quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Aterros sanitários responsáveis pela geração de 60% das emissões de metano - O que tu fazes com teu lixo orgânico?

Gases-estufa estão em níveis recordes, diz agência da ONU

Reuters/Brasil Online
    GENEBRA (Reuters) - A concentração dos principais gases causadores do efeito estufa na atmosfera alcançou o nível mais altos desde os tempos pré-industriais, anunciou nesta quarta-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

As concentrações dos gases-estufa continuaram a aumentar em 2009 - o último ano para o qual há observações registradas - a despeito da recessão econômica, disse a agência meteorológica da ONU em seu mais recente Boletim Gás-Estufa.

O aumento nesses gases eleva a radiação na atmosfera, aquecendo a superfície da Terra e provocando mudanças climáticas.

"Os principais gases-estufa de vida longa, entre eles o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso, atingiram seus níveis registrados mais altos desde o início da era industrial, e isso apesar de uma recessão econômica recente", disse a jornalistas o vice-secretário-geral da OMM, Jeremiah Lengoasa.

As conclusões serão estudadas em uma conferência da ONU em Cancun, no México, que será promovida entre 29 de novembro e 10 de dezembro para discutir as mudanças climáticas.

A forçante radiativa, ou seja, a razão entre a radiação que chega da atmosfera e a radiação que sai para ela, aumentou em 1 por cento em 2009 e em 27,5 por cento entre 1990 e 2009, disse a OMM.

Os índices de aumento do dióxido de carbono e do óxido nitroso foram mais baixos que em 2008, mas o fato exerceu impacto mínimo sobre as concentrações de longa duração.

Se as emissões de gases-estufa parassem por completo, ainda assim o dióxido de carbono já presente na atmosfera levaria cerca de 100 anos para sair dela.

O dióxido de carbono é isoladamente o mais importante gás-estufa causado pela atividade humana, contribuindo para 63,5 da forçante radiativa total. Sua concentração aumentou 38 por cento desde 1750, principalmente devido às emissões provocadas pela queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e mudanças no uso da terra, disse a OMM.

As emissões naturais de metano - devidas, por exemplo, ao derretimento da calota de gelo ártica e ao aumento da precipitação pluviométrica em regiões úmidas, elas próprias causadas pelo aquecimento global - estão ganhando importância, disse a organização.

Esse fato pode gerar um "círculo de feedback" no qual o aquecimento global libera na atmosfera grandes quantidades de metano que, então, contribuem para um aquecimento global ainda maior.

Essas emissões naturais podem ser a razão pela qual a concentração de metano vem aumentando na atmosfera ao longo dos últimos três anos, após quase uma década sem subir, disse a OMM.

Atividades humanas como a criação de gado, o plantio de arroz, a exploração de combustíveis fósseis e aterros sanitários são responsáveis por 60 por cento das emissões de metano, e fontes naturais respondem pelo restante.

(Reportagem de Jonathan Lynn)

(de http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/11/24/gases-estufa-estao-em-niveis-recordes-diz-agencia-da-onu-923096541.asp

)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Angelina, Anitápolis, Santa Rosa de Lima, Rancho Queimado: elaboraram o plano de saneamento?

Caso negativo, NÃO RECEBERÃO INVESTIMENTOS FEDERAIS!


Apenas receberão investimentos federais na área de saneamento os municípios que concluírem, até o dia 31 de dezembro de 2010, o Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico.
O auditório do Conselho Regional de Química, localizado no Centro de Florianópolis, foi palco de mais uma reunião mensal do Conselho Municipal de Saneamento. Durante o encontro, que reuniu representantes de diversos setores da sociedade, foi apresentada e discutida a Versão Preliminar do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico (Produto 9 – Programas Metas e Ações do Plano). Na próxima etapa, denominada Produto 10, serão realizadas Audiências Públicas com o objetivo de consolidar a participação popular na discussão do Plano. O material contendo todos os Produtos, até o momento aprovados, estão disponíveis para toda a comunidade no site da Prefeitura Municipal de Florianópolis e na forma impressa em diversos locais. A exemplo de escolas, Centros Comunitários, Bibliotecas e outros estabelecimentos da região de onde será realizada a Audiência.
A primeira Audiência Pública ocorrerá no dia 22 de Novembro, às 19h00, no Clube Canto do rio, no Ribeirão da Ilha. Já está disponibilizada uma cópia impressa do material para consulta local no Conselho Comunitário do Ribeirão da Ilha, localizado na Rua Baldicero Filomeno, nº 7792. Informações poderão ser obtidas com o Sr. Álvaro, Presidente do Conselho Comunitário. O Secretário Municipal de Habitação e Saneamento Eng. Átila Rocha dos Santos, presidente do Conselho Municipal de Saneamento, responsável pela elaboração do Plano, destacou a importância da participação da população nesta fase. As sugestões podem ser encaminhadas por meio digital para a prefeitura pelo email planosaneamentofloripa@gmail.com Contato: 3251 6327.
(PMF, 06/11/2010)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Especialistas alertam sobre a iminente crise de escassez de fósforo

Do blog "controversia" (http://blog.controversia.com.br/2010/05/02/especialistas-alertam-sobre-a-iminente-crise-de-escassez-de-fsforo/), originalmente publicado na Der Spiegel...

Se a gente já sabe que as jazidas vão se esgotar, porque não fazer o certo da primeira vez? Explorar/recuperar o fósforo dos esgotos! Assim se resolve TAMBÉM o problema de saneamento das grandes cidades!

O fosfato atualmente é extraído das jazidas e processado para ser usado como adubo. As plantações são adubadas e as colheitas são transformadas em alimentos para os moradores das grandes cidades. No final do ciclo o fosfato vai para nos esgotos. Até quando? Até se esgotarem as jazidas? Só então vão pensar em recuperar o fosfato dos esgotos e do lixo orgânico? Após devastarem as regiões das jazidas? Estupidez!

Especialistas alertam sobre a iminente crise de escassez de fósforo

Hilmar Schmundt

Máquina move minérios com fosfato em   complexo de produção de fertilizantes no Iraque

Máquina move minérios com fosfato em complexo de produção de fertilizantes no Iraque

O elemento fósforo é essencial à vida humana e o ingrediente mais importante dos fertilizantes. Mas os especialistas alertam que as reservas de rochas de fosfato do mundo estão acabando. Será que reciclar o esgoto é a resposta?

Eles peneiram o pó entre os dedos, cheiram-no e admiram seu leve brilho marrom. Membros de uma delegação japonesa, vestidos com ternos pretos e capacetes amarelos, observam com atenção dentro de uma fábrica em Leoben, Áustria, maravilhados com a transformação aparentemente milagrosa do esgoto fétido em cinzas valiosas.

Nada indica que a poeira marrom venha de uma fossa. Ela não tem cheiro, é higiênica e tão segura quanto a areia de um parquinho infantil. E também é valiosa. A poeira contém cerca de 16% de fosfato. O elemento, principal ingrediente básico dos fertilizantes minerais, é atualmente comercializado por US$ 335 a tonelada.

O lodo de esgoto costumava ser jogado sem tratamento nas plantações como esterco líquido, até que se tornou evidente o quanto era tóxico. As excreções humanas estão cheias de metais pesados, hormônios, bifenil – e medicamentos. Novas fábricas de processamento conseguem remover essas toxinas com muito mais eficácia hoje, abrindo caminho para o uso do lodo de esgoto como um fertilizante seguro. A Ash Dec, companhia que opera a fábrica piloto em Leoben, apelidou o programa de "Ash to Cash" ["Cinzas em Dinheiro"].

Essa abordagem pouco convencional pode ser importante para toda a humanidade. Embora o termo "pico do petróleo" - o ponto em que a capacidade de produção chegará ao pico antes que os poços de petróleo comecem a secar – seja bastante conhecido, poucas pessoas sabem que as reservas de fósforo também estão se esgotando. Especialistas se referem a este cenário como o "pico do fósforo".

"Embora o tempo exato seja motivo de controvérsia, está claro que a qualidade das rochas de fosfato que ainda restam está diminuindo, e os fertilizantes baratos em breve serão coisa do passado", alerta Dana Cordell do Instituto para Futuros Sustentáveis em Sidney. Uma crise de fosfato seria no mínimo tão séria quanto uma crise do petróleo. Enquanto o petróleo pode ser substituído por outras fontes de energia – nuclear, eólica ou solar –, não há uma alternativa para o fósforo. É um elemento básico para todo tipo de vida, e sem ele os seres humanos, animais e plantas não podem sobreviver.

Gerador da vida e letal

O elemento fósforo liga-se ao oxigênio, que dá a ele seu duplo papel como elemento gerador da vida e também como elemento letal. Como ele se liga facilmente, o fósforo é altamente inflamável, e por isso é usado em bombas incendiárias. Por outro lado, o fósforo é uma parte essencial das biomoléculas.

O químico conhecido como fosfato, que consiste em um átomo de fósforo cercado por um cordão de segurança de átomos de oxigênio, é uma das bases da vida. O corpo humano, por exemplo, contém cerca de 700 gramas de fósforo. Nossos dentes de ossos devem sua força a um mineral de fosfato, mas as células nervosos e os músculos também dependem do químico. Até as moléculas de DNA são mantidas unidas pelo fósforo.

"A vida pode se multiplicar até que todo o fósforo desapareça, e então haverá uma interrupção inexorável que nada poderá evitar", escreveu o autor de ficção científica e bioquímico Isaac Asimov. Pessoas que não consomem pelo menos 0,7 gramas de fósforo por dia com seus alimentos têm maior probabilidade de sofrer sintomas de deficiência.

A demanda por fertilizantes para plantar alimentos para ração animal cresceu por conta da fome de carne dos países ricos. O crescimento da prosperidade na China e o cultivo de plantas para produzir biocombustíveis estão aumentando ainda mais essa demanda, o que gera mais especulação nos mercados globais. Há dois anos, o preço da rocha de fosfato subiu 700%, e depois teve uma ligeira queda. Os mercados estão nervosos.

"Uma bomba-relógio"

Apenas quatro países – Marrocos, China, África do Sul e Jordânia – controlam 80% das reservas de fosfato utilizável do mundo. O Marrocos é um exportador particularmente importante, a Arábia Saudita do fósforo, por assim dizer.. Suas reservas se formaram há milhões de anos, quando restos de animais de plâncton foram depositados como sedimentos no fundo de um mar raso e quente. O tesouro fóssil do Marrocos responde por cerca de 37% das reservas mundiais.

A Europa, por outro lado, quase não tem reservas próprias, e depende das importações para satisfazer 90% de sua demanda. O fósforo é uma "bomba-relógio geoestratégica", alerta David Vaccari, professor de engenharia ambiental no Instituto de Tecnologia Stevens em Hoboken, Nova Jersey. "Eventualmente podemos ser obrigados a implantar um alto grau de reciclagem à medida que os recursos se tornam escassos", diz ele. "Quanto mais cedo implantarmos tecnologias de reciclagem, mais tempo os recursos atuais durarão, facilitando a transição para um período em que uma intensa reciclagem se tornará imperativa."

Até mesmo o escritor francês Victor Hugo reconheceu o problema, interrompendo seu famoso livro "Os Miseráveis" para escrever várias páginas de uma defesa inflamada do uso de material fecal humano como fertilizante. "Não há guano que se compare em fertilidade aos detritos de uma capital", enfatizou.

E agora o sonho do escritor pode finalmente tornar-se realidade. A indústria é chamada de "mineração urbana", e além de reciclar metais, vidros e plástico, logo poderá transformar os esgotos em minas de fertilizantes. As estações de tratamento de esgoto acumulam quase um quilo de fosfato por ano por morador.

Nas estações de tratamento de esgoto atuais, os fosfatos vão parar no logo, que é então aquecido em fábricas de mono-combustão e com frequência levado a aterros em forma de cinza ou misturados ao concreto – junto com este valioso fertilizante.

Consumido, digerido, excretado e enviado descarga abaixo

Mas isso poderá mudar em breve, como descobriu a delegação japonesa em sua visita à fábrica piloto de Leoben. A região em torno da fábrica já foi o centro da indústria de mineração da Áustria, que desde então entrou num declínio visível. Muitas casas em Leoben estão vazias hoje.

Agora a mineração urbana poderá dar nova vida à região. As cinzas são entregues à fábrica por caminhões da companhia de tratamento de esgoto em Viena, a cerca de 150 quilômetros dali. A poeira marrom clara e fina é guardada em grandes sacos plásticos, e nada ali sugere que suas partículas já foram uma refeição deliciosa, antes de ser consumida, digerida, excretada e enviada descarga abaixo pelo sistema de esgoto da cidade.

Quando chegam na fábrica, as cinzas do lodo de esgoto não são apropriadas para serem usadas como fertilizantes, porque contêm níveis excessivamente altos de metais pesados como o cádmio. À medida que as engrenagens gemem e as correias transportadoras chiam, as cinzas, combinadas com aditivos químicos, passam para um forno giratório, onde uma chama de gás natural as esquenta a 1.000 ºC. Depois de meia hora no forno giratório, as cinzas, que já passaram por dois processos de purificação, têm um conteúdo de cerca de 16% de fosfato. Elas são então enriquecidas com outros nutrientes, como o potássio e o nitrogênio, para chegar ao produto final: o fertilizante urbano.

"Depois da reciclagem, o conteúdo de metal pesado é significativamente mais baixo do que na maioria dos fertilizantes convencionais", diz Ludwig Hermann, co-fundador da Ash Dec. "No começo, tudo que podia dar errado dava errado", diz ele, referindo-se à fábrica piloto de US$ 2,7 milhões. "As caldeiras quebraram e as cinzas cozinharam até virarem pedaços duros". A máquina que Hermann usa agora para a mineração urbana já foi usada para processar alumínio.

"O miraculoso portador da luz"

Suas experiências são comuns na emergente indústria de reciclagem de fosfato, onde há muita especulação, testes e erros – quase como era há 340 anos, quando o fósforo foi descoberto. Foi o alquimista Hennig Brand, de Hamburgo, que descobriu uma substância promissora que brilhava misteriosamente no escuro, enquanto buscava a "pedra filosofal" em 1669.

A receita do alquimista era de certa forma estranha. Pegue a urine "dourado-amarelada", destile-a e aqueça o resíduo. Usando este método rudimentar, ele obteve alguns gramas de fósforo a partir de várias centenas de litros de urina. Então ele vendeu os pedaços a outros cientistas por grandes somas de dinheiro. O matemático Gottfried Wilhelm Leibniz também estava interessado o segredo do "phosphorus mirabilis" ("o miraculoso portador da luz").

O uso prosaico do fosfato como fertilizante foi descoberto por acidente mais de 200 anos depois. O material era um subproduto da produção de aço na Inglaterra, conhecido como o pó de Thomas. Este lixo industrial mais tarde se mostrou útil como um ótimo fertilizante.

Depois disso, o fósforo passou a ter várias aplicações: na fertilização das plantas, nas rações animais, na superfície das caixas de fósforo e nas armas. Ironicamente, os aliados usaram bombas incendiárias de fósforo na 2ª Guerra Mundial para destruir Hamburgo, o local em que o "milagroso portador da luz" foi descoberto.

Salvação nos esgotos

Com o advento da mineração urbana, uma nova fonte do escasso elemento está sendo explorada. Muitos métodos para retirar materiais brutos do esgoto estão sendo testados no processo. Na Holanda, por exemplo, a companhia Thermphos está produzindo fósforo branco de qualidade para uso na indústria a partir de grandes quantidades de cinzas de lodo de esgoto. A Alemanha também em breve assumirá um papel pioneiro com um centro de pesquisa inovador na reciclagem de fósforo.

No mais tardar em 2012, Hermann planeja construir uma fábrica de 12 milhões de euros dentro de um projeto com o Instituto Federal para Pesquisa e Teste de Materiais, com sede em Berlim. Um local no Estado de Brandemburgo, no leste da Alemanha, está sendo considerado.

"Com a nossa tecnologia, a reciclagem poderá satisfazer um terço da demanda por fertilizantes da Alemanha", diz Hermann. Sua primeira fábrica em escala industrial deverá ser sete vezes maior do que a fábrica piloto na Áustria, e produzirá 29 mil toneladas de fertilizantes por ano. Ele planeja obter o material bruto das estações de tratamento de esgoto próximas, num raio de 300 quilômetros. Mas a maior parte dele virá daquela que talvez seja a mais importante mina de fosfato da Alemanha: os esgotos de Berlim.

Fonte: Der Spiegel – http://www.spiegel.de/

Ocupação das margens dos rios - lições a aprender com o nordeste.

Reconstrução com precaução
04 Nov 2010, 12:14

Enchente afeta a cidade de Barreiros (foto: Imprensa Oficial de Pernambuco)

Em junho, a imprensa nacional teve uma pauta dramática: as cidades que margeavam os rios Una, Carimã e Itaperibú em Pernambuco e Alagoasforam invadidas e as águas vieram com poder de destruição. Várias cidades foram destruídas e, passado o trauma, começam a ser reconstruídas. Por causa disso, o Ministério Público de Pernambuco na cidade de Barreiros, a 91 quilômetros da capital e um dos municípios mais atingidos pelas cheias, entrou com uma ação para que a prefeitura da cidade não autorize construção nas margens dos rios. 

Logo depois das chuvas, estudiosos analisaram a ocupação das cidades ao longo dos rios e apontaram a urbanização da área de segurança do leito do rio como um dos principais motivos para a destruição. O professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Abelardo Montenegro, especialista em hidrologia e tecnologia rural, disse também que as cidades pernambucanas e alagoanas prejudicaram o curso das águas com a colocação de dejetos, lixos e entulhos.
 
O promotor de Barreiros, Flávio Falcão, autor da ação, segue o mesmo raciocínio e argumenta que faltou área para o escoamento das águas. "Como as margens dos rios estavam repletas de imóveis, foi impossível evitar a destruição." 

Agora o promotor Flávio Falcão não quer ver o mesmo filme outra vez. Na ação, disse que seu o objetivo é preservar as margens para evitar outra tragédia. Em outra frente, o Ministério Público do estado quer reunir, além das instituições municipais, secretarias estaduais e outras prefeituras para se discutir a reurbanização dos municípios. 

O Ministério Público cobra do município, que é o responsável pela fiscalização. O prefeito de Barreiros, Antônio Vicente, informou que a construção de imóveis nas margens dos rios já está proibida. "Fomos orientados pela Operação Reconstrução, do governo do Estado. Também solicitamos ajuda para mapear e identificar as áreas de risco". Em Pernambuco, 35 municípios da Zona da Mata, região canavieira, foram afetados com as chuvas e enchentes de junho. 
(Celso Calheiros)

Leia também

Uso do solo favoreceu tragédia
Tragédia do Nordeste vista em detalhes

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Quando irão implementar redes de esgoto em Angelina, Anitápolis, Rancho Queimado e Sta Rosa de Lima?


Governo do Estado apresentará prognóstico de
saneamento básico de municípios do Vale do Itajaí

Extraído de: Governo do Estado de Santa Catarina  -  13 horas atrás
A partir de quarta-feira (3), 10 municípios do Vale do Itajaí, com até 10 mil habitantes, conhecerão o prognóstico de saneamento básico, por meio de reuniões e oficinas que serão realizadas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (SDS), prefeituras e o consórcio responsável pelo lote 2, MPB, Esse e Sanetal. Os estudos para desenvolvimento dos Planos Municipais de Saneamento Básico iniciaram em dezembro do ano passado com recursos do governo estadual.
Os planos irão apontar ações de desenvolvimento nas áreas de abastecimento de água, sistema de esgoto, drenagem urbana e destino de resíduos, melhorando, assim, a qualidade de vida da população.
Esta é a segunda etapa de reuniões e oficina dos Lote 2, com a participação de 10 dos 24 municípios atendidos, das SDRs Taió, Timbó e Ibirama.
Planos Municipais - Legalmente, até dezembro de 2013, os planos municipais de saneamento deverão estar concluídos, fato que propiciará o acesso aos recursos e financiamentos junto ao governo federal. Com isso, os municípios colocarão os planos em prática, para aprimorar sistemas de água e esgoto, drenagem urbana e dar destino correto a resíduos.
Os planos de saneamento básico atenderão 61% dos municípios catarinenses. Inicialmente estão sendo atendidas as cidades com até 10 mil habitantes. Na região Sul do Estado, a elaboração dos planos iniciou em 2009. Com esta ação, Santa Catarina passa a ser o primeiro estado a auxiliar os municípios no cumprimento da Lei 11.445/07, que estabelece diretrizes nacionais mais abrangentes ao saneamento básico.
Informações adicionais: jornalista Luiz Roberto Damiani, telefone (48) 3029-9074, e-mail betodamiani@sds.sc.gov.br
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável

Ótima notícia! Mercados vetam o uso de sacolas plásticas em Jundiaí


Mercados vetam o uso de sacolas plásticas em Jundiaí

Sacos plásticos biodegradáveis, feitos de milho, passaram a ser vendidos a R$ 0,19 cada um; iniciativa deve ser adotada por outros municípios

03 de novembro de 2010 | 10h 37
Nos supermercados de Jundiaí, as pessoas não saem mais carregando inúmeras sacolinhas plásticas. As compras vão em caixas, sacolas retornáveis – como as de pano – ou em poucas sacolas biodegradáveis, feitas com amido de milho.
Ernesto Rodrigues/AE
Ernesto Rodrigues/AE
Biodegradável custa dez vezes mais que convencional
O motivo: a prefeitura fez um acordo com a grande maioria dos mercados para que eles deixassem de oferecer sacolas plásticas comuns. "Não é uma exigência legal, fizemos uma parceria", ressalta o prefeito Miguel Haddad (PSDB). Segundo ele, um dos aspectos mais importantes foi realizar uma grande campanha de conscientização antes de implantar o projeto.
"Para nossa surpresa, a aceitação foi ótima. Há alguma reclamação aqui e ali, mas o desconforto é mais no início", afirmou o prefeito.
Para aumentar a consciência dos clientes e evitar desperdícios, as sacolinhas biodegradáveis custam R$ 0,19 cada uma – o preço de custo. Também por conta disso, os consumidores rapidamente se acostumaram a levar sacolas de casa.
"Quase ninguém tem comprado as sacolinhas. Estamos vendendo o equivalente a apenas 5% do que distribuíamos antes", conta Orlando Marciano, diretor-presidente da rede Coopercica. Para ele, isso não é um ponto negativo: "Nosso negócio não é vender sacola. Antes, as pessoas levavam para casa muito além do necessário".
Ele também tem recebido poucas críticas ao novo sistema e acha que a ideia vai se espalhar por todo o Brasil. "Achei que teríamos um problema maior, que as pessoas ficariam insatisfeitas. Mas passamos muito tempo conversando e explicando a mudança aos clientes", diz.
Agora, em vez de vender as caixas de papelão para reciclagem (o valor pagava metade das sacolinhas compradas), ele as dá para os consumidores.
Outra opção oferecida em alguns mercados são cestas de plástico que se acoplam no carrinho de compras e, depois, servem para levar os produtos para casa. Elas custam R$ 15 cada uma e têm capacidade para 12 quilos.
Só o começo. Em vários países, entre eles Alemanha, Polônia e Argentina, é comum a cobrança pelas sacolinhas plásticas. Segundo a campanha "Saco é um Saco", do Ministério do Meio Ambiente, desde 2002 os clientes pagam pelas sacolas na Irlanda – com isso, houve uma redução de 97% no consumo. Na China, o governo proibiu a distribuição gratuita de sacolinhas em 2008.
Edivaldo Bronzeri, vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), afirma que o projeto de Jundiaí vai se espalhar pelo Estado e, quem sabe, pelo Brasil. De acordo com ele, Piracicaba, Sorocaba, Bauru e Monte Mor estão prestes a aderir. Em São Vicente, o projeto começa em janeiro. Foram dadas palestras para os feirantes de Jundiaí, e Bronzeri também apresentou a iniciativa em Belo Horizonte (MG).
Para não infringir nenhuma lei, ele conta que a entidade pediu a orientação do Procon. A recomendação foi de avisar os consumidores 90 dias antes de parar de oferecer sacolinhas gratuitas. "Ficamos cerca de 30 anos fornecendo sacolas de graça, era um contrato implícito com o consumidor."
Material. As sacolas biodegradáveis custam em média dez vezes mais que as convencionais. A sacola usada em Jundiaí é também chamada de compostável – ela pode virar adubo. "Os micro-organismos presentes no solo proporcionam em poucos meses a biodegradação completa, resultando somente em água, gás carbônico e biomassa, sem deixar resíduos nocivos ao meio ambiente", afirma a Extrusa-Pack, que produz as sacolas.
Segundo Gisele Barbi, gerente comercial da empresa, as sacolas se degradam em 180 dias. As sacolas plásticas comuns levam mais de um século. Isso não significa, entretanto, que a sacola biodegradável não tenha impactos ambientais. Ela ainda tem em sua composição derivados do petróleo – que provocam emissões de gases-estufa e as mudanças climáticas.
"O benefício desse produto é que ajuda a balancear o ciclo de carbono por ter em sua composição matéria-prima de fonte renovável (o amido de milho)", diz a empresa. Para Gisele, essas sacolas também são mais apropriadas para colocar o lixo orgânico, pois facilita a decomposição dele em vez de funcionar como uma "cápsula protetora".
Consumidores aprovam ideia e mudam hábitos
A dona de casa Maria do Carmo da Rosa resolveu fazer algumas sacolas retornáveis com retalhos de pano depois que a campanha pela diminuição de sacolas plásticas teve início em Jundiaí. Ela conta que rapidamente se acostumou a não ter mais os sacos grátis. "Deixo as minhas retornáveis no carro para não esquecer. Achei a ideia muito boa e me sinto contribuindo com o meio ambiente", disse, após fazer compras no supermercado Ki-Legal.
Maria do Carmo reconhece que toda mudança no início causa algum transtorno, mas considera importante incentivar a mudança de um hábito profundamente enraizado na população: o de pegar o máximo de sacolinhas plásticas que puder.
As sacolas vendidas na cidade tentam conscientizar os clientes e estampam a seguinte frase: "Vamos tirar o planeta do sufoco."
Enquanto fazia compras no mercado Coopercica, a professora de inglês Viviane Bonilha admitiu que não foi fácil se habituar à falta de sacos plásticos.
Agora, ela normalmente traz sacolas próprias – que também deixa no veículo – ou usa caixas. Em último caso, compra sacolinhas biodegradáveis. "Estamos sendo cobaias nessa história."
Ampliação da estratégia. A designer Claudia Khawali avalia que a iniciativa de não distribuir gratuitamente sacolas deveria ir além dos supermercados. "Acho que só valeria realmente a pena se todos os estabelecimentos do município entrassem na campanha", disse.
O prefeito de Jundiaí, Miguel Haddad, afirma que o governo municipal tem esta intenção e já começou a conversar com as padarias, por exemplo, para ampliar o projeto.
A dona de casa Dalva Maria Lopes de Oliveira também conseguiu se adaptar, mas ainda demonstra irritação com o novo sistema. "Se não tivesse caixa de papelão para colocar as compras, eu ia embora do mercado", afirmou ela, com o carrinho cheio de produtos.