quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Falta boa gestão ambiental!

Faltam Administradores competentes!

Cachoeira com acesso ilegal lota de turistas

Decisão judicial não impediu entrada de 1,6 mil em parque da Jureia

Rejane Lima, ENVIADA ESPECIAL, IGUAPE


Mais de 1.600 pessoas estiveram ontem na Cachoeira do Paraíso, no litoral sul. O local faz parte da Estação Ecológica Jureia-Itatins, que desde domingo teve o acesso proibido por uma decisão judicial.

O governo estadual, responsável pela área, descumpre a medida, como informou ontem o Estado. Numa tentativa de abrandar a decisão, preparou um portaria que limita o acesso ao parque. Monitores teriam de acompanhar grupos de, no máximo, 30 pessoas, e haveria senhas para tomar banho na cachoeira. Segundo nota divulgada ontem pela Fundação Florestal, órgão do governo, "o documento foi assinado hoje (30) pelo diretor-executivo da Fundação Florestal, José Amaral Wagner Neto, e enviado para a administração da Estação Ecológica".

A cachoeira fica no Parque do Itinguçu. Cerca de 4 mil visitantes são aguardados para o dia 2 de janeiro, pico da temporada no local. Os visitantes, muitos deles turistas que passam a semana do réveillon no litoral sul, desconheciam a proibição.

Morador de Sorocaba, o professor de história Diogo Comitre, de 24 anos, aproveitou a semana que passou em Peruíbe para conhecer a cachoeira e elogiou a exploração sustentável do local, mas disse se preocupar com o impacto ambiental de tantos turistas. Ontem, dois monitores orientavam os banhistas sobre as práticas ecologicamente corretas. Na entrada para a trilha de 500 metros que leva até a cachoeira, um guarda-parque dava as orientações e proibia a entrada de latinhas, cigarros ou alimentos.

"Não pode entrar nada que é descartável", explicou o monitor ambiental João Paulo Barbosa de Souza, de 26 anos, que há dois anos presta serviço à Fundação Florestal. No entanto, Souza admite que algumas pessoas tentam burlar as regras e acabam sujando o espaço. "Hoje eu recolhi uma fralda descartável que deixaram na pedra, mas isso é raro, assim como o cigarro. O mais comum é as pessoas perderem um dos chinelos no rio e acabarem abandonando o outro pé." Ele diz que todos os dias faz uma varredura na área recolhendo os objetos deixados.

Nascido na comunidade, Souza fez curso de primeiros-socorros e recebe salário de R$ 600 para atuar como guarda-vidas na cachoeira. Ele lamenta que haja restrição no número de visitantes ao local e conta que, fora o seu salário, o sustento de toda a sua família vem da venda de lanches aos turistas.

"O povo daqui depende disso. Eles ganham na temporada para viver o resto do ano. Minha mãe trabalha com barraca de lanche desde 1986, quando isso aqui virou Estação Ecologia e não pudemos mais plantar. Antes tinha plantação de banana. Aqui havia 18 mil pés", lembra o monitor Reginaldo Queiros, de 25 anos, que trabalha no local há cinco anos.

Para ele, a conscientização ambiental das pessoas aumentou. "Antes tinha gente que queria vir aqui fazer churrasco, subir com isopor. Agora a gente recolhe só papel de bala de vez em quando", conta.

Segundo a administração do local, as visitas monitoradas devem começar hoje. "Estamos nos adequando, a partir de amanhã (hoje) haverá monitores em toda a trilha e vamos fazer colocar um vídeo sobre a estação para as pessoas assistirem antes de visitar a cachoeira", diz a coordenadora do Núcleo Itinguçu, Jeannette Vieira Geeneen, que organizou uma reunião entre a Fundação Florestal, Polícia Militar Ambiental e comunidade. Segundo ela, a exibição do vídeo é uma maneira de tentar triar a visitação. Em nota, a Fundação Florestal também informou que já realiza o controle dos visitantes por meio da portaria da estação e também da catraca para a cachoeira.

"Antes pingar do que secar. Se isso aqui fechar de vez, todo mundo morre de fome", diz o comerciante Orlando Vitor de Lima, de 29 anos. Ele, o pai e 11 irmãos trabalham em uma das lanchonetes na entrada da trilha. "Eu nasci aqui e vivia da roça, daí veio lei da Estação Ecológica e a gente não pode mais plantar. Passamos a explorar o turismo e agora querem acabar com isso. Falam em lei, mas para a gente aqui não tem lei. Não tem luz, esgoto, telefone."

Acesso restrito à cachoeira

Vejam só, uma cachoeira protegida como o rio/lago em Bonito:

Justiça proíbe visita a parque na Jureia

Governo ainda não cumpre decisão e quer apenas controlar entrada

Eduardo Nunomura

O governo de São Paulo vem descumprindo desde domingo uma decisão judicial que proíbe o acesso a uma área de grande visitação na Estação Ecológica Jureia-Itatins, no litoral sul. A Cachoeira do Paraíso, no Parque do Itinguçu, recebe 40 mil visitantes por ano. Ontem, moradores fecharam uma estrada que dá acesso à Jureia por temerem perder o ganha-pão do verão. A temporada começa agora no réveillon.

Numa tentativa de cumprir a medida, a Fundação Florestal, órgão do governo estadual, diz que publicará hoje uma portaria limitando as visitas dos turistas. A entrada passará a ser controlada nessa área da Jureia. Monitores acompanharão os grupos com, no máximo, 30 pessoas por vez. Elas terão de assistir a um vídeo de educação ambiental. Todas precisarão de uma senha para tomar banho na Cachoeira do Paraíso. Atualmente, a visita é livre e descontrolada, o que faz com que muito lixo seja deixado no local. Há mais de 20 anos, barracas, que não deviam estar ali, vendem comida e bebida.

A decisão que proíbe a visitação da Cachoeira do Paraíso se originou de uma ação civil pública de 2003, quando a Jureia ainda era uma estação ecológica - que prevê visitas absolutamente controladas. Em 2006, foi criado um mosaico de unidades de conservação (UCs), incluindo o Parque do Itinguçu, que visava a acabar com a ficção da estação ecológica de proteção integral. Mas o governo nunca fez um plano de manejo para a UC. Veranistas mantem casas em vários locais da Jureia, na alta temporada os turistas lotam as praias e cachoeiras da região, o desmatamento prossegue silenciosamente, assim como a exploração predatória do palmito.

Em junho, o Tribunal de Justiça de São Paulo derrubou a lei que criou o mosaico e a Jureia voltou a ser uma estação ecológica. Em setembro, um juiz de Peruíbe retomou a ação civil pública, proibindo a visitação na cachoeira. O governo tentou recorrer com uma série de recursos, mas foi derrotado e uma liminar exigiu o fim das visitas a partir de domingo. Embora notificado, o governo tenta ganhar tempo na temporada de verão, já que programou para os dias 19 e 20 de janeiro audiências públicas para discutir a recriação do mosaico. Desta vez, a lei deverá ser de autoria do governador José Serra, o que evitaria problemas legais.

"É uma situação de transição, porque, com a recriação do mosaico da Jureia, estamos num processo de ordenamento da visitação", disse o diretor executivo da Fundação Florestal, José Wagner Neto. "A outra alternativa seria fechar já e impedir a visitação, mas o problema é que isso geraria consequências muito graves para Peruíbe." Muitos veranistas hospedados na cidade têm na Jureia sua principal atração. Nos feriados de ano novo e carnaval, são esperados até 5 mil visitantes por dia.

Segundo o diretor executivo da Fundação Florestal, a visita controlada, "um esforço concreto de cumprimento da decisão", precisa passar pelo crivo da Justiça. Se o Judiciário entender que a portaria é insuficiente, o governo pode receber multas diárias de R$ 79.250. "Acreditamos que a nossa intenção é a correta, e é o que a liminar permite", disse Neto.






IMBRÓGLIO JUDICIAL


Anos 1970: Jureia, no litoral sul paulista, começa a ganhar casas de veranistas com a abertura de uma estrada. Caiçaras passam a prestar serviços a eles

Janeiro de 1986: por pressão de ambientalistas diante de planos para construir duas usinas nucleares e um megaempreendimento imobiliário, é criada a Estação Ecológica Jureia-Itatins

Anos 90: Embora proibido, o turismo ganha importância para os moradores da estação ecológica. O poder público tolera a ocupação, ofertando serviços essenciais

Abril de 2004: Justiça dá ganho de causa a uma ação civil pública que pede a proibição de visitas no Parque do Itinguçu, na Jureia-Itatins. Governo recorre

Dezembro de 2006: Deputados criam o mosaico da Jureia (união de unidades de conservação), permitindo, inclusive, sua ocupação por moradia

Junho de 2009: Tribunal de Justiça derruba a lei que criou o mosaico e a Jureia volta a ser uma estação ecológica

22 de dezembro: Governo sofre nova derrota na ação civil pública e Justiça de Peruíbe proíbe de vez a visitação ao Parque do Itinguçu.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O Valor da Terra


Deu na ValorOnLine:

Campo atrai um terço do investimento estrangeiro


    Mauro Zanatta, Fabiana Batista e Alda do Amaral Rocha, de Brasília e São Paulo
    29/12/2009
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O interesse externo pelo agronegócio aumentou e se materializou no ingresso de US$ 46,9 bilhões

Quase um terço dos investimentos estrangeiros diretos (IED) feitos no país entre 2002 e 2008 se destinaram a atividades ligadas ao campo. O interesse externo pelo agronegócio aumentou e se materializou no ingresso de US$ 46,9 bilhões - 29,5% do IED total -, revela estudo inédito do Banco Central. Em 2009, apesar da crise e do arrefecimento da febre das commodities, algo entre US$ 5 bilhões e US$ 7 bilhões vieram ao país com a mesma finalidade.

A maior parte dos investimentos foi para a ampliação das operações da agroindústria fornecedora de insumos. A compra de terras avançou. Nos 11 Estados responsáveis por 90% dos registros, há 1.396 municípios com comunicado oficial de terras compradas por estrangeiros. Em 124 desses municípios, metade das áreas de médias e grandes propriedades está em nome deles, que, no total, têm a posse de 3,6 milhões de hectares nas regiões Sul e Centro-Oeste, além de São Paulo, Minas, Bahia, Pará, Tocantins e Amazonas.

Os alvos são o grande potencial das terras para produzir commodities e matérias-primas para biocombustíveis, além da própria valorização das propriedades, como mostram as recentes incorporações das usinas da Santelisa Vale pela francesa Louis Dreyfus e do grupo Moema pela americana Bunge. Na moagem da cana, a fatia estrangeira dará em 2010 um salto de 8 pontos percentuais, para atingir 20% do total.

Fundos de investimentos e de hedge são os mais ativos na compra de terras brasileiras, avalia o professor Dung Nguyen, da Universidade de Pittsburgh (EUA), um especialista no assunto. "O interesse não é tanto de ir para o Brasil produzir alimentos, mas investir em terras com a expectativa de que elas se valorizem". O estudo do BC aponta que quanto maior o IED na agroindústria, menor o valor da produção agropecuária - quando a concentração agroindustrial aumenta e o poder das empresas cresce, os ganhos dos produtores diminuem.

(de http://www.valoronline.com.br/?impresso/caderno_a/83/6024119/campo-atrai-um-terco-do-investimento-estrangeiro&utm_source=newsletter&utm_medium=tarde_29122009&utm_campaign=informativo&scrollX=0&scrollY=552&tamFonte=)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Florestas nativas e florestas de Pinus e Eucaliptus

Há florestas e Florestas...

Este artigo saiu n'O Estadão:

A verdade sobre as árvores

'A discussão na COP indicou que a humanidade valoriza pouco as florestas e muito as plantações de árvores'

Bernd Heinrich *


A Conferência do Clima, em Copenhague, não realizou o esperado. Não foi falta de boas intenções, mas ela gerou mais conflitos do que soluções. E o resultado foi um acordo frágil que vai provocar desacordos no futuro.

As florestas fizeram parte dos debates e várias coisas foram compreendidas: o CO2 é um poluente letal provocando alterações globais no clima, os combustíveis fósseis são um problema, os biocombustíveis são parte da solução. Mas como reduzir o uso dos combustíveis fósseis e passar para fontes derivadas das plantas? Esse é o problema.

Os biocombustíveis são o uso indireto da energia solar incorporada nas plantas pela melhor tecnologia de painéis solares que já foi criada. Isso é muito mais fácil para desenvolver uma energia verde do que criar usinas nucleares, barragens hidrelétricas e instalar turbinas eólicas nos topos das montanhas. Porém os planos atuais para mudarmos para uma energia verde – centralizada nos sistemas de comércio de emissões de carbono (o chamado cap and trade) – estão equivocados em algumas aplicações.

Contrariamente ao que se pode ouvir das empresas de energia, esse comércio de carbono não significa que, por mágica, as emissões desaparecerão. Pior, depender disso para refrearmos o aquecimento global pode devastar nossos ecossistemas florestais vitais. Em escala industrial, esse comércio do carbono trabalha da seguinte forma: são estabelecidos limites para as emissões de CO2 de modo que os reais custos do nosso uso de energia não são passados para nossos descendentes ou pessoas em algum país distante.

Como um incentivo para ajudar o planeta, as emissões de carbono produzidas por uma empresa abaixo do limite estipulado podem gerar um comércio, ou seja, o volume economizado pode ser negociado, como compensação, para um outro agente poluidor que poderia ir além do limite por um volume equivalente. Embora os créditos de carbono possam ser gerados mudando-se para uma tecnologia mais limpa ou fontes não poluidoras em produção de energia, eles podem ser ganhos por meio de medidas não relacionadas, como plantar árvores.

Se queimo carvão na minha empresa, posso plantar pinheiros no Chile e ter compensação, o que vai me permitir queimar mais carvão. Isso pode parecer lógico, e as empresas de energia gostariam que você acreditasse que funciona. Mas na verdade é terrível para o planeta.

Parte do problema está no não entendimento sobre como florestas e carbono se relacionam. As árvores costumam ser qualificadas como “um sorvedouro de carbono” – o que significa que elas absorvem o carbono da atmosfera por toda a eternidade. Não é verdade. O carbono absorvido por elas quando estão vivas é liberado ao morrerem, seja por causas naturais ou pela mão do homem. A única verdadeira solução para atingir esse “equilíbrio de carbono” é deixar o CO2 fóssil onde ele está, no subterrâneo.

Além disso, plantar mais árvores certamente não é a mesma coisa que salvar nossas florestas. Em vez disso, plantar árvores invariavelmente significa usá-las como uma plantação sustentável, o que leva não só a um ciclo contínuo de liberação de carbono, mas também a uma destruição crescente do nosso ambiente natural. Alguns grupos ambientalistas em Copenhague foram considerados inoportunos pelo fato de sublinharem que as propostas de comércio de carbono discutidas nas reuniões subsidiam a destruição da floresta e levarão a uma destruição em larga escala dos ecossistemas e uma expropriação de terras sem precedentes.

Essas alegações estão corretas. O comércio de carbono permitirá aos países ricos queimarem cada vez mais combustíveis fósseis com base no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto, sistema que determina os valores, em toneladas de CO2 equivalentes, dos esforços para redução das emissões. De fato, muitos dos problemas desse sistema têm sua origem no Protocolo de Kyoto, adotado em 1997. Depois de muita desavença política, os delegados em Kyoto decidiram que não haveria créditos de redução de carbono pelo fato de se salvar florestas existentes.

E como plantar novas árvores não propicia nenhum crédito de carbono, Kyoto na realidade criou uma base lógica para crescimento baseado no desmatamento. Isso é terrível. As florestas do mundo são a chave da nossa sobrevivência e a de milhões de outras espécies. Elas não só nos fornecem material de construção, papel, alimento, recreação e oxigênio, como também nos conecta com nosso passado primitivo.

Nunca antes na história da Terra nossas florestas estiveram sob tamanho ataque. E as pessoas que discutiram o aquecimento global em Copenhague parecem inconscientes, aceitando a visão corporativista da floresta como um recurso a ser explorado. Uma floresta é um ecossistema. Não é algo plantado. Uma floresta cresce sozinha. Existem muitos tipos de floresta que se desenvolverão praticamente em qualquer lugar, cada um segundo suas próprias condições locais.

Quando uma árvore tomba, a corrida deve ser substitui-la imediatamente. Nas florestas que estudo, existem tantas sementes e mudas de plantas que, se num espaço de metro quadrado de terreno estiver aberto, mais de uma centena de árvores de espécies diferentes competem para se desenvolver ali.

Assim, se você deseja plantar uma espécie específica de árvore para obter madeira ou para esse comércio de carbono, terá de aplicar um herbicida (baseado no petróleo) repetidamente durante todo o seu tempo de vida. Se você espera lucrar, plantará uma árvore transgênica para crescer rapidamente e resistir a doenças.


Esse é o caminho para a domesticação de uma planta que necessita ser sempre tratada com fertilizantes, herbicidas, pesticidas e fungicidas. E não é coincidência, haverá um mercado para suas sementes e todos os produtos químicos necessários para tratar a plantação.

No final, o que originalmente deveria ser um mecanismo para desacelerar o aquecimento global criou enorme pressão econômica em prol do “ecocídio”. E não haverá objeções de “ambientalistas”, que amam o plantio de árvores porque isso soa “tão verde”.

Para preservar algo, primeiro é necessário avaliá-lo e a maneira mais efetiva de fazer isso é ter um uso prático para ele. Se a discussão em Copenhague indicou alguma coisa é que a humanidade valoriza pouco as florestas e muito as plantações de árvores.

* Bernd Heinrich é professor emérito na Universidade de Vermont

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Anitápolis - Bunge - Yara...

Todos contra? Não, quase todos...


Projeto Anitápolis é repudiado em Laguna-SC
Autor:
Fernando De Carvalho


Laguna (24/11/2009) A cidade recebeu nesta tarde, no Clube Congresso, o advogado Dr. Eduardo Bastos Lima e o Presidente da ONG Montanha Viva, Dr. Jorge Albuquerque.

A Comunidade e lideranças locais, receberam informações sobre os impactos ambientais do Projeto Anitápolis, que tenta minerar fosfato em área de preservação permanente, junto a Mata Atlântica na região do Rio Pinheiros, em Anitápolis SC.
Diversas liderenças da região, (Florianópolis, Rancho Queimado, Laguna, Capivari de Baixo, Tubarão, Gravatal, Imaruí) prestigiaram o evento.

Os impactos, descritos em pareceres técnicos dos vários cientistas, ali apresentados, comprovam que a licença ambiental concedida pela FATMA, órgão de fiscalização e licenciamento, ligada ao governo do estado, são completamente falhos e imprecisos. O que foi respaldado pelo Ministério Público Federal, que concedeu liminar contra a instalação da IFC. São réus nesta ação a União, o Governo do Estado de Santa Catarina, as empresas Bunge e Yara que compõem a IFC, a FATMA, IBAMA, e município de Anitápolis.

Após as apresentações, ouve manisfestação dos presentes, com destaques para o Secretário de Turismo e Secretaria de Saúde do município de Laguna, além de um vereador lagunense, que evidenciaram os problemas que tal empreendimento poderia vir a causar ao município e região.
Já o Secretário de Educação de Gravatal, touxe a informação do importate apoio da Senadora Ideli Salvatti(PT) que segundo o secretário Ademir(Milo), após a senadora conhecer detalhes do Projeto Anitápolis, comprometeu-se a apoiar o movimento, e que em Brasília, estará juntamente com outros políticos, trabalhando para reverter o interesse do governo na exploração do fosfato nesta área de preservação em SC.
Em sua fala o vereador de Tubarão, Aroldo Silva,(Dura) alertou para a graviade da falta de responsabilidade do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão e Complexo Lagunar, que tem se omitido em manifestar sua opinião e a contrapor aos dados divergentes, apresentados no EIA pela empresa mineradora. Defendeu que o Comitê deverá ser penalizado no processo em curso.

Também marcaram presença as lideranças empresariais de Braço do Norte (ACIVALE e CDL), que fizeram suas manifestação e que vem respaldando o movimento contrário a mineração já ha algum tempo, por entenderem que existem outras iniciativas empresarias sustentáveis, que proporcionarão melhor qualidade de vida para toda a região.

Com um emocionante apelo, manifestou-se o lider sindicalista do setor pesqueiro, Abadias, chegando a propor o fechamento da BR 101, caso o governo negligencie as evidencias técnicas e a vontade popular, contrárias a instalação da mina.

A Pró-Fundação Sabor Natureza, esteve presente registrando o evento e em breve, estara disponíbilizando + vídeos, nos canais da ECOTV.

E o saneamento nas cidades da Serra Catarinense?

Rede de esgoto em Anitápolis? Nada! Querem é esgotos nos rios!

COLETA DE ESGOTO TEM

CRESCIMENTO RECORDE


Pesquisa do Instituto Trata Brasil revela que, pela primeira vez na história, número de brasileiros atendidos pela rede de esgoto é superior ao dos que não contam com o serviço.

Nos anos de 2007 e 2008, o Brasil registrou uma forte aceleração na queda do déficit de acesso a rede de esgoto, da ordem de 4,18% ao ano. Para alcançar a meta do milênio do acesso a saneamento, o Brasil precisaria ter expandido a rede em 2,77% ao ano no período 1990-2015. Se os investimentos no setor forem mantidos, o Instituto Trata Brasil acredita que será possível reduzir o déficit à metade em 16 anos ou seja a meta definida pela ONU para 2015 será alcançada com dez anos de atraso. A conclusão é resultado da quinta etapa da pesquisa do Instituto Trata Brasil, realizada pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas: A Falta que o Saneamento Faz, e divulgada na semana passada, em São Paulo.

O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), a criação do Ministério das Cidades e a nova lei do saneamento contribuíram significativamente para que houvesse uma evolução no setor. “Mas esse crescimento ainda é tímido. É vital que os investimentos continuem de forma constante e em longo prazo; tanto em relação à implantação da rede, mas também na qualidade do serviço prestado”, esclarece o presidente do Trata Brasil, Raul Pinho.

De acordo com a pesquisa, 49,1% da população brasileira ainda não dispõem de acesso a rede de esgoto. “Temos, pela primeira vez na história do País, mais da metade da população atendida pela rede e desde 2007 uma aceleração na velocidade da redução do déficit para um ritmo que nos permitirá, se mantida, atender a meta de saneamento da ONU em 16 anos e não em 25 anos. Neste sentido, 2008 foi o Ano do Saneamento Básico no País, confirmando o desígnio da mesma ONU”, adianta o pesquisador Marcelo Neri, coordenador da pesquisa.

Contudo, a taxa de redução do déficit até o ano de 2006 foi de apenas 1,31% ao ano o que levaria 56 anos para cumprir a meta da ONU. Um ritmo pelo menos um terço mais lento do que o do combate a pobreza, que é de 4,2% ao ano. “Assim fica claro, a importância das políticas públicas e da participação da comunidade para que esse serviço avance”, continua o presidente do Trata Brasil. Ainda segundo o levantamento, entre os serviços públicos disponibilizados aos domicílios brasileiros, a rede de esgoto ainda é o que tem a menor taxa de acesso, apenas 51%. Por outro lado, 98,6% dos lares contam com energia elétrica. A rede de água atende 82% das casas enquanto a coleta de lixo atinge 79,09% dos domicílios.

Entre as capitais brasileiras, Belo Horizonte lidera o ranking do acesso a rede de esgoto com 97,4% da população atendida. Na segunda posição, está Salvador com 92,5% da população com acesso a rede de esgoto. São Paulo, que ocupava a vice-liderança em 2006, caiu para a terceira posição com 10% da população sem acesso a rede. Em seguida vem Curitiba, Rio de Janeiro e Brasília, com 12,83%, 14,18% e 16,06%, respectivamente, da população sem rede de esgoto. Todas cidades-sedes da Copa de 2014. Na rabeira do ranking estão Porto Alegre, com 67%, e Natal, com 74,7%.

Nas últimas posições do ranking geral das capitais estão, Porto Velho com 94,01% e Macapá com 96,7% da população sem acesso a rede de esgoto. Pinho lembrou que recente estudo divulgado pela Organização Mundia da Saúde (OMS) mostra que há 18 milhões de brasileiros sem banheiro. "O saneamento básico no Brasil está no fim da fila das prioridades”, conclui o especialista. A pesquisa considerou os dados do último Censo Demográfico, da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), do Censo Escolar e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2008. (Envolverde/Trata Brasil).



(via Jornal Absoluto de 02/12)