas da Reserva Chico Mendes. O equipamento cozinha e produz eletricidade. Na mesma queima de madeira utilizada para o preparo dos alimentos, o fogão Geralux produz energia suficiente para acender três lâmpadas e ligar uma televisão ou outros equipamentos de baixo consumo, como rádio. Depois de dois anos de testes e adaptações na Funtac, o fogão passa à fase de experiência a campo. Até esta etapa da implantação, as famílias se dizem bem adaptadas à nova tecnologia e afirmam sentirem-se bastante beneficiadas. .Levar o equipamento até as casas foi à parte mais complicada devido à dificuldade de acesso eao peso do kit da mini –usina, que pode chegar a 140 quilos. Na maioria dos casos, o transporte foi feito nas costas e demandou o trabalho de vários homens em caminhas de muitos quilômetros pelos varadouros e mangas dos seringais. ¨É uma operação de guerra¨, disse Nadma Kunrath, coordenadora estadual do Programa Luz Para Todos e gerente do Centro de Referência de Fontes de Energia Alternativa da Funtac. As fontes de energia podem ser classificadas em primárias, secundárias, renováveis e não-renováveis. As fontes primárias são aquelas cujos combustíveis são substâncias naturais, como o petróleo, o carvão mineral, o gás natural e a lenha. As fontes secundárias são aquelas que trabalham com combustíveis derivados de outros combustíveis,como o óleo diesel e a gasolina (derivados do petróleo). As fontes renováveis são aquelas que têm seus combustíveis inesgotáveis ou que suas reposições são realizadas em curto prazo. O sol é uma fonte de energia renovável porque é considerada inesgotável. A lenha, o bagaço de cana e o álcool são fontes renováveis para as usinas termelétricas porque são produzidos e repostos em curto prazo. Os lagos são fontes renováveis porque a água é rapidamente reposta pelas chuvas. As fontes não-renováveis são aquelas que têm seus combustíveis renovados em séculos ou milênios, como o petróleo e o gás natural. No Acre, há vários estudos em andamento para geração de energia: o painel solar, o fogão Geralux, a biomassa, o biodiesel e as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Até agora, os dois primeiros apresentaram o melhor resultado e a mais positiva relação custo\benefício para atender famílias isoladas. O Geralux é também mais ambientalmente correto do que os fogões tradicionais. Ele economiza até 50% da lenha empregada, além de reter toda a fuligem no próprio fogão – No entanto, o criador do fogão, Ronaldo Sato, e Nadma Kunrath aconselham os colonos a não abandonarem os fogões tradicionais para não gerar problemas de adaptação. O Geralux não utiliza caldeira, o que simplificou sua construção e reduziu riscos de acidentes. O vapor gerado no trocador de calor é transformado em energia mecânica e, a seguir, elétrica. A energia é armazenada em uma bateria comum de automóvel - cerca de 30% de sua carga é suficiente para a iluminação da residência em um período de 4 a 5 horas. Para recarregar a bateria utiliza-se o calor produzido no fogão durante o cozimento diário de alimentos.

COM MUNK OU SERVIÇO BRAÇAL, FOGÃO PERCORRE VARADOUROS E TRILHAS - Os kits foram levados em caminhões até a comunidade Rio Branco, no Seringal Floresta. Dali, seguiram conduzido em camionetas até a entrada dos varadouros e levados até as residências carregadas pelos trabalhadores dos programas Luz Para Todos e Centro de Referência de Energia Alternativa da Funtac, em caminhadas que duravam até uma hora mata adentro. Devido ao peso, alguns foram transportados sem a caixa de madeira de 22 quilos. Um caminhão munk ajudou a remoção dos fogões. Trabalhadores da Luz Para Todos e da Funtac, além de moradores, ajudaram no transporte dos fogões. Beneficiados são ligados à extração de látex para a fábrica de preservativos. As famílias beneficiadas são em geral vinculadas ao projeto de extração de látex para a Natex, a fábrica de preservativos de Xapuri. Elas vivem nos seringais Nova Vida, Floresta e Nazaré. O kit é composto pelo fogão, baterias e chaminés, além de duas panelas e um bule. O diretor-presidente da Funtac, César Dotto, investiu R$500 mil no projeto até esta fase. Na aquisição do kit foram aplicados R$135 mil. O formato atual é a quarta versão do protótipo da mini-usina. A quinta, diz Ronaldo Sato, será definitiva. Ao invés do motor que faz algum ruído, virá com uma silenciosa turbina e será mais leve. Os testes de campo, que devem durar seis meses, indicarão novas adaptações. No último sábado, 20, o vice-governador e assessores do governo visitaram a casa de João Rinaldo e Raimunda Maia, na Colocação Rio Branco, no Seringal Floresta. A rede convencional da Luz Para Todos não consegue chegar à residência e a família recebeu o fogão. ¨Estou muito satisfeito. Com o fogão a gente faz comida e tem a luz¨, afirmou Rinaldo, que viveu doze anos naquela casa sob a luz de lamparina à noite. Nesta fase, o fogão é capaz de manter três lâmpadas, um aparelho de som e uma televisão. Numa versão futura, pretende-se ampliar sua capacidade.

UMA ALTERNATIVA A MAIS DE ENERGIA PARA 20 MIL EXCLUÍDOS - A proposta da Funtac é incluir o Geralux no Programa Luz Para Todos como energia alternativa. Junto com a placa solar, que já atende a dezenas de famílias, o fogão chega aos isolados como o grande instrumento de inclusão elétrica no Acre. Coordenadora tanto do Luz Para Todos como do projeto de implantação do Geralux, Nadma Kunrath calcula que 20 famílias ainda vivam na escuridão em todo o Estado. Moradores antigos relembraram os tempos difíceis na reserva, quando, sem ramal, caminhavam seis horas desde Rio Branco até Xapuri para resolver negócios e fazer compras. ¨Hoje, faço o mesmo trajeto em meia hora com minha moto¨, disse Raimundo Barros, o Raimundão, morador do Floresta desde a década de 1980 e líder comunitário. Antônia Soares tem 67 anos e mora desde 1965 no Seringal Boa Vista, vizinho do Floresta, e, ao lado da neta, Miriam Pereira, 17, disse que todos em sua família estão bastante motivados com a vida na reserva porque os benefícios estão chegando cada vez mais. Antônia passou praticamente a vida toda tendo como uma única fonte de luz as lamparinas a querosene ou óleo diesel. Em muitas ocasiões, o sernambi, sobra de látex nas árvores de seringueira, servia como combustível fornecendo, durante algum tempo, uma luz amarela e tênue. ¨Mas eu não vou abandonar minha lamparina, não¨, disse Raimunda Maia, da Colocação Rio Branco, alegando que a velha luminária ainda pode servir.

FOGÃO REDUZ GASTO COM PILHA E COMBUSTÍVEL - O sernambi produz luz fraca e, por isso, nos dias atuais é pouco utilizado para combustão. O¨combustol¨, nas palavras dos seringueiros, vem dos postos de gasolina de Xapuri. Mesmo caro, o óleo diesel sai mais em conta que o querosene vendido nos armazéns. O diesel alimenta motores, que são ligados de dia para serviços e por um curto período à noite -e as lamparinas, com as quais é possível caminhar pela casa. Um dos primeiros a receber o fogão em casa, na Colocação Santa Clara, no Seringal Nazaré, Adagmar de Souza Franco gasta R$30 a cada dois meses apenas para recarregar a bateria de 12 volts que usa para acender um bico de luz e ligar o som de vez em quando. Com o fogão, acenderá mais três lâmpadas e ouvirá o rádio a hora que quiser sem custo algum. A lamparina era motivo de discórdia na hora do jantar na casa de Gilberlande Ferreira de Oliveira, o Branco, morador da Colocação Prato II, no Seringal Nazaré: ¨Eu pegava a lamparina para jantar sentado no chão. As meninas queriam ela para fazer outras coisas e a mulher ficava me recriminando¨, conta Branco. ¨Agora, acabou a briga¨. Damp, do Grupo BMG, começa produzir fogão no Parque Industrial de Rio Branco. Instalada no Distrito Industrial de Rio Branco, a empresa mineira DAMP Eletric, ligada ao Grupo BMG, irá investir na implantação de uma indústria para a produção inicial de 300 unidades ao mês. É possível que o fogão receba o nome de BMG Lux. Após todos os testes, o fogão deverá ser licenciado para fabricação em série. A partir daí, os custos serão bastante reduzidos. “É previsível que o preço do fogão caia a um terço do valor da placa solar”, exemplificou César Dotto, da Funtac. Principais vantagens do fogão: O fogão produz energia para ligar cinco lâmpadas e uma TV ou rádio, evitando assim a falta de informação e o maior isolamento da população; Não há contato com a fuligem ocasionada pela queima da lenha, que é a oitava causa de morte no Brasil; Há total aproveitamento do calor, o que não ocorre nos fogões à lenha tradicionais; Não produz fumaça; Consome 50% menos lenha; É ambientalmente correto. Por Edmilson Ferreira - edmilson.ferreira@ac.gov.br

(do "Jornal Absoluto" (http://jornalabsoluto.com.br/) de 29/02/2008)

O Dia “D” do consumo...

A inconsciência vai levar à morte... "Perdoai-os, êles não sabem o que fazem..."

O DIA “D” DO CONSUMO

A cada ano que passa, o consumo da humanidade supera mais rapidamente a capacidade de regeneração do planeta. Em 2007, no dia 6 de outubro, faltando quase três meses para o Reveillon, a humanidade já havia consumido todos os recursos naturais que o planeta seria capaz de repor naquele ano. Como estamos gastando cada vez mais rápido os recursos naturais, esse dia “D” acontece cada vez mais cedo. Em 1987, o ano do primeiro Ecological Debt Day, como é chamado o dia em que a humanidade passa a estar em débito em relação ao meio ambiente, ocorreu no meio de dezembro. Em 1995, ele pulou para o dia 21 de novembro. E no ano passado, chegou à marca histórica de 6 de outubro. Essa diferença entre o que o planeta é capaz de regenerar e o consumo efetivo das populações humanas provoca um saldo ecológico negativo que vem se acumulando ano após ano, desde a década de 80, e compromete, no longo prazo, a capacidade de sobrevivência da humanidade e de manutenção da vida no planeta como a conhecemos hoje.


O cálculo é feito pela Ong internacional Global Footprint Network, que tem entre seus integrantes o ambientalista e conselheiro do Instituto Akatu, Fábio Feldman e o pesquisador William Rees, da universidade canadense de British Columbia. Ress é co-autor da ferramenta conhecida como Pegada Ecológica, que serve de base para a análise de impacto do consumo apresentada ao mundo pela Ong. A pegada ecológica permite calcular qual é a área (em hectares) necessária para produzir tudo aquilo que consumimos e, ainda, absorver os resíduos desses processos, em um ano. A conta é feita considerando toda a quantidade de água e de espaço físico necessários para o plantio, pastagem, pesca etc.. Todo esse conjunto é chamado de “biocapacidade” do planeta, ou seja, a habilidade dos sistemas ecológicos de gerar recursos e absorver resíduos em um determinado período.*

Ao calcular o dia em a Pegada Ecológica total da Humanidade é igual à biocapacidade da Terra (ambos medidos em hectares por ano), os pesquisadores identificam em qual data a população da Terra atinge o seu limite de consumo para o período. De modo simples, esse é o dia em que começamos a usar mais recursos ambientais do que a Terra é capaz de renovar, em um ano. A partir desta data, o planeta funciona no vermelho. Juros Os “juros” cobrados pela natureza devido ao excesso de consumo já são conhecidos. Eles podem ser percebidos na forma de perda de bens e serviços ambientais - como a manutenção do equilíbrio climático. Modificar o padrão de exploração dos recursos e passar a usar apenas o que a natureza é capaz de produzir é a resposta para saldar a dívida e resolver um problema que se agrava continuamente.

“A humanidade tem várias saídas para mudar esse quadro, mas se permanecermos na inércia a e não fizermos nada, já sabemos que as conseqüências serão gravíssimas”, analisa o Prof. Genebaldo Freire Dias, Doutor em Ecologia e autor de diversos livros sobre a Pegada Ecológica. Infelizmente, os dados indicam que as mudanças adotadas até hoje são tímidas para alterar o rumo dessa história. Pelo contrário, os impactos parecem ser cada vez maiores. Em 1961, quando os cálculos da Pegada Ecológica começaram a ser realizados pela Global Footprint Network, a população humana já usava 70% da capacidade produtiva da Terra. Mas foi em 19 de dezembro de 1987, a primeira vez que consumimos mais recursos do que o planeta era capaz de renovar, em um ano.

Segundo os cálculos da pegada ecológica, feitos pela Global Footprint Network e publicados pelo WWF (World WildLife Fund) no relatório “Living Planet Report 2006”, em 2003 a população da Terra já consumia 25% a mais do que os sistemas biológicos poderiam renovar. Hoje, dados da mesma organização apontam um saldo negativo de 30%. Esse excedente de consumo (conhecido como “overshoot” pelos pesquisadores) significa que seriam necessários 1 ano e 110 dias - 475 dias - para que a Terra pudesse ser capaz de produzir novamente o que a população mundial consumiu no período de um ano, ou seja, em 365 dias. E, segundo a Global Footprint Network, o acúmulo desse consumo excedente ao longo dos anos acaba gerando um “déficit ecológico”, que compromete a integridade dos sistemas naturais.

Para entender a situação, na prática, imagine uma floresta, onde as árvores são cortadas mais rápido do que as novas mudas podem nascer e se desenvolver. Em algum tempo, o número total de árvores na floresta irá diminuir. Frutos, sombra, raízes etc. que ajudam a manter a qualidade do solo, a temperatura e a disponibilidade da água e alimentos também passarão a existir em menor quantidade, comprometendo a possibilidade da flora e fauna sobreviverem naquele ambiente. O mesmo pode acontecer com outros recursos, como as espécies de peixe comercialmente pescadas, as áreas agriculturáveis etc. Se um processo semelhante ocorre em diversos locais da Terra continuamente, o que acontece é a diminuição dos recursos existentes no planeta assim como da capacidade da natureza de responder aos impactos e se recompor. Desse modo, é como se alguém gastasse muito mais dinheiro em um ano do que é capaz de ganhar. Com o passar do tempo, sua dívida ficaria tão grande que mesmo que trabalhasse muito e ganhasse mais dinheiro, seria difícil saldar o déficit. O risco é a exaustão da capacidade do sistema de gerar recursos, assim como das forças do trabalhador. Em termos globais, hoje, precisaríamos de 1,3 planetas Terra para manter os atuais padrões de consumo, sem comprometer a capacidade de renovação da natureza. Naturalmente, o grande problema é que vamos continuar a ter apenas um, enquanto as demandas de consumo e a própria população não param de crescer. No ano 2000, por exemplo, gastou-se no nosso planeta em compras de produtos ou serviços domésticos, mais de 20 trilhões de dólares, quatro vezes mais do que em 1960, quarenta anos antes. Porém, nesse mesmo período a população da Terra dobrou, o que significa que cada pessoa, em média, passou a consumir duas vezes mais.

Não é possível prever até que ponto a Terra será capaz de resistir aos avanços consumistas da humanidade, diz Brooking Gatewood, gerente da Global Footprint Network, responsável pelos cálculos da Pegada Ecológica da Humanidade. “Nós não temos uma estimativa de quanto tempo levará até um ‘colapso ecológico’ ou a exaustão da capacidade da Terra de regenerar os recursos. Isso é impossível dizer, mas nós podemos afirmar que nossas analises mostram que, se a humanidade continuar adotando o modelo de desenvolvimento e consumo atuais, nós precisaremos de 2 planetas Terra em 2050, para prover os recursos que demandaremos”, afirma Gatewood. Na realidade, os cenários futuros traçados com base nos números da pegada ecológica mostram que há que se buscar, sem demora, um modo de consumir diferente, que inclua a consciência dos impactos que causamos ao nosso redor, sob pena de transformar a crise ecológica num processo irreversível. “É necessário buscar uma mudança profunda de paradigma para efetivamente solucionar os problemas que estamos vivendo no momento. A compreensão pode vir pelo bolso, pela educação ou pelo sofrimento. Resta saber qual maneira a nossa sociedade vai escolher”, analisa o Prof. Freire.

Agindo para solucionar - Mas o que cada um de nós pode fazer individualmente para diminuir a pegada ecológica da humanidade? Em primeiro lugar tomar consciência do problema e procurar saber quais são os impactos do seu estilo de vida - na sociedade, na natureza e sobre si mesmo. Há muita coisa que se pode fazer, partindo do princípio de reavaliar o consumo, seja de bens materiais ou de recursos naturais, ao tomar consciência de que dependemos destes para sobreviver. “As pessoas hoje esquecem que existe uma base biológica de sustentação da vida. Principalmente nas grandes cidades, onde o consumo é maior e a distância da natureza é grande. Sem essa base (biológica), não tem carro novo, nem shopping center, nem viagem para o Caribe”, desabafa o professor Freire. O Brasil tem uma pegada ecológica média de 2,1 hectares por habitante por ano, número superior à média mundial sugerida para que atingíssemos um padrão de consumo sustentável hoje, que seria de 1,8 (hectares/hab./ano), mas bastante próxima da média mundial per capta de 2,2. Você pode descobrir qual é a sua pegada ecológica no endereço www.earthday.net/Footprint/index.asp. Vale a pena fazer uma visita, descobrir como anda o seu ritmo de consumo dos recursos naturais e ver se não está na hora de repensar os hábitos. Para ajudá-lo nessa missão, o Akatu confeccionou os 12 Princípios do Consumidor Consciente que estão disponíveis na home-page do Akatu (http://www.akatu.org.br) na seção de Publicações/Manuais Práticos de Consumo Consciente.

Saiba mais sobre a Pegada Ecológica e mobilize-se:

A Global Footprint Network e seus 85 parceiros internacionais realizam todos os anos uma campanha internacional de mídia para divulgar o Ecological Debt Day e a Earth Day Network organiza em abril a comemoração do Dia da Terra, em todo mundo.

Quem quiser participar das campanhas internacionais pode acessar o http://www.footprintnetwork.org ou www.earthdaynetwork.net.

O relatório do WWF “Living Planet Report 2006”, que reúne informações gerais sobre a Pegada ecológica e os dados citados nessa reportagem pode ser encontrado no link http://www.footprintnetwork.org/download.php?id=303.

* O conceito foi desenvolvido pelos pesquisadores Mathis Wackernagel e Willian Hees e pode ser aplicado tanto para medir o impacto de um indivíduo de uma nação, ou até mesmo de toda a população humana sobre o planeta. (Envolverde/Akatu).



(do "Jornal Absoluto" (http://jornalabsoluto.com.br/) de 29/02/2008)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Poluição no Tietê

Imaginem um dia o rio do Povoamnto assim... É o que querem os defensores do Grande Desenvolvimento de Anitápolis. Se querem morar em cidade grande, vão para São Paulo!


Poluição no Tietê

Interesses políticos, falta de articulação entre governos e de visão administrativa estão prejudicando o andamento do projeto de despoluição do Rio Tietê. Nos últimos 16 anos, o governo estadual, por meio da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), realizou obras de rebaixamento e alargamento da calha do rio, o que permitiu maior vazão e, conseqüentemente, maior dispersão dos elementos tóxicos despejados no rio. Além disso, reduziu a poluição industrial - das 1.160 indústrias poluidoras identificadas em 1992, apenas 200 continuam poluindo o rio. E estações de tratamento inauguradas nos últimos dez anos ampliaram de 4 m3 para 11 m3 por segundo o volume de esgoto tratado na região metropolitana.

Foram R$ 3 bilhões investidos com uma previsão de, no fim de 2007, fazer a mancha de poluição do rio recuar 160 quilômetros. Meta difícil de ser alcançada porque mais de metade dos municípios da região metropolitana ainda despeja esgoto in natura no rio e mais de 250 prefeituras da área da Bacia do Tietê pouco ou nada investiram na proteção do rio, como, por exemplo, na contenção da erosão. Na visão estreita de muitos prefeitos, a participação no Projeto Tietê apenas fortalece uma bandeira política do PSDB. Como resultado, a mancha de poluição recuou 120 quilômetros - até a altura de Porto Feliz -, 40 quilômetros a menos do que o esperado.

Na região mais rica e desenvolvida do País, somente a cidade de Biritiba Mirim trata 100% do esgoto coletado. Dos 34 municípios que compõem a região metropolitana, 19 não tratam o esgoto, que é lançado nos córregos e rios que deságuam no Tietê. Diariamente, 690 toneladas de esgoto são lançadas no rio mais importante do Estado.

Em 1992, esse abuso produzia uma mancha de poluição que começava em Itaquaquecetuba, próximo da nascente do rio, e se estendia até Anhembi, nas vizinhanças da Represa de Barra Bonita. Hoje, como mostrou reportagem publicada domingo no Estado, a pouco mais de 100 quilômetros da capital, o índice de oxigênio nas águas do Tietê dobrou e a pesca voltou a fazer parte das atividades de municípios como Porto Feliz, Cabreúva e Anhembi.

É uma vitória, mas os resultados poderiam ser muito melhores se todos os prefeitos dos municípios da bacia do rio tivessem colaborado.

Em São Caetano, por exemplo, cidade que tem um dos melhores índices de qualidade de vida do País, 100% do esgoto é coletado e despejado in natura no rio, mas o tratamento só começará a ser feito no segundo semestre - um atraso injustificável para um município rico e que tem em sua vizinhança uma estação de tratamento de esgoto da Sabesp com capacidade suficiente para atender à demanda.

Em alguns casos, a pressão da opinião pública tem levado governos locais a tentar recuperar o tempo perdido. Guarulhos, por exemplo, sustentou durante anos uma disputa sem propósito com o governo do Estado e com a Prefeitura de São Paulo, porque se recusava a tratar seus dejetos, despejados in natura no rio. A atitude da administração da terceira cidade mais populosa do Estado anulava trabalhos de saneamento, inclusive a despoluição de 42 córregos, feita em conjunto pela Sabesp e pela Prefeitura da capital. Agora, a prefeitura de Guarulhos promete construir estações de tratamento de esgoto e utilizar a unidade que a Sabesp instalou em São Miguel Paulista.

Assim como as prefeituras têm de fazer o que lhes cabe na coleta e tratamento do esgoto, os consumidores também precisam arcar com os custos da conexão das redes domésticas à rede pública, evitando o despejo irregular em galerias pluviais ou córregos. O valor da conta de água e esgoto aumenta, de fato. Mas o custo de não fazer as ligações, em termos de saúde pública e qualidade de vida, é muito maior.

No segundo semestre, o governo estadual iniciará a terceira etapa do Projeto Tietê, que consistirá na universalização da coleta de esgoto e no combate à poluição nos afluentes do rio, investindo mais R$ 3 bilhões em dez anos.

(de http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080228/not_imp131866,0.php)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Brasil: OMS considera “altamente tóxico” herbicida de soja transgênica

Enquanto isso minha cunhada, usuária do glifosato, aplica depois de cortar o mato, argumentando e repetindo como contra-argumento que "a força está na raiz". Assim os idiotas vão se envenenando e enriquecendo a Monsanto!
E em Anitápolis encontro embalagens vazias de Thordon 101 dentro dos córregos que abastecem os mananciais... :-(

Brasil: OMS considera “altamente tóxico” herbicida de soja transgênica

Enquanto isso, ruralistas querem diminuir a alíquota de importação sobre o glifosato chinês, princípio ativo do herbicida usado na sojatransgênica e patenteado pela Monsanto

Por um lado a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, em Brasília, tenta diminuir a alíquota sobre o glifosato chinês, numa tentativa de “baixar os custos do herbicida e melhorar a concorrência do produto no mercado”. Por outro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anuncia que decidiu reclassificar o herbicida patenteado pela transnacional Monsanto de “produto que não oferece perigo” para produto “altamentetóxico”.

A reclassificação está baseada em demonstrações científicas que alertaram sobre os efeitos cancerígenos, a ação mutagênica, a contaminação de alimentos e persistência do veneno no solo e em cultivos. Segundo a Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (ASPTA), a sojatransgênica RR (Roundup Ready), também da Monsanto, foi desenvolvida para resistir à aplicação do herbicida à base de glifosato (cujo nome comercial é Roundup). Com o uso da sojatransgênica, os agricultores pulverizam o agrotóxico sobre a lavoura, eliminando todas as plantas invasoras, deixando intacta a sojatransgênica – três quartos dos transgênicos produzidos no mundo foram desenvolvidos para resistir à aplicação deherbicidas.

“Se por um lado as empresas alegam que a tecnologia simplifica o trabalho de controle do mato, por outro, é evidente que o consumo do produto tende a aumentar em muito pouco tempo. Isto porque as plantas invasoras rapidamente também adquirem resistência ao produto, o que força os agricultores a usar quantidades cada vez maiores do veneno para garantir sua eficácia. Outro resultado deste fenômeno é que as alegadas vantagens econômicas da tecnologia em pouco tempo são anuladas, pois a aquisição de veneno é um dos fatores que mais pesam nos custos de produção da agricultura convencional. Mais veneno, mais custos”, explica a entidade ambientalista.

A Comissão de Agricultura enviou em 8 de fevereiro um ofício à Camex (Câmara de Comércio Exterior) solicitando a não renovação da tarifa para a matéria-prima do herbicida Roundup. Do lado dos ruralistas, as movimentações em torno da diminuição de custos escondem o aumento do uso do veneno já considerado tóxico.

“Caiu a máscara dos ruralistas que falavam que o glifosato não era tóxico. Além disso, o preço elevado tanto do Roundup quanto dos royalties pagos para a Monsanto começam a inviabilizar a plantação de transgênicos. A única coisa que pode salvar os ruralistas é justamente a liberação da taxa de importação do glifosato”, disse Adão Pretto (PT/RS) que faz oposição à bancada ruralista, maioria da Comissão de Agricultura da Câmara.

Contradição

A bancada ruralista da Câmara é favorável ao uso de transgênicos na agricultura brasileira. No caso da liberação da soja, a articulação desses deputados para reduzir o custo do glifosato importado jogou por terra o argumento de que a soja transgência diminui o uso deherbicidas.

Hoje, quem domina a produção das sementes desoja geneticamente motificadas e controla 80% do mercado de glifosato no País é a Monsanto. A empresa de biotecnologia, por sua vez, subiu o preço do veneno em 50%. “Os agricultores que embarcaram na onda transgênica estão agora pagando o preço duplamente: não só se vêem forçados a usar maiores quantidades de agrotóxicos, como têm que pagar mais caro por eles”, registrou a ASPTA, em nota.

Estudos recente de pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente voltado a analisar os potenciais impactos da sojatransgênica no Brasil já listou nove espécies de plantas capazes de driblar o glifosato. Quatro delas já desenvolveram resistência ao veneno nas lavouras brasileiras desojatransgênica e apresentam “grande potencial de se tornarem um problema". Essa pesquisa complementa dados do Ibama que indicam que para cada quilo de princípio ativo do herbicida reduzido no Rio Grande do Sul, houve um aumento de 7,5 kg de glifosato no período de 2000 a 2004, época de expansão da área da soja RR resistente ao glifosato no estado.

Em artigo publicado, semana passada, pela revista Ethical Corporation, uma porta voz do EuropaBio, um grupo de lobby da indústria biotecnológica, admitiu que “os cultivos Roundup Ready levaram as plantas invasoras a se tornarem resistentes ao Roundup, o que resultou em maiores aplicações do produto, comumente em combinação com outros químicos”.

Mayrá Lima, de Brasília

(de http://www.biodiversidadla.org/content/view/full/38818)

Rapina ambiental

Gosto deste Xico Graziano.

Rapina ambiental
Xico Graziano

Todos estão certos, ninguém tem razão. Assim se parece a discussão sobre o desmatamento na Amazônia. Dados desencontrados, governo perdido, acusações múltiplas. A hiléia sucumbe na incompetência coletiva.

O assunto começou a embaralhar a opinião pública quando, há dois anos, numa jogada política, o Ministério do Meio Ambiente declarou que a queda no desmatamento, então apontado, era obra do seu governo. Não era crível. Analistas da matéria, incluindo boas organizações ambientalistas, sabedoras da inépcia governamental, creditavam o arrefecimento da devastação à crise da agropecuária.

Na época, a arroba do boi amargava o pior preço em 30 anos. Os parlamentares ruralistas defendiam, na Câmara dos Deputados, a criação da CPI da carne, para averiguar a formação de cartel entre os frigoríficos. Na soja, a quebradeira era geral, motivada pela sucessiva queda do dólar. Por duas vezes seguidas, os agricultores semearam a safra com câmbio melhor, colhendo a produção em pior situação, estraçalhando sua renda. Em Mato Grosso, o custo do frete e os buracos nas rodovias recomendavam nem plantar.

Segundo afirmava Marina Silva, porém, o ciclo da agropecuária era irrelevante. "Fomos nós", assegurava a Ministra, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) à frente, Polícia Federal atrás, posando de heroína. O desmatamento estava sendo controlado "como nunca na história deste país"... Uma chatice.

Agora que aumentou o fogaréu, virou no avesso o argumento. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), antes impoluto, se vê desacreditado pelo governo. E a culpa da desgraceira recai, vejam só, sobre o boi e a soja. Quando a notícia é positiva, sorte, a responsabilidade cabe ao governo federal. Piora o quadro, azar, lavam-se as mãos, culpa da agropecuária. Política da lorota.

A virtude, sempre, mora no meio. É certo que medidas positivas de fiscalização se implementaram, a começar das malfadadas guias florestais, substituídas por sistema eletrônico no comércio de madeiras. Sabe-se que muita sem-vergonhice ainda se esconde por detrás desse famigerado mercado de toras. Mas melhorou, sem dúvida, o controle público.

É igualmente inegável que a expansão das pastagens e da sojicultura pode acelerar o desmatamento. A "moratória da soja", porém, pacto assinado entre grandes traders (que comercializam 92% da leguminosa do País) e entidades ambientalistas, Greenpeace à frente, amainou o estrago. Quem plantou soja em terrenos desmatados, após julho de 2006, dificilmente encontrará bom comprador.

Quem é do ramo sabe que, normalmente, após a derrubada da mata virgem surge a pastagem. O solo recém-desbravado impede a mecanização. Muita gente planta arroz ou milho, espécies gramíneas como o pasto, para "abrir" o terreno, ainda cheio de tocos e raizame. Somente no cerrado amazônico a lavoura de soja se instala de imediato.

Processo distinto ocorre na floresta úmida e densa. Como se sabe, a Amazônia legal, uma invenção dos militares, define um território maior que o "bioma Amazônia". A região de Rondonópolis (MT), por exemplo, conta na Amazônia, mas é dominada pelo cerrado. Cuidado com os conceitos.

Na floresta densa, ao contrário do cerrado, a rapina ambiental chega muito antes da agropecuária. Entender esse ponto é fundamental. Quando vem a derrubada, em corte raso, as serrarias já extraíram a melhor madeira de lei. Primeiro, caem as cobiçadas árvores de mogno, ipê e cedro. Depois, deitam o jatobá e a maçaranduba. Tudo escondido.

O crime ecológico, quando detectado pelo satélite do Inpe, estoura na mídia e bate na cara do agricultor, mas apenas resvala nos verdadeiros ladrões da floresta. Aqui, no comércio da valiosa madeira, reside a origem do problema. Ou se enfrenta a lógica dessa economia perversa ou nada restará da floresta amazônica.

Esse processo histórico, um conluio entre o poder público e o privado, madeireiros e proprietários rurais, posseiros e assentados de reforma agrária, exige duas formas de controle: primeira, a fiscalização do transporte, vistoriando os caminhões nas rodovias que partem da Região Norte. As cargas são volumosas, notórias. A polícia, armada nas barreiras, não pega ladroagem se não quiser.

Segunda, urge reduzir o uso da madeira de lei na construção civil, substituindo-a por floresta plantada (pinus e eucalipto) na confecção de telhados e que tais. São Paulo consome 15% do rico lenho extraído da Amazônia. Nos tempos de aquecimento global, esse costume, quase uma adoração, pelo uso da madeira de lei, inclusive na movelaria, precisa ser repensado. Gosto antigo, oligárquico.

Calma. Para liquidar o assunto falta ainda burilar num dogma: a legislação agrária do País continua confundindo floresta com terra improdutiva. Resultado: para escapar da reforma agrária, ao adquirir uma mata virgem, o proprietário manda derrubar, rápido, tudo o que puder. Vem sendo assim desde os anos 60, com o Estatuto da Terra.

Ora, os tempos mudaram. Terra de onça não pode ser sinônimo de latifúndio. É verdade que, averbando a Reserva Legal à margem da escritura, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fica impedido de considerá-la improdutiva. Nesse caso, a área preservada fica exposta, sem perdão, aos invasores de terra. Triste sina.

A corrente da devastação somente se inverterá quando um pedaço de floresta, mantido em pé, valer mais que tombado. A equação é complexa, dispensa raciocínio fácil. Um dia a sociedade vai premiar, e não castigar, a conservação ambiental.

Xico Graziano, agrônomo, é secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. E-mail: xico@xicograziano.com.br
Site: www.xicograziano.com.br

(de http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080226/not_imp130584,0.php)

Ação contra desmatamento também atingirá carvoarias

Ainda bem que as carvoarias de Anitápolis estão diminuindo, mas era bom ocorrer uma ação para acelerar seu desaparecimento...


Ação contra desmatamento também atingirá carvoarias
AE - Agencia Estado

TAILÂNDIA (PA) - A Operação Arco de Fogo iniciada ontem para combater o desmatamento na Amazônia Legal terá início pelas madeireiras, mas também atingirá as carvoarias. A Secretaria do Meio Ambiente do Pará (Sema) calcula que, das 90 serrarias existentes em Tailândia, 69 são irregulares. Somente 21 têm licença para funcionar. Sabe-se ainda que essas madeireiras e serrarias têm 140 registros no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), sendo mais de 100 irregulares.

Entre as carvoarias, que aumentam em função das madeireiras, somente seis têm alvará, de acordo com a Sema. Nas estradas vicinais próximas a Tailândia, no entanto, é possível ver centenas de fornos, muitos com o fumaceiro característico da queima da madeira para a fabricação do carvão. Na semana passada, na ação de fiscais do Estado e da Polícia Militar em Tailândia, foram derrubados 140 fornos de uma só carvoaria, que atuava na clandestinidade. Nesta semana, a ordem será passar o trator em cima dos fornos das empresas ilegais.

A Operação Arco de Fogo deverá durar mais de um ano. Começa por Tailândia, mas depois passará por todos os Estados da Amazônia Legal - Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão (oeste do Estado), Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Os agentes federais vão atuar principalmente nos 36 municípios apontados pelo governo federal como os que mais desmataram no ano passado. Tailândia é um deles. De acordo com a PF, para uma operação de tal natureza, esta é que mobilizará maior contingente. Foram 156 homens da Força Nacional, cerca de 50 da PF e outros 100 do Ibama. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
(http://www.estadao.com.br/geral/not_ger130713,0.htm)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Poluição no Tietê encolhe 120 km...

..e no rio do Povoamento se expande!


Poluição no Tietê encolhe 120 km
AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - Dezesseis anos de obras e R$ 3 bilhões depois, o mesmo Rio Tietê que ainda agoniza aos olhos dos paulistanos começa a dar sinais de vida a pouco mais de 100 quilômetros da capital. O mais importante manancial do Estado, castigado todos os dias com mais de 690 toneladas de esgoto na Região Metropolitana, ressurge com espécies de peixes que tinham desaparecido havia três décadas em cidades na região de Sorocaba, onde o nível de oxigênio dobrou entre os anos de 1992 e 2008.

O recuo da mancha de poluição do Tietê totaliza 120 quilômetros, segundo técnicos da Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp). O número é inferior à meta de 160 km estipulada para o fim de 2007 no início do Projeto Tietê, em 1992, mas ambientalistas comemoram a queda da poluição orgânica e de metais como chumbo e zinco. Foi essa redução que possibilitou a volta da vida ao rio em municípios como Porto Feliz, Cabreúva e Anhembi. Antes, o recuo da mancha anunciado pela Sabesp era contestado como "fato não comprovado cientificamente" por organizações não-governamentais e especialistas.

Nas análises de amostras coletadas no início do ano no bairro Parque das Monções, em Porto Feliz, a 110 km da capital, a entidade SOS Mata Atlântica constatou que o nível de oxigênio dobrou em relação ao início dos anos 90 - passou de 4 miligramas por litro para 8 mg. A ONG faz coleta em 81 pontos ao longo dos 1.160 km do Tietê, da nascente em Salesópolis, Grande São Paulo, até Ilha Solteira, no extremo oeste paulista, onde ele deságua no Rio Paraná.

"Podemos citar duas frentes para o reflexo positivo que permitiu o início da volta de ecossistemas em trechos do Tietê, como o rebaixamento da calha na capital e o combate à poluição industrial. Hoje temos 200 indústrias poluidoras do rio; em 1992, eram 1.160?, diz Maria Lúcia Ribeiro, coordenadora do SOS Mata Atlântica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
(http://www.estadao.com.br/geral/not_ger129666,0.htm).

Rio Pinheiros pode voltar a ter peixe em 2011

Enquanto isso, em Anitápolis, Rancho Queimado e outras, o esgoto continua indo para os rios e córregos!

Rio Pinheiros pode voltar a ter peixe em 2011
AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - Margeadas por prédios modernos e de alto padrão, cortando uma das regiões mais nobres da cidade, as águas negras e malcheirosas do Rio Pinheiros, que passam pelas zonas oeste e sul da capital, devem estar prontas para a volta dos peixes em 2011. Essa é a estimativa otimista dos técnicos da Secretaria de Saneamento e Meio Ambiente de São Paulo e da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), que prometem até o fim do ano bloquear cerca de 60% de todo esgoto que vem sendo despejado no rio.

Com os 26 quilômetros de interceptores de esgoto construídos ao longo das margens dos Rios Pinheiros e Tietê nos últimos quatro anos, 2 metros cúbicos dos 8 m³ de dejetos despejados por segundo no Pinheiros passaram a receber tratamento. Este ano, 10 quilômetros de interceptores serão construídos e devem bloquear mais 3 m³ de esgoto por segundo. "A despoluição do Pinheiros é fundamental por questões ecológicas, urbanísticas e econômicas", afirma a secretária estadual de Saneamento e Energia, Dilma Pena.

Para que a vida volte às águas do Pinheiros, no entanto, a secretaria ainda precisa construir um sistema de flotação capaz de acelerar a limpeza do rio. A idéia é fazer três estações de flotação - na altura do Cebolão, na Usina de Traição e na Usina Pedreira - com capacidade para limpar um volume de água superior a 40 m³ por segundo. O método exige que o curso do Pinheiros seja invertido, o que significa que o rio passará a desaguar na Represa Billings, em vez de seguir rumo ao Tietê. Com isso, existe a preocupação de que o principal reservatório de água da capital fique ainda mais poluído. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
(http://www.estadao.com.br/geral/not_ger129674,0.htm).

Estudo mostra que mata preservada ao lado de rios precisa dobrar

Isso serve muito bem para Anitápolis!

Estudo mostra que mata preservada ao lado de rios precisa dobrar

EDUARDO GERAQUE
da Folha de S.Paulo

No Congresso Nacional, projetos visam a diminuir as áreas de proteção florestal na Amazônia. No mundo real, cientistas acabam de estimar que, na verdade, pelo menos as áreas de proteção permanente localizadas ao lado dos rios precisam ser alargadas, e muito.

Um estudo liderado pelo ecólogo Carlos Peres, 44, belenense há 13 anos na Inglaterra, mostra que o tamanho mínimo para que a mata de galeria possa preservar a biodiversidade local é de 400 metros de largura, 200 metros de cada lado.

"Nós medimos 200 corredores e só 14% deles têm esse tamanho de mata de galeria ideal", afirma Peres, professor da Universidade de East Anglia, à Folha. O cientista acaba de publicar um artigo sobre o estudo feito no Brasil na revista "Conservation Biology".

Para chegar as dimensões ideais da mata de galeria, os pesquisadores investigaram a riqueza da fauna de 37 locais durante seis meses. Todas as áreas amostradas ficam no município de Alta Floresta (MT). Elas estão espalhadas por um terreno de 6.000 km2.

"Claro que não é apenas a largura que importa. É fundamental que essa mata seja bastante preservada. Muitas vezes, o proprietário da terra permite que o gado paste nessas áreas e que ocorra também a exploração seletiva de madeira."

Depois de analisar a estrutura dos bosques escolhidos para a análise e de contar o número de espécies de aves e mamíferos que freqüentavam as matas de galeria, os cientistas fizeram gráficos, cruzando essas variáveis, para saber a medida ideal da área a ser preservada.

Politicamente possível

"É bom dizer que essa análise, em termos biológicos, mostra que o ideal é 400 metros. Porém, em termos políticos, sei que isso pode ser impossível de ser obtido", explica Peres.

Ainda assim, diz o pesquisador, daria para fazer uma "concessão". Seria possível estabelecer que a obrigação legal das áreas de preservação permanente ao lado de rios passem a ter, pelo menos, 100 metros de cada lado. "Isso é dez vezes mais do que a legislação prevê em algumas situações", diz o pesquisador brasileiro.

Pelo Código Florestal brasileiro, os rios com menos de 10 metros de largura precisam ter uma mata de galeria de 30 metros de largura de cada lado. Essa obrigação varia de 10 metros a 50 metros de largura, para cursos d'água com um largura aproximada de 50 metros.

Em todos os bosques, 24 deles conectados a outros fragmentos florestais e oito sem ligação alguma com outras zonas de preservação (os cinco restantes foram analisados para efeito de comparação), foram identificadas, no total, 365 espécies de aves e 27 de mamíferos, sendo cinco de primatas.

Mas nas matas de galeria estreitas, com menos de 200 metros de largura, e sem conexão com outros trechos de floresta, a situação é mais crítica. Apenas um terço das espécies de pássaros e um quarto dos mamíferos vivem com freqüência nessas regiões, em comparação com os corredores mais largos.

Impacto bovino

O estudo das áreas de galeria também flagra, com clareza, a presença de rebanhos bovinos no norte de Mato Grosso.

A marca dos bois foi identificada no campo em 70% dos corredores conectados com outros pedaços de florestas e em 89% das zonas isoladas. Quanto ao fogo, ele esteve presente, respectivamente, em 16% e 2% das áreas. "Quanto ao gado, não tem jeito. É preciso impedir a entrada dele", disse.


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u375657.shtml)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Cuidado ao queimar madeira tratada!

Achei por bem postar isto no blog pois se alvar apenas uma vida já valeu!

Cuidado ao queimar madeira tratada:
Em Itaiópolis-SC, cidade próxima a Mafra-SC, houve uma ocorrência com
três mortes que poderiam ter sido evitadas. Três amigos faziam um
churrasco e, na falta de lenha ou carvão, utilizaram madeira de um poste
de transmissão elétrica para dar continuidade ao fogo. Desconhecendo que
estes postes são tratados por autoclave, utilizando-se o cobre, o
cobalto e o arsênico no processo, arseniato de cobre cromatado – CCA. A
volatização do arsênico contaminou a carne e os três acabaram morrendo
envenenados.
Em Monte Castelo existe uma empresa, de propriedade do presidente do
Rotary Club daquela cidade, que efetua o tal processo de autoclave,
atendendo todas as exigências ambientais, não comprometendo o meio-ambiente.
O problema é que a vulgarização do uso da madeira assim tratada poderá
trazer problemas pela falta de informação, uma vez que não pode ser
serrada ou furada sem recolhimento dos resíduos e nenhum alimento deve
ser cultivado próximo aos locais de implantação de postes ou outros
elementos confeccionados com esta madeira. A queima é totalmente proibitiva porque
a simples inalação dos gases poderá ser fatal. A madeira tratada é de
fácil identificação, pois adquire uma coloração esverdeada decorrente do
óxido de cobre e não comporta a formação de fungos ou líquens como as
não tratadas.


fonte:
http://www.adjorisc.com.br/jornais/valeoeste/noticias/index.phtml?id_conteudo=125773

Preço de fertilizantes continua em alta

Isto faz-me pensar que as pressões pela instalação da mineração vão aumentar:

Preço de fertilizantes continua em alta

Os quatro principais ingredientes estão até três vezes mais caros, em comparação à cotação de janeiro de 2007

Fabíola Gomes - d´O Estado de S.Paulo ()http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup127561,0.htm

- A forte alta nos preços dos fertilizantes em janeiro de 2007 repetiu-se no início deste ano. O movimento comprova a tese de especialistas de que os preços seguirão firmes, mesmo após a disparada registrada no ano passado. Dados da indústria mostram que, entre os preços de quatro principais ingredientes, apenas a uréia teve ligeira redução.

O DAP, negociado por US$ 270 a tonelada em janeiro de 2007, encerrou o mês passado em US$ 800/tonelada. O superfosfato triplo passou de US$ 230 para US$ 660/tonelada no período e o cloreto de potássio avançou para US$ 430, ante US$ 180/tonelada do ano passado. A uréia foi comercializada por US$ 400, ante os US$ 450/tonelada do segundo semestre, mas acima dos US$ 310/US$ 320/tonelada de janeiro de 2007.

Uma fonte do setor observa que o movimento de alta ocorre justamente no período de pré-plantio no Hemisfério Norte, onde estão os maiores consumidores.

Dados referentes a 2006 da Associação Internacional da Indústria de Fertilizantes mostram que o Brasil consome 8,9 milhões de toneladas. A China, 47,7 milhões de toneladas, seguida da Índia, com 20,1 milhões de toneladas, e Estados Unidos, com 19,5 milhões de toneladas.

Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o estoque de passagem é de 4 milhões de toneladas. ''''Se o ritmo de preços for o mesmo do que no ano passado, teremos uma forte alta, seguida de uma alta menor. Não houve queda de preços em 2007'''', afirma a fonte.

Canto de pássaro "abre trilha" na mata atlântica

Gostaria de conhecer as espécies que cantam aí na serra... Alguma sugestão?

Veja esta notícia, conhecem este pássaro?

Canto de pássaro "abre trilha" na mata atlântica

EDUARDO GERAQUE
da Folha de S.Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/folha/bichos/ult10006u374125.shtml)

Ser sofisticado e simples ao mesmo tempo, por mais paradoxal que possa parecer, é a principal qualidade do sistema de comunicação do pequeno pula-pula-assobiador, pássaro que habita a mata atlântica e ainda existe até em São Paulo.

"É um único tipo de canto, que serve tanto para fazer o reconhecimento específico com todos, quanto para estabelecer a comunicação com os vizinhos", explica Danilo Boscolo, um dos pesquisadores do grupo que decifrou o sistema de comunicação sonora da ave.

É a primeira vez que um estudo deste tipo, realizado na reserva do Morro Grande, em Cotia (SP), é feito para um pássaro das zonas tropicais, segundo Jacques Vielliard, pesquisador da Unicamp e outro autor do estudo. O trabalho está publicado na revista "PLoS One".

Os experimentos realizados revelaram a complexidade do canto do pula-pula-assobiador. A pequena ave, que tem em média 10 cm e pesa 25 gramas, tem um só tipo de canto. Mas com ele a espécie consegue emitir e obter todas as informações de que precisa, ao mesmo tempo. "O som, digamos, tem um componente público e outro privado", explica Boscolo.

O canto emitido pelos machos tem um componente mais agudo, que atravessa uma distância de pelo menos 100 metros da mata atlântica. O segundo componente, mais grave, não tem poder tão alto de cortar a floresta atlântica. "O som que se propaga mais serve para a ave promover o reconhecimento dos outros representantes da mesma espécie. É como você passar por uma rua, por exemplo, e perceber o som de outros seres humanos dentro de algum lugar", diz Boscolo.

A segunda parte é apenas para os vizinhos mais próximos. "O som que chamamos de privado atinge uma distância menor. Serve para o animal se comunicar com seus vizinhos na mata, que são normalmente de três a quatro. Se houver um invasor de território da mesma espécie ele logo será flagrado."

Segundo Vielliard, o sistema de comunicação decifrado agora pelo grupo de que ele faz parte é uma prova cabal da evolução: "Não era esperado que esse bicho tivesse um sistema simples e sofisticado como esse. São variações sutis que ele usa".

Segundo ele, a seleção natural trabalhou para afinar o canto do pula-pula-assobiador, que é totalmente adaptado às condições da mata atlântica --ambiente onde é bastante complicado um som se propagar com facilidade devido aos grandes obstáculos naturais.

"É uma ave pequena, rápida, que vive no meio da mata atlântica. Se ela não tivesse um sistema de comunicação sonora eficiente seria muito difícil ela se reproduzir, se proteger e cuidar dos filhotes", explica Boscolo.

Uma pequena alteração no mesmo tipo de canto estudado pelo grupo, segundo Vielliard, também foi identificada: "Isso serve para ter uma noção de distância". O fato de o sistema de comunicação do pula-pula-assobiador ter sido forjado durante milhares de anos pela seleção natural em sintonia com o ambiente onde vive a espécie torna fundamental a preservação das áreas de mata atlântica. Estima-se que, do bioma original, sobraram apenas 7%.

Brasil participa de feira de orgânicos na Alemanha

Quando ocorre no Rio, Anitápolis parece estar representada através da AGRECO!

Brasil participa de feira de orgânicos na Alemanha

Este ano, 27 empresas marcam presença na Biofach Nuremberg, principal evento mundial do setor

d´O Estado de S.Paulo (http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup127551,0.htm)

- Vinte e sete empresas brasileiras, que fazem parte do Projeto Organics Brasil, participam da Biofach 2008, na Alemanha, a maior feira do setor de orgânicos, que começa amanhã e vai até domingo, em Nuremberg. Desenvolvido em parceria entre o Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD), Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o projeto ocupará este ano uma área de aproximadamente 300 metros quadrados.

''''As ações continuadas têm tornado o setor de orgânicos brasileiro bastante conhecido no mundo inteiro e ajudado a consolidar o crescimento do setor'''', afirma o gestor de projetos da Apex-Brasil, Eduardo Caldas. Para o gestor do Projeto Organics, Ming Liu, o Brasil é altamente competitivo. ''''O consumidor de orgânicos compra conceito e produtos com apelo à saúde e à qualidade de vida.''''

Algumas empresas brasileiras aproveitam a feira para fazer lançamento de produtos. ''''O público, principalmente os compradores, buscam novidades. Esse é um excelente momento para os orgânicos brasileiros ganharem mais espaço e oportunidades'''', explica Liu.

A Biofach Nuremberg reúne 2.600 expositores e recebe visitantes de 110 países. Em 2007, movimentou US$ 5 bilhões em negócios.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Criada Reserva Ecológica em Guaramirim

Que se multipliquem as RPPNs em nossa Santa Catarina!

RESERVA ECOLÓGICA É CRIADA EM GUARAMIRIM POR PORTARIA

(de http://jornalabsoluto.com.br/ de 19/02/2008)

Foi publicado no Diário Oficial da União, de 06/02/2008, páginas 62 e 63, a Portaria No. 2 do Ministério do Meio Ambiente, anunciando a criação da RPPN Santuário Rã-Bugio, uma área protegida, de interesse público, que passa a fazer parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SISNUC, na categoria Reserva Particular do Patrimônio Natural (sigla RPPN). Assim, a região do Vale do Rio Itapocu passa a ter a segunda área protegida, em caráter perpétuo, por lei. Apenas os municípios de Guaramirim e Corupá têm Unidades de Conservação no SISNUC. Esta é a única garantia de que a área ficará protegida para sempre (situação onde os herdeiros, ou compradores, não poderão destruir mais tarde). Há vários exemplos de áreas que foram preservadas pelos pais ou avós, mas os herdeiros tinham uma visão diferente e desmataram mais tarde. A reserva é usada para atividades de Educação Ambiental e já atendeu mais de 16 mil estudantes, além de centenas de professores e estudantes universitários. Recentemente a área foi escolhida pela PETROBRAS para um programa de treinamento de funcionários das plataformas de petróleo de todo o Brasil. Foram atendidos cerca de 300 funcionários, incluindo membros da diretoria da empresa.

“É um presente para a comunidade do Vale do Rio Itapocu e para as gerações futuras. A RPPN Santuário Rã-bugio abriga centenas de árvores centenárias de várias espécies (jequitibá, canela, baguaçu, pindabuna, cedro etc.) que agora estão protegidas – para sempre! -, armazenado carbono, que agrava o problema do aquecimento global se for liberado (no caso da área ser desmatada), e fornecendo frutos e abrigos para a fauna de aves e mamíferos que vivem na área”, declara Germano Woehl Jr., proprietário da reserva e dirigente do Instituto Rã-bugio, junto com a esposa Elza Nishimura Woehl. Mais informações no www.ra-bugio.org.br . Nas fotos: Saira-De-Sete-Cores, e Saí-Verde, riqueza da fauna, agora encontra proteção na RPPN Santuário Rã-bugio, em Guaramirim.

MILHO TRANSGÊNICO, “A PIOR TRAGÉDIA” DE LULA

Infelizmente é verdade! Espero que os agricultores daqui não entrem nessa. Mas acho que vou esperar em vão. Acho que consciência não chega a este nível... Triste! :-(

MILHO TRANSGÊNICO, “A PIOR TRAGÉDIA” DE LULA

Organizações não-governamentais da “Campanha por um Brasil livre de Transgênicos” protestaram contra o que qualificam de “a pior tragédia” do governo de Luis Inácio Lula da Silva: o cultivo e a comercialização de duas variedades de milho geneticamente modificadas. A decisão de autorizar as variedades Liberty, da empresa alemã Bayer, e MON810, da norte-americana Monsanto, foi tomada na semana passada por sete votos contra quatro no Conselho Nacional de Biosegurança, integrado por 11 ministérios, confirmando, por sua vez, uma decisão de janeiro da Comissão Técnica Nacional de Biosegurança (CTNBIO). Trata-se da primeira autorização no País para cultivo e comercialização de milho transgênico. O antecedente foi a autorização para a soja e o algodão. A assessoria de imprensa do Ministério da Ciência e Tecnologia, que se converteu de fato em porta-voz da CTNBIO, disse que não estavam em condições de dar declarações a respeito. Limitou-se a lembrar uma entrevista coletiva do ministro na semana que passou. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, que aprovou a decisão, argumentou no site dessa pasta que os dois tipos de milho autorizados são resistentes a herbicidas e insetos e que são de 30% a 40% mais produtivos.

“É uma nova etapa cumprida no avanço da ciência”, comemorou o ministro ao ressaltar que o fator que determinou a liberação do cultivo de milho transgênico foi a segurança dada pelos estudos enviados à CTNBIO, assegurando que este não é prejudicial ao meio ambiente nem para a saúde humana e animal. Mas, não foi o mesmo dito nos bastidores por outros ministros que integraram o conselho. Embora o voto tenha sido secreto, ficou conhecida a posição de alguns ministros que se manifestaram contra a decisão, revelando uma divisão no governo Lula sobre o assunto. Os votos favoráveis foram dos ministros da Ciência e Tecnologia, da Agricultura, das Relações Exteriores, do Desenvolvimento, da Defesa, da Justiça e do Gabinete Civil da Presidência. Os ministérios que votaram contra foram os da Saúde, do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário e de Agricultura e Pesca. Um comunicado à imprensa divulgado pelo site oficial da CTNBIO confirmou as versões da imprensa, segundo as quais o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pediu mais estudos sobre a possibilidade de as variantes de milho autorizadas serem tóxicas ou causar alergias. Os outros três ministérios que votaram contra o fizeram apenas por razões de ordem jurídica.

Na votação fora analisado os recursos apresentados, respectivamente, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que questionaram a competência legal da CTNBIO para decidir sobre assuntos de segurança de espécies geneticamente modificadas. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, contrária aos transgênicos, optou por nem mesmo participar da reunião do conselho. “Perdemos outras batalhas com o governo”, disse a ativista Maria José da Costa, do Movimento de Pequenos Agricultores. “Mas pra nós esta é a maior tragédia do governo Lula”, afirmou. O movimento integra junto a outras organizações, como a Via Campesina, a Campanha por um Brasil Livre de Transgênicos. Esta coalizão enviou uma carta ao ministro da Justiça, Tarso Genro, para se manifestar contra a decisão da comissão, apesar dos recursos apresentados pela Anvisa e pelo Ibama. As duas instituições pediam o cancelamento da autorização dada em janeiro por considerarem, por exemplo, que os dados apresentados não permitiam concluir sobre a segurança para o consumo humano do milho MON810.

O recurso do Ibama, particularmente, afirmava que a decisão deveria ser anulada pelos “numerosos vícios que padece o processo”, entre outros a inexistência de estudos ambientais. Do mesmo modo que a soja transgênica Ropundup Ready, este milho também é resistente a um herbicida e da mesma fora pode criar problemas ambientais e agronômicos, alertou o Ibama. Essa instituição, segundo lembra o comunicado da Campanha, também argumentou que com a liberação do milho transgênico será inevitável a contaminação das variedades crioulas, orgânicas e ecológicas. A medida representa uma “flagrante e inconstitucional anteposição dos interesses econômicos das empresas sobre a saúde da população, a necessidade de proteção do meio ambiente e dos interesses dos agricultores e consumidores que não querem plantar ou consumir alimentos transgênicos”, disseram os ativistas. Segundo Maria José, considerando os “prejuizos que tiveram os povos” com a soja e outros cultivos transgênicos no Brasil, “os desastres que causará a autorização do milho serão de proporções muito maiores”. Esse produto em particular é parte de uma cultura milenar dos povos latino-americanos e, “nesse sentido, haverá perda de biodiversidade, degeneração e erosão genética muito grande”, alertou.

Maria José acrescentou que as sementes crioulas cultivadas na região por pequenos camponeses e indígenas “correrão o risco de desaparecerem pela contaminação”. Ao contrário da soja, que tem uma “polinização fechada’, o milho se caracteriza por “uma polinização aberta ou cruzada”, isto é, os pequenos grãos “´podem viajar vários quilômetros e contaminar outros tipos de milho a distâncias enormes, levados pelo vento e pelos insetos”, explicou. Além disso, “a soberania alimentar das comunidades camponesas será afetada”, disse a ativista, porque terão de comprar sementes fora da comunidade (eles guardam sementes todos os anos) e pagando direitos às empresas. A porta-voz camponesa também chamou a atenção para os estudos técnicos apresentados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para autorizar a liberação do milho transgênico. A maioria foi realizada fora do Brasil e sem considerar as particularidades dos diversos ecossistemas deste País, explicou. Por Fabiana Frayssinet, da IPS/Envolverde, via http://jornalabsoluto.com.br/

Para Anitápolis se desenvolver... Capital Social!

Conferência sobre cidades no RS defende capital social

ELDER OGLIARI - Agencia Estado

PORTO ALEGRE - O desenvolvimento local depende mais do uso do capital social do que de recursos externos vindos de governos centrais ou de investidores privados. A nova concepção foi transmitida hoje aos cerca de 800 espectadores da conferência Desenvolvimento Local em Cidades, no terceiro dia de atividades da Conferência Mundial sobre Desenvolvimento de Cidades, em Porto Alegre, pelo coordenador do comitê científico do evento, Augusto de Franco, e pelo vice-presidente da Enterprise Development for the Training and Development Corporation in the United States, Michael Shuman, pesquisador das vantagens econômicas dos negócios de pequena escala na era da globalização.

A uma atenta platéia de administradores municipais e estudiosos de urbanismo e de relações sociais e econômica nas cidades, Augusto de Franco deu a entender que, mais do que esperar investimentos do poder central, os municípios devem apostar na inteligência coletiva de seus moradores, perceber a força que têm, e refutar a idéia de que os recursos devem vir de fora. "Não é o dinheiro que produz desenvolvimento, é o desenvolvimento que produz os recursos", afirmou. "O tesouro (das potencialidades) está enterrado em cada localidade, que deve descobri-lo", reiterou.

Shuman não fez discursos contra as grandes empresas transnacionais e o esforço que os governos fazem para atrair grandes investimentos industriais para suas regiões, mas sugeriu que cada comunidade perceba as vantagens de produzir, comercializar e prestar serviços em escala regional. Citou, como exemplo, um estudo feito em Austin que mostrou que de cada US$ 100 faturados por uma pequena livraria, US$ 45 ficavam circulando na economia local, enquanto uma grande rede deixava apenas US$ 13.

O norte-americano também propôs que as economias regionais façam esforços para substituir as importações, não mais com barreiras tecnológicas ou subsídios como nos anos 60, mas com criatividade, informação aos consumidores e competitividade. Lembrou que Bill Gates sozinho mudou o perfil de Seatle, agregando o software a uma cidade reconhecida pela produção de alumínio e aviões. Segundo Shuman, o governo pode ser parceiro ou indutor, mas a comunidade local não deve depender dele para se desenvolver, tomando a iniciativa de se organizar em empresas e em mobilizações da sociedade civil.

(de http://www.estadao.com.br/geral/not_ger125187,0.htm)

Florestas em destaque no Show Rural

Gostaria de participar para saber o que se pensa sobre a diversidade das espécies utilizadas na recuperação.

Conheço espécies como a grandiuva, o cambotá, a maria-mole, o jasmim-do-mato (forquilhinha) e a capiloroca que, fico pensando: - "Serão elas usadas nestes projetos?"

A grandiuva deveria ser estudada para se verificar de poderia ser utilizada em reflorestamentos, em lugar do horrível "pinus"... Cresce rapidamnte, mesmo em solos degradados... E é nativa!

Florestas em destaque no Show Rural

O Estado de S.Paulo (http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup117408,0.htm)

- Os principais resultados da pesquisa agropecuária, desenvolvidos por 19 unidades de pesquisa da Embrapa, estão sendo demonstrados na Casa da Embrapa e na Vitrine de Tecnologias, durante o Show Rural Coopavel, evento que termina na sexta-feira, em Cascavel (PR).

Um dos destaques são as palestras da Embrapa Florestas. Para amanhã, estão programadas quatro palestras, todas na Casa da Embrapa: Espécies para regeneração de mata ciliar no Paraná, com o pesquisador Antonio Carpanezzi; Projeto Florestas Energéticas - visão geral e planos de ação, com o pesquisador Edson Lima; Serraria Móvel, com o pesquisador Washington Magalhães, e Softwares como ferramenta de manejo e gestão de cultivos florestais, com o pesquisador Edílson Batista de Oliveira.

A unidade também apresentará no evento o documento Espécies nativas recomendadas para recuperação ambiental no Estado do Paraná em solos não degradados. O documento é resultado de pesquisas realizadas pela Embrapa em parceria com a Emater-PR, Iapar, IAP e Fetaep e traz indicações sobre como recuperar áreas nativas de forma correta.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Cidade americana teme enxurrada de água contaminada

A cena se repete...

Cidade americana teme enxurrada de água contaminada
Oficiais colocam Leadville em estado de emergência por risco de dreno em mina romper nas montanhas
Agências internacionais

DENVER - Mais de um bilhão de galões de água contaminada, quantidade suficiente para encher 1.500 piscinas olímpicas, estão presos em um túnel nas montanhas e ameaçam com uma enxurrada a histórica cidade de Leadville, no Estado americano de Colorado.

Oficiais declararam estado de emergência na região por temerem que as fortes tempestades de neve do inverno deste ano derretam e provoquem uma onda catastrófica. A água contaminada com metais pesados está armazenada no túnel de drenagem de uma mina que ruiu. O local é monitorado há cerca de dois anos e uma explosão poderia inundar a cidade e contaminar o rio Arkansas.

"Ela pode ser liberada, só não sabemos ainda onde", afirmou o comissário Carl Schaefer. "Estamos vendo mudanças e estamos muito preocupados". O proprietário da mina afirmou que não há nenhuma ameaça iminente contra a cidade de 2.700 habitantes. O túnel drena água de algumas das centenas de minas abandonadas e ainda em funcionamento nas montanhas da cidade.

Oficiais apontaram que um sistema de alto-falantes para auxiliar em uma possível retirada da população já foram instalados na região próxima da mina. A água estaria contaminada com zinco, manganês e cádmio.


(de http://www.estadao.com.br/internacional/not_int125107,0.htm)

Em SP, Pro Teste detecta resíduos de agrotóxicos em frutas

Todo apoio à agricultura orgânica na região de Anitápolis!

Em SP, Pro Teste detecta resíduos de agrotóxicos em frutas
da Folha Online

A Pro Teste (associação de defesa do consumidor) avaliou a presença de pesticidas em limões, maçãs, morangos e tomates comercializados em diferentes pontos de São Paulo. A conclusão, divulgada nesta semana, é de que mais de um quarto tinha resquícios de agrotóxicos e até mesmo pesticidas não regulamentados.

Das 40 frutas analisadas, 11 apresentaram resíduos de agrotóxicos, seis dos quais com concentrações dentro do limite máximo recomendado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Outras cinco tinham pesticidas não regulamentados para aquela cultura --ou seja, produtos sem estudos suficientes para determinar eventuais riscos. Havia mais de um pesticida em dois casos, ambos em maçãs.

A fruta que apresentou menos problemas foi o limão. Dos nove lotes analisados, apenas um apresentou resíduos de agrotóxicos, mas dentro dos limites estipulados pela Anvisa.

Dos 12 lotes analisados de maçãs-gala, foram incluídas dois tipos orgânicos, que não apresentaram problemas. Metade das maçãs não-orgânicas apresentou resíduos de pesticidas --uma da rede Wal-Mart apresentou dois tipos de agrotóxicos e outra do Pão de Açúcar tinha três resíduos de pesticidas, sendo um não regulamentado, o Monoctrotofos.

Três lotes de morangos não-orgânicos (supermercados Carrefour, Pastorinho e Pão de Açúcar) apresentaram resíduos do pesticida não regulamentado Carbendazim. Já os resultados do tomate foram muito bons. Apenas dois entre os 13 analisados tinham resíduos de pesticidas, sendo apenas um com agrotóxico não regulamentado (supermercado Sonda), o Fenitrotion.

A Pro Teste cobrou medidas da Anvisa para que o órgão estabeleça claramente os limites no uso de agrotóxicos a partir dos quais a saúde do consumidor estará em risco.

Outro lado

Procurados pela Folha Online, o Carrefour, o Wal-Mart e o Pastorinho ainda não se pronunciaram.

A assessoria de imprensa do supermercado Sonda informou que está tentando apurar com a Pro Teste a data de coleta de seus produtos. Assim, poderá identificar o fornecedor em questão --já que a empresa trabalha com diversos deles-- e, assim, tomar uma providência.

O Pão de Açúcar afirmou que não recebeu os laudos da Pro Teste e contesta as informações e resultados das análises realizadas pelo órgão por não divulgarem a metodologia, lotes e correta rastreabilidade do produto.

A empresa garante que mantém rígido controle dos produtos comercializados em suas lojas, que estariam de acordo com a legislação vigente. No caso dos produtos in natura, como frutas, legumes e verduras, a rede informou que realiza um programa específico para controle do uso de defensivos químicos em todos os seus fornecedores.

Leia mais

* Molhos para salada têm conservantes e aditivo em excesso
* São Paulo (SP) recebe conferência sobre alimentos funcionais
* Brasil teve 2º maior aumento de cultivo de transgênicos
* Livro discute a qualidade e a quantidade dos alimentos necessários para o consumo global
* Origem e efeitos dos transgênicos são tema de livro

Especial
* Leia o que já foi publicado sobre a Pro Teste


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/comida/ult10005u372654.shtml)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

ECO1 lança três novos vídeos de educação ambiental

ECO1 lança três novos vídeos de educação ambiental
12/02/2008 - 04h02
de http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=43220&edt=34

Por Assessoria

Primeiro e único portal de vídeos dedicado ao meio ambiente e considerado o “YouTube da Ecologia", o ECO1® (http://www.eco1.com.br) apresenta três novos vídeos. São eles: Sustentabilidade, Biodiversidade e Feira de Orgânicos, com cerca de três minutos e meio de duração cada. Os vídeos são apresentados pela jovem Carol Lazzaretti.

No vídeo de Sustentabilidade, a preocupação está em ensinar sobre a complexidade do tema, muito na moda hoje em dia. Já no curta-metragem Biodiversidade, o ECO1® apostou em imagens marcantes, e na apresentação do "ranking de biodiversidade" onde o Brasil destaca-se sempre entre os países com maior quantidade de bichos e plantas. Já a matéria Feira de Orgânicos, realizada no Parque da Água Branca, em São Paulo, mostra a importância de uma alimentação saudável sem uso de agrotóxicos, que vem crescendo entre os brasileiros.

“A internet é o melhor veículo para se agregar valor a vida das pessoas, mas precisamos de conteúdo certificado e de qualidade. O ECO1® cumpre esse papel”, declara Ricardo Murer, CEO da SOFTV® , empresa responsável pelo desenvolvimento do Portal.


Sobre a SOFTV®

A SOFTV® (http://www.softv.com.br) é uma startup focada em IPTV, que iniciou suas operações em março de 2007. 100% brasileira, a empresa atua em projetos de IPTV, streaming de vídeo e áudio e mídia digital para os segmentos corporativo e educacional. Todos seus produtos e serviços são baseados em software livre.

A tecnologia inovadora da SOFTV® tem um papel de destaque no ECO1®. “Todo o desenvolvimento foi baseado em Java, o que permitiu reduzir custos de infra-estrutura e criar uma tecnologia inédita de streaming de áudio e vídeo de alta performance”, acrescenta Themoteo Clerton, CIO da SOFTV®.

SOFTV
http://www.softv.com.br

Portal ECO1
http://www.eco1.com.br


(Envolverde/Assessoria)

© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

Promotoria quer destituir 396 prefeitos do PR por falta de saneamento

Imaginem se aplicam esta regra aqui em Santa Catarina!
Muitos prefeitos seriam destituídos!


Promotoria quer destituir 396 prefeitos do PR por falta de saneamento
DIMITRI DO VALLE
da Agência Folha, em Curitiba

O Ministério Público do Paraná prepara ações de improbidade administrativa contra 396 dos 399 prefeitos do Estado. O motivo é a não-implantação, em prazo previsto em lei, de planos de gerenciamento do lixo para reciclagem e uso como adubo agrícola.

A sanção prevista nessas ações é perda do mandato ou cassação dos direitos políticos, mas os promotores locais estão sendo orientados a pedir a destituição dos administradores.

Os promotores já receberam os modelos das ações da coordenação do setor de meio ambiente do Ministério Público paranaense. As ações devem ser propostas a partir do dia 26, quando acaba o prazo de um ano fixado pela lei federal 11.445, de 2007, que estabeleceu diretrizes nacionais para saneamento básico.

A lei determina que os municípios brasileiros criem planos para destinação correta do lixo.
"Os prefeitos tiveram tempo suficiente para cumprir a lei. O objetivo da ação é que todos sejam destituídos dos cargos", disse o procurador Saint-Clair Honorato dos Santos, que coordena o Centro de Apoio Operacional das Promotorias do Meio Ambiente no Paraná.

Santos afirmou que percorreu todas as cidades do Estado alertando sobre a importância das políticas de manejo correto do lixo. De acordo com ele, apenas Foz do Iguaçu, Bituruna e General Carneiro adotaram os planos.

Pelos projetos de gerenciamento, moradores também teriam que fazer a coleta seletiva do lixo, separando materiais recicláveis de resíduos orgânicos. A finalidade, segundo a Promotoria, é eliminar o chorume nos aterros sanitários. Líquido escuro originado da decomposição do lixo, o chorume ameaça reservas de água do subsolo.

O presidente da AMP (Associação dos Municípios do Paraná), Moacyr Fadel, classificou as ações como "absurdas". "Sabemos que a questão do destino correto do lixo é urgente, mas tem que haver parceria, e não imposição", disse Fadel, que é prefeito de Castro. Ele disse que municípios pequenos não têm recursos para contratar técnicos e precisariam de mais tempo para cumprir as novas exigências.

(da FolhaOnLine: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u372185.shtml)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Cals, o outro ministro da reciclagem...

...que dizem ter tomado um sopapo na Novembrada em Florianópolis, tinha um pouco de razão:

Cals, o outro ministro da reciclagem
Marcos Sá Corrêa*

Na Suécia, ela abastece mais de 7 mil veículos e os planos oficiais querem que mova 80 mil. Na China, acende os bicos do fogão e dos aquecedores em 18 milhões de propriedades e o governo pretende levá-la a mais 50 milhões de cozinhas rurais. Na Alemanha, produz em casa a eletricidade consumida por 3 mil fazendas e até em Toledo, no oeste do Paraná, ilumina granjas com sobras dos chiqueiros. No Canadá, a Dynamotive está pronta para oferecê-la nos postos de gasolina e, na Inglaterra, pode substituir pelo menos 16% do combustível queimado nas estradas.

Trata-se, em todos esses casos, da biomassa, palavra que caiu no ridículo há quase 30 anos no Brasil, quando o então ministro do Planejamento, Mario Henrique Simonsen, transformou em piada, no Palácio do Planalto, uma proposta de ''''diversificação de políticas energéticas'''' para o governo do general João Figueiredo. O ministro de Minas e Energia à época, coronel César Cals, acabava de advogar, em reunião do conselho, o aproveitamento do metano que nosso rebanho bovino espalha perdulariamente pelos pastos. E Simonsen atalhou-o para perguntar se, com essa conversa, sugeria a criação da Bostobrás, nova estatal no figurino dos monopólios que o regime militar inventava a torto e a direito para os recursos estratégicos.

A briga naquela mesa era desigual. Com orelhas de abano, nariz grande e pele cerzida por cicatrizes de acne, Cals parecia desenhado por um caricaturista. Chegara ao ministério de Figueiredo nos braços de uma derrota, como candidato ao governo do Ceará. Era senador biônico. Ganhara uma pasta esvaziada pela Comissão Nacional de Energia, que desviava as decisões mais importantes do setor para o gabinete do vice-presidente da República. Lambuzara-se nos jornais, ao cevar sob o cargo escritórios eleitorais no Rio de Janeiro, em Brasília e em Fortaleza, escândalo numa época em que os brasileiros ainda não tinham visto tudo o que o futuro lhes reservava em barganha política no ministério de Minas e Energia.

Cals era um ministro fraco, à sombra de um presidente destrambelhado. Levaria décadas para provar que o tempo lhe dava alguma razão, pelo menos quando falou em privatizar a Companhia Vale do Rio Doce e botar a Petrobrás para furar poços, açulada por contratos de risco.

Mas a biomassa, que era outra de suas idéias fixas, morreu ali mesmo, enterrada pela verve demolidora de Simonsen. Atravessara-lhe o caminho uma das melhores cabeças que já passaram pela vida pública no Brasil, capaz de digerir com a mesma leveza teorias econômicas, abstrações matemáticas, tratados filosóficos, partituras sinfônicas, equações financeiras e bobagens administrativas.

Cals morreu em 1991, dois anos antes que a Universidade de Walford e North Shropshire montasse, em seu Departamento de Horticultura, a primeira usina de biomassa, para tirar o atraso da Inglaterra na corrida dos países europeus rumo a um planeta sem petróleo ou carvão. Hoje, a fazenda experimental produz toda a eletricidade que consome e ainda tem um saldo de fertilizantes orgânicos para usar na renovação do solo.

Tudo à custa de uma fonte de energia que ''''tem má aparência e cheiro ruim, mas ainda pode acabar no seu carro'''', como escreveu recentemente o jornalista William Knight em Fecal Attraction - ou seja, Atração Fecal.

O trocadilho do título pode não ser digno das antologias do humor inglês. Mas é bem melhor do que discutir, sobre Minas e Energia, a reciclagem de afilhados políticos do ministro Edison Lobão.

* É jornalista e editor do site O Eco (www.oeco.com.br)
(do site do Estadão: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080213/not_imp123726,0.php)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Governo vê oligopólio nos fertilizantes - Bunge, Mosaic e Yara

Vejam quem quer explorar fosfato em Anitápolis...

Governo vê oligopólio nos fertilizantes
da Folha Online (http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u371611.shtml)

Hoje na Folha O Ministério da Agricultura pretende quebrar um suposto oligopólio no setor de fertilizantes, que segundo estudo do órgão é dominado pela Bunge e mais duas multinacionais, a Mosaic e a Yara, informou Iuri Dantas em reportagem na edição de hoje da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

Segundo esse estudo, que durou quatro meses e investigou a conduta dessas empresas e o comportamento do mercado, o oligopólio vem sendo responsável pelos altos custos na produção de culturas importantes, como a soja e a cana-de-açúcar. O oligopólio seria possível porque as três empresas influenciam tanto a produção nacional de fertilizantes como também o fornecimento internacional, pois são fortes também no exterior.

O mercado de fertilizantes no mundo movimenta cerca de US$ 60 bilhões anuais --no Brasil, são US$ 7,5 bilhões. O grupo Bunge, com sede nos EUA, inclui ainda alimentos e faturou R$ 18,2 bilhões em 2006 no Brasil. Só a Bunge fertilizantes tem aqui 3.000 funcionários e 60 mil clientes.

No Brasil, as lavouras de soja (33%), milho (17%), cana-de-açúcar (15%), café (8%) e algodão herbáceo (5%) são as maiores consumidoras de fertilizantes, respondendo por 78% do consumo nacional.

A Bunge negou a prática. Segundo a empresa, é normal que ela esteja em posição de destaque no mercado de fertilizantes, pois investe no país há 70 anos. Também considera que o preço do insumo é ditado pelo mercado internacional, sendo portanto difícil uma empresa conseguir ditar preços.

E o saneamento em Anitápolis, Rancho Queimado, Angelina, Santa Rosa de Lima,...?

QUando vão cuidar do córrego que passa pelo centro de Rancho Queimado?
E quando irão ver os esgotos sendo jogados direto das casas à beira do rio do Povoamento?


Atenção ao saneamento

Embora ainda não alcancem volumes considerados suficientes para evitar o agravamento do problema no curto prazo, os investimentos públicos e privados em saneamento básico voltaram a crescer. Contratos assinados pelo governo federal no ano passado totalizam aplicações de R$ 13,88 bilhões em programas de saneamento até 2010. Esse dinheiro, proveniente do Orçamento da União e de fontes de financiamento federais, será aplicado por companhias públicas (estaduais ou municipais) e privadas, as quais se comprometem a investir, como contrapartida, mais R$ 2,88 bilhões, o que eleva o total de investimentos já contratados para R$ 16,76 bilhões.

A esses valores, apurados pelo jornal Valor, devem ser acrescentados os investimentos feitos diretamente por grupos privados que, por meio de concessão ou Parcerias Público-Privadas, operam sistemas municipais de saneamento. Como mostrou reportagem publicada no Estado de quarta-feira, essas empresas devem investir até R$ 3 bilhões nas próximas duas décadas.

Os investimentos em saneamento tendem a crescer. Somente em 2008, de 15 a 20 contratos de obras de saneamento deverão ser firmados entre prefeituras e empresas particulares, segundo a Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon). É pelo menos o dobro do número de contratos assinados no ano passado.

"A roda do saneamento, que estava parada, começou a girar", disse o presidente da Abcon, Yves Bessa. É um fato alentador. O saneamento é um dos setores mais carentes de investimentos públicos e privados. Apesar de sua importância para a saúde da população, o esgotamento sanitário ainda é o serviço público menos difundido nos municípios brasileiros. Pesquisa recente feita pela Fundação Getúlio Vargas constatou que apenas 47% da população dispõe desse serviço. Cerca de 100 milhões de brasileiros vivem em precárias condições sanitárias.

Nas últimas décadas, diminuiu o ritmo de expansão do número de domicílios atendidos por rede de coleta de esgoto. Na década de 1970, por exemplo, esse número cresceu 1,5% ao ano; na década seguinte, o ritmo diminuiu para 1% ao ano; entre 1992 e 2006, baixou ainda mais, para 0,8% ao ano. Essa queda é reflexo de um conjunto de problemas, entre os quais a desatenção das autoridades com a questão, dificuldades financeiras das empresas operadoras dos sistemas de saneamento básico, regras excessivamente rigorosas para a concessão de financiamentos para essas empresas e falta de um marco regulatório que dê segurança aos investidores privados.

A aprovação, há pouco mais de um ano, da Lei de Saneamento "trouxe segurança em termos de continuidade e regularidades dos investimentos", disse ao Estado o diretor-executivo do Instituto Trata Brasil, Raul Pinho. O governo Lula, por sua vez, incluiu no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) boa parte das ações voltadas para a expansão das redes de água e esgotos. Assim, dos R$ 13,88 bilhões em recursos orçamentários e financiamentos de responsabilidade federal para os programas de saneamento que serão executados até 2010, nada menos do que R$ 12,41 bilhões estão no PAC.

O Conselho Monetário Nacional (CMN), por sua vez, ampliou os limites para as operações de crédito destinadas a programas de saneamento. Isso abriu, imediatamente, a possibilidade de contratação, por Estados e municípios, de R$ 6 bilhões em financiamento. Na área federal, as fontes de financiamentos são o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o BNDES. Isso dá condições para empresas estaduais e municipais arcarem com sua parte nos programas apoiados pelo governo federal.

A polêmica questão da titularidade dos serviços nas regiões metropolitanas ainda aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mas, felizmente para a população mais pobre - a que mais carece de saneamento básico -, isso não impediu a retomada dos investimentos. Eles ainda são insuficientes para resolver o problema no curto prazo - para isso, seria necessário investir o triplo -, mas são uma demonstração de que o governo, finalmente, deu ao problema a prioridade que ele merece.

(de http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080211/not_imp122513,0.php)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Como ser feliz?

Vejam só! Que coisa curiosa! E tanta gente busca a felicidade em coisas como "ir ao shopping", "ter o carro do ano" e coisa e tal!
O Environment Performance Index (EPI), ou "Índice de Desempenho para o Meio Ambiente" parece ter tudo a ver com a felicidade! Vamos persegui-lo?

Vejam artigo abaixo, do jornal "O Estado de São Paulo":

Geografia da felicidade
Eliana Cardoso

Amanhã não será como ontem. Os velhos serão mais numerosos. Os movimentos migratórios, mais intensos. Os preços relativos, determinados na China e na Índia. A desigualdade será maior e a resistência à globalização, também. Mas, acima de tudo, a cara do mundo vai mudar com o aquecimento global.

Os cientistas alertam que a fronteira entre o passado e o futuro está próxima. A mudança climática pode ser mais abrupta do que se pensava. Talvez o homem não tenha o poder de impedi-la. Diante dessa suspeita, os pesquisadores parecem dispostos a substituir o discurso de contenção do desastre pela idéia de adaptação às novas condições.

Adaptação requer conhecimento. Por isso, as Universidades de Yale e Columbia produzem o Environment Performance Index (EPI), ou índice de desempenho para o meio ambiente. O EPI resume 25 indicadores de políticas em saúde ambiental, poluição do ar, recursos hídricos, biodiversidade, recursos naturais e mudança climática.

Entre 149 países, o melhor EPI de 2008 vai para a Suíça, também campeã de felicidade, segundo as informações do banco de dados conhecido como The World Database of Happiness, obra da Universidade de Erasmus, em Roterdã. Um jornalista americano, Eric Weimar, munido das informações de Roterdã, visitou sete países e escreveu The Geography of Bliss.

Diz ele que a felicidade não existe na Moldávia. Que ela não tem problemas de convivência com as altas taxas de suicídio na Suíça. Que felicidade é política de governo no Butão. Na Inglaterra, suspeita-se que ela não passe de uma invenção americana de qualidade duvidosa. Por outro lado, embora os americanos a considerem um direito inalienável, seu país tem um índice fraco, dado seu nível de renda. Esse fato é incompatível com a teoria de que os ricos são mais felizes do que os pobres?

Incompatível, mas incontestável, mostra o mapa contido no trabalho A Global Projection of Subjective Well-Being, do professor Adrian White, da Universidade de Leicester. No topo de sua lista estão os países europeus. Na rabeira, os países pobres mergulhados em conflitos (como o Congo). Também se dão mal os países com densa população e muita poluição (como a Índia e a China).

A Nova Zelândia, com 4 milhões de habitantes e 40 milhões de carneiros, se dá bem. Entre 178 nações, ocupa a 18ª posição. Será mera coincidência que seu EPI esteja entre os melhores do mundo?

A reação do economista é fazer um gráfico relacionando os dois índices. Assim fiz e o coloquei na minha home page. Ele mostra que, quanto melhor o EPI, mais feliz está a população do país. Entre as populações mais desafortunadas estão as de países com graves problemas ambientais (como o Chade e o Níger). O gráfico também permite argumentar que os EUA, apesar de sua riqueza, têm um índice de felicidade abaixo de outros países menos ricos, porque seu EPI é medíocre.

Heureka! A idéia me ocorreu durante minha visita à Nova Zelândia em janeiro. Agradeço às paisagens que me encheram os olhos, à nova cozinha fusion e aos chardonnays e pinots noirs que me iluminaram a mente.

Viagem de arromba. A Nova Zelândia é uma monarquia democrática e a menor das economias da OCDE. Ela ainda depende das exportações de laticínios e carnes, embora o turismo se tenha tornado sua fonte mais importante de divisas externas. Para garantir a meta de inflação (entre 1% e 3%), um respeitável banqueiro central mantém a taxa de juros em 8%, excepcionalmente alta para um país desenvolvido. Taxa de juros alta combinada ao boom das commodities num país rico em recursos naturais só tem um resultado: valorização substancial do câmbio. Isso forçou uma intervenção do banco central em meados de 2007.

Valorização cambial, intervenção e reclamações de exportadores são pontos comuns ao Brasil e à Nova Zelândia. Outros são as praias bonitas e as sandálias havaianas, que nivelam os habitantes em ambos os países, embora num deles a distribuição de renda seja desigual longe da praia e no outro, não.

Cada um tem sua cor nacional. A nossa é o verde-amarelo. A deles, o preto. Nosso esporte é o futebol. O deles, o rugby. Nossa comida mais popular, o feijão. A deles, chesdale (um queijo do tipo cheddar). Nós temos jabuticabas. Eles, Wattie?s (petit-pois enlatados).

Nós usamos biquíni. Eles, camisa Swanndri. Não nos faltam macacos. A eles sobram carneiros. Aqui crescem coqueiros. Lá não há casa sem canteiro de flores. Nossas crianças se encantam com a Emília do Sítio do Pica-Pau Amarelo. As de lá, com a buzzy bee, que os irmãos Ramsay criaram nos anos 40. As nossas gostam de brigadeiro. As deles, do sorvete Tip-top.

Nosso pássaro é o sabiá, que gorjeia no poema aprendido na escola. O deles é o kiwi, símbolo nacional e o mais estranho dos pássaros, pois não voa e sua plumagem parece mais um casaco de peles do que de plumas.

Em 2006, o PIB per capita de US$ 6 mil no Brasil era menos de um quarto do PIB per capita da Nova Zelândia. O EPI do Brasil e o indicador subjetivo de felicidade dos brasileiros também são piores que os de lá. Com razão. Queimamos nossas matas, enquanto os neozelandeses cuidam de seu meio ambiente. E lá a polícia não usa armas, porque não precisa.

Para terminar. Se você ainda não leu o Sr. Pip, de Lloyd Jones, jornalista neozelandês, vá correndo à livraria. No livro, durante o bloqueio do governo de Papua-Nova Guiné à Ilha de Bougainville na década de 1990, um professor improvisado lê Grandes Esperanças, de Dickens, com um grupo de crianças. A voz da menina, dotada de imensa ternura, registra muitos anos depois: ele "nos pegou pela mão e nos ensinou a reimaginar o mundo, a ver uma possibilidade de mudança e abrir espaço para ela em nossas vidas".
Eliana Cardoso é professora titular da EESP-FGV
Site: www.elianacardoso.com
(de http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080211/not_imp122557,0.php)