segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O que podemos esperar da Bunge em Anitápolis?

Nada de bom. Vejam:

BUNGE PERDE MAIS UMA

VEZ NA JUSTIÇA FEDERAL


Na quarta-feira (10) a 5ª Turma do Tribunal Regional Federal, em Brasília, julgou improcedentes os embargos da Bunge Alimentos contra a Fundação Águas do Piauí – FUNÁGUAS, e também pede a intervenção da Polícia Federal no caso. A multinacional não cumpriu a última decisão do dia 05 março, do TRF, que suspendia a utilização de lenha como matriz energética. A multinacional localizada no cerrado piauiense encontra-se num momento complicado no Piauí, pois a empresa não cumpriu a decisão do TRF para suspender a utilização de lenha da mata nativa do sul do estado para abastecer suas caldeiras. A Bunge é acusada de praticar um dos maiores crimes ambientais no nordeste brasileiro.

Foram solicitados cinco embargos contra a decisão da desembargadora pelo Governo do Estado do Piauí, Bunge, IBAMA, Advocacia Geral da União e Empresa Graúna, mas os embargos foram negados e a empresa perdeu novamente, e o TRF solicita também nesta última decisão a intervenção da Polícia Federal para apurar o caso. Segundo informações obtidas através do presidente da Funáguas, Judson Barros, os embargos tinham a finalidade “meramente protelatória”, e ele acrescenta que a decisão do TRF comprova isso. Na decisão da Quinta Turma também foi pedido a desconstituição do Termo de Ajuste e Conduta – TAC firmado entre BUNGE, Governo do Estado e Ministério Público, e os desembargadores pedem a reabertura do processo na Justiça Federal da capital Teresina. “Essa decisão mostra a realidade que passa de fato no cerrado do Piauí. E nesta última decisão a desembargadora determina que a Polícia Federal abra inquérito para averiguar a realidade dos crimes ambientais no Estado do Piauí.”, disse Judson.

Pedido de Prisão do governador do Piauí - No início deste mês a FUNÁGUAS também entrou com um pedido de prisão do governador do estado, Wellington Dias, pelo descumprimento da decisão judicial do TRF em março de 2008, e junto com esse pedido também foram solicitadas as prisões do superintendente do IBAMA, do representante da empresa Graúna e da Bunge. Por Dionísio Neto Rede Brasileira de Informação Ambiental - www.portaldomeioambiente.org.br


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Plantem Pinus, e vejam os morros desabarem!

O que sustenta as plantações de Pinus não são as indústrias moveleiras, que produzem móveis descartáveis? Porque não voltar aos móveis de madeira maciça, feitos com madeira de reflorestamento de essências nativas, ou mesmo de Eucaliptus?

Pois vejam mais, o que espera por nosso querido estado de Santa Catarina:

Uma em quatro cidades de SC tem risco "muito alto" de desastre, diz estudo


BRENO COSTA
da Agência Folha

Um em cada quatro municípios de Santa Catarina corre risco "muito alto" de ser afetado por desastres naturais. Ao todo, 72 cidades estão nessa condição. Sessenta dessas estão fora da região do Vale do Itajaí, a mais afetada pelas chuvas que já causaram a morte de 124 pessoas no Estado --segundo informações da Defesa Civil, atualizadas na noite desta quarta-feira. A maioria (35) fica na região oeste, mais próxima à fronteira com a Argentina.

As informações constam de um estudo concluído em 2006 por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). A análise considera desastre natural o caso que provoque ao menos uma destas conseqüências: morte de dez pessoas, afete pelo menos cem pessoas, decretação de situação de emergência ou pedido de socorro internacional.

Neiva Daltrozo28.nov.2008/SECOM
Equipes da Defesa Civil buscam vítimas e feridos no morro do Baú, em Ilhota; prefeitura determina remoção de todos os moradores
Equipes da Defesa Civil buscam vítimas e feridos no morro do Baú, em Ilhota; prefeitura determina remoção de todos os moradores

O "Mapeamento de Risco de Desastres Naturais do Estado de Santa Catarina" usa como uma de suas bases para o cálculo do índice de risco de cada um dos 293 municípios catarinenses o nível de "perigo" associado a cada uma dessas cidades.

Para isso, foram usados estudos da geógrafa Maria Lúcia Herrmann, que coordenou a elaboração do "Atlas de Desastres Naturais do Estado de Santa Catarina", produzido para o governo de SC, cujo conteúdo foi revelado no último dia 28 pela Folha.

As outras variáveis usadas para se chegar ao índice de risco são a densidade demográfica, a intensidade da pobreza da população e a proporção de população idosa nessas cidades, além do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada município.

Produzido há quase três anos, o número de 72 municípios listados na categoria "risco muito alto" pode estar subestimado, alerta a geógrafa da Unicamp Luci Hidalgo Nunes, especialista em desastres naturais e co-autora do estudo, que leva em conta desastres registrados entre 1980 e 2003.

Segundo ela, casos de escorregamentos de terra, até 2000, não eram um fator preponderante em tragédias naturais no Estado, se comparado com enchentes e inundações. Os 124 mortos da chuva --a maioria vítima de soterramento-- fizeram a situação mudar, segundo ela.

"Eu acho que o número possa estar subestimado. Vale a pena a gente rever um monte de coisa. Esse episódio mostrou que chuvas intensas geram um problema, talvez até mais grave que inundações, que são os escorregamentos. A maior parte das mortes em desastres no Brasil está ligada a isso", diz a pesquisadora.

Um indício de que a quantidade informada está subestimada é o fato de que, dos 16 municípios que registraram mortos em decorrência das chuvas, apenas cinco estavam nessa categoria (Blumenau, Gaspar, Itajaí, Brusque e Florianópolis).

Outros três estavam na categoria de risco "alto", entre eles Ilhota, onde foi registrado o maior número oficial de mortes até agora (37). Jaraguá do Sul, com 13 mortos, era considerada risco "médio". Houve até o caso extremo de Rodeio, que, com quatro mortos, era vista como risco "baixo/nulo".

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u477858.shtml)



quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Esgoto nas torneiras de Florianópolis?

Pois é! Políticos na administração da CASAN se revelam extremamente infelizes.
Vide declarações do passado e fatos atuais.

Vejam:

Moradores de Santo Amaro da Imperatriz flagram despejo de esgoto em rio da Grande Florianópolis

Mau cheiro do material despejado por um cano no Rio Cubatão incomoda os moradores

Karine Ruy | karine.ruy@diario.com.br

Moradores de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, flagraram, nesta terça-feira, uma falha no sistema de tratamento de água da Casan. Há cerca de dois meses, parte do esgoto doméstico da cidade estaria sendo despejada no Rio Cubatão.

Foi o mau cheiro que despertou a atenção dos moradores da Rua Presidente Coutinho, junto à parte Sul do rio. Um dos primeiros a flagrar o despejo de esgoto nas águas foi o servente Sidnei Elias.

Na última terça-feira, ele fez fotos e um vídeo da situação no local. O material foi entregue pela reportagem do DC à gerência de fiscalização da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), que deve iniciar uma expedição pelo rio na quarta-feira.


— Nós vamos fazer o percurso do rio e ver que danos esse despejo causou — explicou o agente de fiscalização da Fatma Cláudio Santos.

A Casan afirma que ficou sabendo da situação nesta terça-feira à tarde. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, o problema foi ocasionado por entupimento na bomba de uma elevatória. Na terça-feira uma equipe passou o dia trabalhando no conserto do equipamento.

O Rio Cubatão é o principal responsável pelo abastecimento de água de municípios da Grande Florianópolis. O rio nasce da junção dos rios do Cedro e Bugres, em São Bonifácio. Aproximadamente 340 quilômetros quadrados dos 738 de área total da bacia do rio pertencem ao Parque Estadual da Serra do Tabuleiro.

(do Diário Catarinense - http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Geral&newsID=a2299557.xml)


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Repovoar... Rios com peixes!

Peixe do tempo das bandeiras volta a povoar o Alto Tietê

EDUARDO GERAQUE

da Folha de S.Paulo

Nas artes, ela é citada por Mário de Andrade no poema "A Meditação sobre o Tietê". Na ciência, o ciclo reprodutivo da tabarana, espécie de peixe que está sendo recolocada nas cabeceiras do próprio Tietê, ficou documentado pelo famoso zoólogo Rodolpho von Ihering (1883-1939), nas várzeas do rio "Tamanduatey", entre as estações "Ypiranga" e São Caetano, ou seja, em plena zona metropolitana de São Paulo.

É bem possível que os bandeirantes e os jesuítas pescassem a espécie, que também vivia no "famoso" riacho do Ipiranga, na Vila de Piratininga (peixe seco, em tupi). Mas a poluição chegou ao longo do século 20. Do rio Tietê, a história é conhecida: no trecho em que corta a capital paulista, morreu. A tabarana (Salminus hilari) acabou aprisionada na cabeceira do rio.

"Hoje, nesta região, ela ocorre até Mogi das Cruzes [na Grande São Paulo] e existe também nos rios Biritiba e Paraitinga", afirma o pesquisador Alexandre Hilsdorf, que está tocando um projeto de repovoamento de tabaranas patrocinado pelo Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo) --que tem vários reservatórios na região e, por isso, é obrigado por lei a cuidar da fauna que existe em suas águas.

Pelas contas do pesquisador da UMC (Universidade Mogi das Cruzes), 4.000 tabaranas jovens já foram soltas no Alto Tietê nos últimos anos. Junto com esses primos do dourado, que podem chegar a 30 cm de comprimento, mais 10 mil lambaris-de-rabo-vermelho foram soltos. As tabaranas são migradoras. E comem lambaris.

O projeto na cabeceira do Tietê, que já dura cinco anos, tem um objetivo de campo e outro de laboratório. Uma das preocupações, afirma Hilsdorf, é com toda a cadeia ecológica da região. "A tabarana é carnívora e está no topo da teia alimentar. Ter essa espécie em boas condições na região é uma certeza de que todo o ecossistema também está bem."

Dentro do laboratório, as pesquisas estão identificando todo o ciclo reprodutivo das tabaranas, algo que não havia sido feito ainda. Esta parte do trabalho está sob responsabilidade de Renata Guimarães Moreira, da USP. A tabarana, apesar de não ser um peixe pequeno, é muito sensível -e não se reproduz em cativeiro.

Hoje, nos tanques do projeto que ficam em Salesópolis, ao lado da barragem Ponte Nova, que represa as águas ainda limpas do Tietê, existem 141 reprodutores selvagens. Depois de alguns anos de tentativa, os cientistas finalmente conseguiram reproduzir o peixe. Com uma injeção de hormônio, é possível estimular a desova de forma artificial. A fecundação é feita no tanque.

Na natureza, o período de reprodução ocorre entre a primavera e o verão. E os peixes sobem o rio atrás de áreas de remanso para a desova, cada vez mais difíceis de achar. "Um dos problemas que tivemos que enfrentar foi o canibalismo entre os jovens", diz o biólogo. "Agora já se sabe que a oferta de Artemia [um pequeno crustáceo] para os animais impede que um coma o outro dentro dos tanques."

Os pesquisadores calculam que, no ano que vem, 5.000 alevinos sejam produzidos para a reposição no Alto Tietê. Um dos obstáculos para as tabaranas, por causa dos reservatórios, é ultrapassar as barragens para subir os rios. "Mas, mesmo assim, já encontramos algumas tabaranas dentro dos reservatórios", disse Hilsdorf.

Numa madrugada, relembra o cientista, 80 tabaranas foram localizadas dentro de um poço próximo a uma das barragens. Os peixes entraram, mas como aquele corpo d'água foi esvaziado depois, eles não conseguiram sair. Foram todos resgatados, mas morreram nos tanques devido a um parasita.

Nos próximos anos, Hilsdorf afirma que o importante será analisar a qualidade do processo de repovoamento. "Do ponto de vista genético, precisamos ver como anda a variabilidade da espécie. Nossa intenção é desenvolver marcadores de DNA para ver o quanto de material reintroduzido está sendo realmente recrutado [distribuído na população]."

Existe até a suspeita de que a barreira química do Tietê possa estar fazendo com que a tabarana de Mogi e região esteja virando uma nova espécie. O status de vulnerabilidade das tabaranas é uma incógnita. Mas Hilsdorf é otimista: "Caso um dia a barreira química na cidade de São Paulo desapareça, será possível voltar a pescar tabarana no Tamanduateí."




(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u463181.shtml)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Leão Baio, Suçuarana, Onça Parda...

Queria ver mais e mais gente defendendo estes pobres animais...

Uma aula de jornalismo no front da onça parda

Marcos Sá Corrêa*

Primeiro, a má notícia. Dias atrás, morreu um filhote de onça parda em Painel, no planalto de Santa Catarina. O bicho teve uma vida breve, mas um vasto currículo. Em julho do ano passado, aos três meses de idade, escapou por pouco dos cachorros que o acuaram no terreiro de uma chácara, à beira da estrada para a cidade de Lages.

Derrubado aos solavancos de um galho de guabiroba e lançado ao chão, livrou-se dos dentes da matilha para entrar numa jaula de passarinho. Entregue pela polícia ambiental à base de pesquisa avançada do Ibama, acabou não resistindo a uma cirurgia na pata traseira, feita no Centro de Ciências Agroveterinárias da universidade estadual. Morto, foi posto na geladeira, à espera da decisão final sobre seu próximo passo - a incineração ou o empalhamento, se for chamado a prestar serviços póstumos à memória da fauna nativa, apresentando-a para brasileiros que têm cada vez menos chances de conhecê-la ao vivo.

Dito isso, aí vai a boa notícia. A maioria dos detalhes que constam nos parágrafos acima vem do livro Leão Baio, feito por um estudante de jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina - de onde, é bom lembrar, saiu no ano passado o livro A Peleja do Eucalipto, do aluno João Werner Grando. Agora o autor se chama Leo Branco. Pelo nome - Leo - ele deveria trazer do berço a queda pelo assunto. Mas só o escolheu na última hora, quando precisava definir, em outubro do ano passado, um projeto para seu trabalho de conclusão do curso. Seu ponto de partida era fazer uma reportagem. E queria que a reportagem fosse "grande".

Conseguiu. Escreveu 119 páginas. Ou melhor, 130 mil caracteres, sob a orientação de Daisi Vogel, sua professora de Redação 7. Para pesquisar o tema, entrevistou 46 pessoas, entre os quais especialistas do calibre de Peter Crawshaw, a maior autoridade do País em onça. Da bibliografia, constam 20 títulos de livros e monografias. Da ilustração, 13 fotos coloridas.

Para encarar de perto os conflitos entre as onças pardas e os fazendeiros nas bordas das últimas florestas de Santa Catarina, Estado que mais tem e mais derruba mata atlântica, Leo Branco transferiu-se durante um mês para Urubici. E, viajando pela serra catarinense de ônibus, de carona com o pai ou no Ford Fiesta emprestado pela mãe, juntou os capítulos dessa tragédia ambiental com um cuidado que mesmo os jornalistas profissionais raramente têm, somando histórias bem narradas, informações a granel e texto fluente, onde tudo tem começo, meio e fim.

OPORTUNIDADE

A morte em cativeiro do filhote recolhido pelo Ibama em Painel serviu-lhe de pretexto para enviar agora o livro. E com isso ele mostrou, de quebra, senso de oportunidade jornalística. O bicho morreu depois que o trabalho estava pronto. Mas sua vida está toda lá, assim como a da suçuarana que apareceu há quatro anos num quintal em Curitibanos, uma cidade de 37 mil habitantes, ou da onça que quase virou atração turística num pesque-pague de Urubici.

A última onça pintada de Santa Catarina morreu de tiro em 29 de janeiro de 1972, derrubada por um capataz de fazenda e empalhada por um padre taxidermista para se preservar como material didático num colégio de Florianópolis. Mas as suçuaranas - chamadas regionalmente de leão baio, embora sejam parentes mais próximas do gato doméstico - resistem valentemente ao cerco da civilização, adaptando-se até às florestas comerciais de pinus. E, espremidas, estão batendo de frente com um Brasil que vai rapidamente ficando pequeno demais para elas. Ainda bem que Leo Branco viu isso a tempo.

* É jornalista e editor do site O Eco (www.oeco.com.br)

(fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081029/not_imp268590,0.php)

Em lugar do PIB, o FIB. Leva em conta o meio-ambiente!

Felicidade Interna Bruta em alta em SP

Índice internacional vira tema de encontro e secretário paulistano considera a possibilidade de aplicar avaliação

Vitor Hugo Brandalise

Inspirada numa idéia de um país tão longínquo quanto o Butão, pequena nação asiática incrustada no meio do Himalaia, São Paulo pensa agora em medir o progresso com base na felicidade de seus cidadãos. O conceito de FIB (Felicidade Interna Bruta), instituído no Butão em 1972, com a proposta de incorporar conceitos díspares como felicidade e progresso, alegria e desenvolvimento econômico, será apresentado hoje, numa conferência internacional em São Paulo - e conta, desde já, com apoiadores dentro da administração municipal.

"A idéia do FIB é incorporar a felicidade, medida por critérios técnicos em questionários de até 150 perguntas, aos índices de desenvolvimento de uma cidade, Estado ou país", explica a psicóloga e antropóloga Susan Andrews, organizadora da 1ª Conferência Nacional sobre FIB, que ocorre hoje no Sesc Pinheiros. Para medir o FIB, a percepção dos cidadãos em relação a sua felicidade é analisada em nove dimensões: padrão de vida econômica, critérios de governança, educação de qualidade, saúde, vitalidade comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, gerenciamento equilibrado do tempo e bem-estar psicológico.

"O FIB situa a felicidade como pivô do desenvolvimento, em oposição ao PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma das transações econômicas de uma nação), que falha em contabilizar os custos ambientais e inclui formas de crescimento econômico prejudiciais ao bem-estar da sociedade, como o corte de árvores", afirma Susan. "Os bons resultados no Butão chamaram a atenção da ONU (Organização das Nações Unidas), que passou a estudar a implementação do exemplo butanês em outros países", afirma. Uma versão internacional está sendo elaborada no Canadá, com aplicação prática prevista para este ano.

Até o início da década de 1970, uma brutal política de isolamento levou o Butão a concentrar os mais altos índices de pobreza, analfabetismo e mortalidade infantil do planeta. Em 1972, juntamente com a abertura econômica, o recém-empossado rei Jigme Singye Wangchuck criou o conceito de Felicidade Interna Bruta, para redefinir o significado de desenvolvimento social e econômico.

Hoje o Butão - cuja capital, Thimphu, com 50 mil habitantes, não possui semáforos e só conheceu televisão e internet em 1999 -, vê os índices de analfabetismo e mortalidade infantil despencarem, a economia se recuperar e as belezas naturais continuarem intactas, com 25% de seu território delimitado por parques nacionais. Desde o fim da década de 1990, observadores da ONU viajam ao País anualmente para estudar o jeito butanês de levar a vida. "As mudanças foram reflexo da maneira como os butaneses passaram a observar a vida, valorizando somente o que realmente interessa", afirma Susan. "Eles se dizem, hoje, o povo mais feliz do planeta."

BRASIL

No Brasil, um protótipo de FIB foi colocado em prática em abril, em Angatuba, a 181 km de São Paulo (mais informações nesta página). Na capital, a idéia já conquistou um primeiro aliado: o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, que propõe, a partir de 2009, iniciar pesquisas de medição do FIB em subprefeituras da capital. "Seria uma maneira de a cidade contribuir com esse esforço internacional, com adaptações à realidade da metrópole", disse. "O ideal seria começar numa subprefeitura central, como Pinheiros, e em outra periférica, como Parelheiros. É uma boa sugestão para a próxima gestão."

Para pesquisadores, a adoção do FIB, em conjunto com outros indicadores, tem o mérito de informar a população sobre sua percepção de bem-estar. "O PIB foi elaborado na década de 1950 e está defasado há muito como indicador de desenvolvimento de um país. O FIB complementa os indicadores de qualidade de vida, juntamente com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)", afirma o economista Ladislau Dowbor, consultor da ONU.

Como ressalva, há valores subjetivos que influenciam na avaliação das pessoas sobre a felicidade. "Para quem não tem nada, qualquer melhoria já representa um ganho enorme em relação ao bem-estar", afirma o economista Flavio Comim, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). "Mas a ONU analisa o indicador com bons olhos."


O QUE SE AVALIA

1. Padrão de vida econômica

2. Educação de qualidade

3. Saúde

4. Expectativa de vida

e longevidade comunitária

5. Proteção ambiental

6. Acesso à cultura

7. Bons critérios de governança

8. Gerenciamento equilibrado do tempo

9. Bem-estar psicológico

(fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081029/not_imp268626,0.php)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Luto.

Terça-feira, 21 de outubro de 2008

Homenagem póstuma

Filhote de puma foi capturado em julho de 2007Foto: Guto Kuerten

Guto Kuerten

A morte do filhote de leão-baio, ou puma (nome científico Puma concolor), mantido em um cativeiro na sede do Ibama em Lages, na Serra Catarinense, acontece exatamente um ano após a primeira vez que prestei atenção à sua história.

O filhote de leão-baio morreu neste sábado, por conta de complicações após uma cirurgia no joelho dianteiro direito. Sua espécie é, depois da extinção da onça-pintada, a topo da cadeia alimentar dos animais da região, controlando a população das outras espécies silvestres.

Ou seja: por conta do seu porte físico — que pode chegar até a um metro e meio de comprimento e os 80 quilos — nenhum outro animal, exceto o homem, mete medo em um leão-baio. Sua preservação é importante para garantir que não haja um desequilíbrio populacional entre as outras espécies.

Eu não fazia idéia desta informação em outubro de 2007, quando cursava a 7ª fase do curso de Jornalismo da UFSC e estava indeciso sobre qual assunto escolheria para a reportagem que seria o meu trabalho de conclusão de curso, o TCC.

Apesar de ser natural da Serra Catarinense, já ter estado na sede do Ibama, e saber da captura de um filhote de leão-baio, havia pouco mais de três meses, nunca tinha parado para refletir sobre a conflituosa existência deste animal na região.

— A captura deste leão-baio rende um TCC — sugeriu uma professora, no meio de uma discussão em sala de aula. Nunca tinha pensado nesta hipótese, mas apostei nela, apesar de ter dúvidas sobre a validade do tema.

Foi em uma viagem à região, na metade do mês de outubro de 2007, em que vi o filhote pela primeira vez. Ao saber as dificuldades que rondavam o animal em cativeiro — a maior parte delas já eram em decorrência da luxação no joelho que seria responsável pela sua morte — e de como a existência desta espécie é polêmica na região, graças aos constantes ataques a rebanhos de bezerros e ovelhas, não tive mais dúvidas de que esta era uma grande história.

Era um enredo que prometia um final feliz: aos cuidados de pesquisadores do Projeto Puma, uma ONG respeitada na região pelo cuidado a animais silvestres, o filhote de puma poderia ser solto novamente na natureza em um programa assistido por biólogos para garantir a sua adaptação e sobrevivência.

Na pior das hipóteses, ficaria para sempre em cativeiro, à exposição para estudantes e da sociedade serrana, que conhecem o leão-baio apenas como o temível felino que ataca bezerros e ovelhas sem piedade.

Agora, o que pode ser feito é empalhá-lo e deixá-lo em exposição pública, para que mais pessoas possam ter acesso à sua história e vejam que a preservação do leão-baio da Serra Catarinense pode ser mais urgente do que se pensa.

Postado por Leo Branco às 23h41

(de http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&uf=2&local=18&template=3948.dwt&section=Blogs&post=115282&blog=524&coldir=1&topo=3994.dwt)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Vamos parar de crescer?

Parar de crescer. Antes que seja tarde!


Mundo tem que abandonar obsessão por crescimento, diz revista

'New Scientist' diz que crescimento está matando o planeta Terra.

- Em plena crise global, com governos e mercados preocupados com uma possível recessão mundial, a revista especializada britânica New Scientist foi às bancas nesta semana com uma capa na qual defende que a busca por crescimento econômico está matando o planeta e precisa ser revista.

Em uma série de entrevistas e artigos de especialistas em desenvolvimento sustentável, a revista pinta um quadro em que todos os esforços para desenvolver combustíveis limpos, reduzir as emissões de carbono e buscar fontes de energia renováveis podem ser inúteis enquanto nosso sistema econômico continuar em busca de crescimento.

"A Ciência nos diz que se for para levarmos a sério as tentativas de salvar o planeta, temos que remodelar nossa economia", afirma a revista.

Segundo analistas consultados pela publicação, o grande problema na equação do crescimento econômico está no fato de que, enquanto a economia busca um crescimento infinito, os recursos naturais da Terra são limitados.

"Os economistas não perceberam um fato simples que para os cientistas é óbvio: o tamanho da Terra é fixo, nem sua massa nem a extensão da superfície variam. O mesmo vale para a energia, água, terra, ar, minerais e outros recursos presentes no planeta. A Terra já não está conseguindo sustentar a economia existente, muito menos uma que continue crescendo", afirma em um artigo o economista Herman Daly, professor da Universidade de Maryland e ex-consultor do departamento para o meio ambiente do Banco Mundial.

Para Daly, o fato de o nosso sistema econômico ser baseado na busca do crescimento acima de tudo, faz com que o mundo esteja caminhando para um desastre ecológico e também econômico, dadas as limitações dos recursos.

"Para evitar este desastre, precisamos mudar nosso foco do crescimento quantitativo para um qualitativo e impor limites nas taxas de consumo dos recursos naturais da Terra", escreve.

"Nesta economia de estado sólido, os valores das mercadorias ainda podem aumentar, por exemplo, por causa de inovações tecnológicas ou melhor distribuição. Mas o tamanho físico dessa economia deve ser mantido em um nível que o planeta consiga sustentar", conclui Daly, que compara a atual economia a um avião em alta velocidade e a sua proposta a um helicóptero, capaz de voar sem se mover.

Reformar o capitalismo

Mas essas mudanças no sistema não serão fáceis. Em uma entrevista à revista, James Gustav Speth, ex-conselheiro do governo Jimmy Carter (1977-1981) e da ONU, afirma que o movimento ambiental nunca conseguirá vencer dentro do atual sistema capitalista.

"A única solução é reformarmos o capitalismo atual. Os Estados Unidos cresceram entre 3% e 3,5% por um bom tempo. Há algum dividendo deste crescimento sendo colocado em melhores condições sociais? Não. Os Estados Unidos têm que focar em indústrias sustentáveis, necessidades sociais, tecnologias e atendimento médico decente, e não sacrificar isso para fazer a economia crescer. Eu não defendo o socialismo, mas uma alternativa não-socialista para o capitalismo atual", diz.

Ele também faz críticas ao atual movimento ambientalista.

"A comunidade ambientalista, pelo menos nos Estados Unidos, é muito fraca quando falamos sobre mudança de estilo de vida, consumo e sobre sua relutância em desafiar o crescimento ou o poder das corporações. Nós precisamos de um novo movimento político nos EUA. Cabe aos cidadãos injetarem valores que reflitam as aspirações humanas, e não apenas fazer mais dinheiro.

Obsessão pelo crescimento

A revista também traz um artigo que discute o argumento de que o crescimento econômico é necessário para erradicar a pobreza e que quanto mais ricos ficam alguns, a vida dos mais pobres também melhora. É a chamada Teoria do Gotejamento.

Segundo Andrew Simms, diretor da New Economics Foundation, em Londres, este argumento, além de "não ser sincero", sob qualquer avaliação, é " impossível".

"Durante os anos 1980, para cada US$ 100 adicionados na economia global, cerca de US$ 2,20 eram repassados para aqueles que estavam abaixo da linha de pobreza. Durante a década de 1990, esse valor passou para US$ 0,60. Essa desigualdade significa que para que os pobres se tornem um pouco menos pobres, os ricos tem que ficar muito mais ricos".

Segundo ele, isto pode até parecer justo para alguns, mas não é sustentável.

"A humanidade está indo além da capacidade da biosfera sustentar nossas atividades anuais desde meados dos anos 1980. Em 2008, nós ultrapassamos essa capacidade anual em 23 de setembro, cinco dias antes do ano anterior".

Ele ainda afirma ser impossível que um dia toda a humanidade tenha o padrão de vida dos países desenvolvidos.

"Seriam necessários pelo menos três planetas Terra para sustentar essas necessidades se todos vivessem nos padrões da Grã-Bretanha. Cinco se vivêssemos como os americanos".

Para Simms, a Terra estaria inabitável há muito tempo antes que o crescimento econômico pudesse erradicar a pobreza.

Para que o mundo possa ter uma economia ecologicamente sustentável, segundo Simms, é preciso acabar com o preconceito de alguns em relação aoo conceito de "redistribuição", que, para ele, é o único modo viável de acabar com a pobreza.

"Só foi preciso alguns dias para que os governos da Grã-Bretanha e dos EUA abandonassem décadas de doutrinas econômicas para tentar resgatar o sistema financeiro de um colapso. Por que tem que demorar mais para introduzirem um plano para deter o colapso do planeta trazido por uma conduta irresponsável e ainda mais perigosa chamada obsessão pelo crescimento?". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.


(de http://www.estadao.com.br/geral/not_ger261547,0.htm)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Inteligência à vista!

Indústria volta às embalagens reutilizáveis

Empresas vão abandonar as embalagens descartáveis para diminuir descarte de resíduos, diz especialista

Andrea Vialli

A era da embalagem descartável pode estar com os dias contados. A indústria de embalagens, cada vez mais pressionada pela legislação, por consumidores e ONGs por causa da produção de resíduos e seu descarte inadequado no ambiente, ensaia uma volta às origens. Segundo especialista, a embalagem do futuro será durável e poderá ser reutilizada inúmeras vezes, em um ciclo fechado de produção e consumo.

"É o fim da era do descartável. Haverá um retorno à embalagem durável e reutilizável'', diz Martin Bunce, especialista em design sustentável e diretor da Tin Horse, empresa de design britânica que tem entre os clientes gigantes como Unilever, P&G, Coca-Cola e Electrolux. Segundo Bunce, o conceito de redução do desperdício de embalagens está tomando corpo entre as empresas de bens de consumo e de bens duráveis.

Bunce afirma que as novas embalagens, que já começam a chegar às mãos dos consumidores na Europa, Japão e Estados Unidos, unem conhecimento de ponta ao tradicional. "As pessoas gostam das coisas novas, mas também apreciam as antigas. Lembra quando costumávamos retornar os vasilhames de bebida? Eles estão de volta."

"Os recursos naturais são finitos, as matérias-primas estão encarecendo e nosso padrão de consumo está transformando as cidades em enormes lixeiras. Os anos de desperdício estão no fim, e a indústria terá de se adaptar a essa realidade."

Por outro lado, Bunce critica a postura de muitos defensores de práticas mais sustentáveis na indústria de declarar guerra a produtos ou tipos de materiais - é o caso, segundo ele, das sacolas plásticas dos supermercados, na berlinda em várias regiões do planeta. "Essa campanha não faz muito sentido porque as sacolas são reutilizadas para outros fins, o que é um atributo de sustentabilidade." Segundo ele, do ponto de vista ambiental não faz muita diferença se a embalagem é de vidro, plástico ou alumínio - desde que sua vida útil seja ampliada.

TECNOLOGIA

A multinacional americana Eastman, que produz resinas para embalagens e no Brasil fornece para Natura e O Boticário, tem apostado no desenvolvimento de novos materiais, em parceria com designers renomados. A empresa lançou nos EUA a tecnologia Tritan, um tipo de plástico (copolímero) usado para fabricar artigos com durabilidade até 10 vezes superior. "O conceito de sustentabilidade na indústria está mudando: não é só reciclar o que já foi produzido, mas também conceber produtos que usem menos matéria-prima, duráveis" diz Gaylon White, diretor de de design da Eastman nos EUA. "O refil também surge como forte tendência."

A garrafa plástica para água Kore One é um exemplo de aplicação do Tritan. Lançada há dois meses, é um fenômeno de vendas nos Estados Unidos - teve uma fila de espera de 10 mil pessoas. "A garrafinha virou um objeto de desejo e ninguém quer jogá-la no lixo após beber água", diz White.
(de http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081015/not_imp260045,0.php)

Finalmente!

Soja não transgênica: começa o plantio

Associação reúne produtores de grãos não geneticamente modificados com vistas ao valioso mercado externo

Fernanda Yoneya - O Estado de S.Paulo

César Machado/AE

Plantio de soja convencional em Cafelândia, Paraná

SÃO PAULO - Estimulados pelo aumento da demanda mundial, sobretudo da União Européia, produtores investem, já a partir deste mês, no plantio de soja não transgênica. Cada saca produzida recebe um prêmio que varia entre R$ 1 e R$ 2 sobre a cotação normal da soja. Ainda é um prêmio pequeno, dizem os produtores. Mas, como o mercado é recente, a tendência é a de que o bônus aumente com a expansão das exportações.

Veja também:

link Prêmio é um estímulo ao produtor

linkTodo o cuidado para evitar mistura

Há cerca de um mês, o Grupo André Maggi, a Brejeiro, a Caramuru Alimentos, a Imcopa e a Vanguarda, cinco dos maiores produtores e fornecedores de soja não transgênica do País, anunciaram, em São Paulo (SP), a criação da Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange), com o objetivo de fomentar o desenvolvimento da produção brasileira deste tipo de grão, explica o secretário-executivo da Abrange, Ricardo Tatesuzi de Sousa. "É um mercado de enorme potencial", diz. "A Polônia, por exemplo, acabou de anunciar que só importará soja não transgênica, com demanda inicial de 2 milhões de toneladas." Além da Europa, Coréia do Sul e Japão também são potenciais compradores.

Confiança

"Há mercados interessados e o Brasil, como fornecedor, precisa inspirar confiança e segurança", diz o presidente da Vanguarda, Otaviano Pivetta. "A associação oficializa o pool de produtores com capacidade de abastecer esse mercado." Segundo Pivetta, o prêmio pago pela saca pode chegar a 5%. Por enquanto, a Vanguarda exporta soja em grão. Em 2009, começará a processar os grãos.

A Vanguarda possui, na Bahia e em Mato Grosso, 12 unidades de produção e cultiva 150 mil hectares com soja não transgênica. A produção é de 500 mil toneladas, sendo 70% exportados, sobretudo para a Europa.

Conforme o secretário-executivo da Abrange, a entidade estimulará tanto o consumo quanto o aumento de qualidade dos produtos não transgênicos. "Estamos organizando um banco de dados para atender às demandas de clientes internos e externos, e buscando maneiras de investir na certificação da cadeia produtiva como um todo", diz Sousa, destacando que o apelo deste mercado baseia-se, sobretudo, na segurança alimentar.

Exportações

A produção de soja não transgênica dos associados da Abrange soma mais de 6 milhões de toneladas, ou 10% da safra brasileira - segundo a Conab, o País produziu 60 milhões de toneladas de soja na safra 2007/2008. Do volume total previsto para as exportações de soja este ano (25,7 milhões de toneladas) a soja não transgênica participa com 2,8 milhões de toneladas. Já as exportações de farelo e proteína de soja não transgênicos somam 4,5 milhões de toneladas.

Hoje, os principais Estados produtores de soja não transgênica são Mato Grosso, Goiás, Paraná, Tocantins e Bahia. No País, calcula a Abrange, 60% da produção de soja é não transgênica. "Somos o único país capaz de abastecer o mundo, porque os EUA e a Argentina já cultivam praticamente 100% de grãos transgênicos", diz Sousa.

"A Europa é o mercado que mais valoriza os não transgênicos", diz o gerente de Desenvolvimento de Mercados da Imcopa, Osires de Melo. A Imcopa compra 2 milhões de toneladas de soja não transgênica/ano, de cooperativas do Paraná.

Prova do potencial do mercado é que a Imcopa, hoje, é a maior produtora mundial de um farelo concentrado de proteína, usado por fabricantes de ração para salmão, que substitui a farinha de peixe. Além desse farelo, exporta farelo de soja, lecitina de soja, óleo de soja refinado e bruto e até etanol de soja. "Repassamos metade do prêmio para as cooperativas."

Sousa explica que, por segurança e exigência dos mercados, toda a produção é certificada, da semente ao armazém. As empresas exportadoras fiscalizam plantio, transporte e colheita e inspecionam a limpeza de plantadoras e colhedoras, tudo para garantir a segregação correta dos grãos. Ao entregar a produção, são feitos os testes de transgenia. Se for um lote 100% puro, o produtor recebe o prêmio. Se for detectada "mistura", ou contaminação por grãos transgênicos, a safra não é devolvida, mas o produtor perde o prêmio.

6 milhões de toneladas
é o volume produzido pelas associadas da Abrange e
que representa 10% da safra

7 milhões
de toneladas de soja e derivados não transgênicos são exportados, sobretudo para a Europa

R$ 1
é o valor do prêmio que o produtor recebe pela saca de soja não transgênica, em média, em GO e no PR
(de http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup260129,0.htm)

Índios mortos a facão em Santa Catarina

Foi o que ouvi da boca de meu sogro: no início do século passado os brancos iam em silêncio até as aldeias, postavam-se às entradas das ocas com seus facões e, quando um deles dava tiros para o ar, os índios, ao saírem, eram mortos com faconadas no pescoço. Homens mulheres e crianças. Um genocídio real.

Hoje os índios ainda se comportam melhor do que os brancos na causa do meio-ambiente:

Indígenas brasileiros levam luta pela terra ao Parlamento europeu

da France Presse, em Bruxelas

Representantes de três populações indígenas do Nordeste brasileiro levaram ontem e hoje ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, sua "campanha de paz" em defesa de seu direito à terra e contra o aquecimento global, pedindo à Europa "respostas imediatas" para suas comunidades.

"Queremos despertar uma consciência não apenas para a violação dos direitos humanos, mas também para a violência contra o planeta Terra e a mudança climática que está causando fome e miséria. Nós, os povos indígenas, somos os primeiros a sofrer com isso", disse a estudante de Direito Yakuy, 46, representante da comunidade Tupinambá, que fica na Bahia.

"Precisamos de projetos conjuntos para desenvolver nossos saberes e garantir a sustentabilidade e a segurança alimentar. Também precisamos de campanhas para frear o consumo desnecessário que leva a produzir mais e a esgotar as riquezas naturais", acrescentou Yakuy.

A viagem de Yakuy, Atia (da comunidade Pankararu) e Ayrá (da comunidade Kariri-Xocó) pela Europa começou em 25 de setembro e vai até final de outubro. Fazem parte do grupo uma ONG brasileira e algumas associações francesas.

Como parte de sua agenda em Bruxelas, os representantes indígenas participaram de um debate na Subcomissão de Direitos Humanos e na Comissão Temporária de Mudança Climática na Eurocâmara, onde receberam o apoio de vários eurodeputados.

"As comunidades indígenas dependem dos recursos naturais e da biodiversidade, e seu meio ambiente se vê especialmente afetado pela produção de biocombustíveis e de energia hidrelétrica", afirmou a eurodeputada eslovena Romana Jordan.

Se a luta contra o aquecimento global e o avanço dos biocombustíveis e das monoculturas é um dos objetivos da campanha na Europa, Yakuy lembrou que as comunidades também precisam de "respostas imediatas" para problemas há tempos sem solução: acesso à terra, soberania alimentar, reconhecimento de sua cultura e educação diferenciada.

Para os três representantes indígenas, o problema da propriedade da terra é fundamental, já que, atualmente, muitos dos povos autóctones brasileiros "vivem em campos de concentração", distantes uns dos outros e sem "comunicação suficiente", o que os impede de se unir para lutar por seus direitos.

Nesse sentido, criticaram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que "não está cumprindo a demarcação de terras" que havia prometido, em função "das pressões muito grandes de setores econômicos interessados nas riquezas naturais" das zonas nas quais vivem os povos autóctones.

Segundo os representantes indígenas, estima-se que convivam, no Brasil, cerca de 240 etnias que falam 180 línguas. Seu número total varia de 350.000 a um milhão de pessoas, dependendo da fonte de consulta. A comunidade Tupinambá é integrada por pelo menos 6.300 nativos; os Kariri-Xocó, por 2.500; e os Pankararu, por 7.000.


(de )

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Turismo Ecológico

Está na hora das cidades serranas que querem ter no turismo ecológico sua fonte de renda começarem a pensar em algo assim:

Paraty, no RJ, é a primeira cidade do mundo a implementar o Passaporte Verde

Cidade foi escolhida devido às características naturais e culturais da região

Com uma visitação de cerca de 400 mil pessoas por ano e candidata ao título de Patrimônio da Humanidade da Unesco, Paraty, no Rio de Janeiro, quer se tornar um modelo de destino turístico sustentável para o mundo. A cidade foi escolhida como destino piloto da campanha internacional Passaporte Verde, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). É uma iniciativa que visa estimular o turista a adotar uma atitude de consumo responsável, de forma a reduzir os impactos negativos do seu comportamento e de suas escolhas sobre o meio ambiente e a cultura dos destinos que visita.

A campanha - que será lançada oficialmente no Brasil em dezembro - faz parte do projeto Férias Sustentáveis, desenvolvido no âmbito da Força Tarefa Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, composta por 20 países e liderada pelo governo francês. Em solo nacional, o projeto é coordenado pelos ministérios do Meio Ambiente, do Turismo e pelo Pnuma, além de contar com diversos parceiros.

Paraty foi escolhida devido às características naturais e culturais da região, bem como o compromisso dos envolvidos com o turismo na cidade em preservar e conservar os ecossistemas naturais, valorizar e proteger o patrimônio construído pelo homem e manter a cultura ancestral local.

A comunicação desenvolvida pelo governo brasileiro em parceria com a ONU será testada em Paraty. O site internacional do projeto (www.unep.fr/greenpassport) será traduzido para o português, com informações sobre produção e consumo sustentável no setor turístico, inclusão de "cases" brasileiros e elaboração de conteúdo específico sobre o projeto-piloto em Paraty. Nele, os visitantes encontrarão dicas de como se tornarem turistas sustentáveis desde o momento da escolha do destino, o que fazer quando chegar lá, antes de ir embora e até depois de voltar para casa.

Iniciativa pretende mobilizar a comunidade

Em contrapartida, Paraty também precisa se apresentar de forma estratégica para o turista, oferecendo produtos e serviços compatíveis com a proposta, pois os turistas conscientes, que desejarem optar por ações que impactam cada vez menos o meio ambiente, serão levados a escolher destinos comprometidos com a conservação e com o uso sustentável dos recursos naturais e culturais.

– No caso específico de Paraty, não é possível discutir turismo sustentável sem falar da infra-estrutura básica, como saneamento, por exemplo, que ainda é precária em Paraty, ou ainda, sem falar da relação do trade turístico com as comunidades tradicionais locais, que possuem imenso potencial turístico mas ainda estão relativamente apartadas do processo – destaca a assessora técnica do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Liliana Salvo.

Entre as proposições das ações estruturantes da campanha está o diagnóstico da atividade turística local, identificando quais são os obstáculos que impedem uma mudança de comportamento na cadeia do turismo, isto é, entre o turista, o comerciante do turismo e poder público, criar e aplicar soluções.

Para auxiliar a cidade nesse processo, o MMA está planejando uma série de ações, desde aquelas voltadas para a capacitação do trade turístico em gestão ambiental, como também o fortalecimento dos fóruns de base, como a Agenda 21 local, a implementação de programas de educação ambiental e ainda o fomento a projetos de ecoturismo de base comunitária.

– Teremos um plano de ação para os próximos dois anos. É processo que tem que ser construído. Não acontece de um dia para o outro – completa Liliana.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
(fonte: http://www.clicrbs.com.br/especiais/jsp/default.jsp?template=2095.dwt&newsID=a2232720.htm&tab=00052&order=datepublished&espid=21&section=Not%EDcias&subTab=04400)

Quem usa material de amianto sabendo disso...

...é meio culpado pelas doenças destas pessoas!

Justiça determina fornecimento de remédios a vítimas do amianto

da Agência Brasil

A Justiça Federal no Rio determinou que a União, os Estados do Rio e de Goiás e o município do Rio de Janeiro forneçam medicamentos às vítimas de doenças provocadas pelo contato com o amianto.

Na decisão, a juíza federal Regina Coeli Medeiros de Carvalho, titular da 18ª Vara Federal, avaliou que o fornecimento da medicação é necessário para garantir sobrevida às vítimas "com um mínimo de dignidade, devido ao ser humano".

Estudos da OMS (Organização Mundial de Saúde) revelam que a exposição ao minério causa danos irreversíveis à saúde como tumores e doenças pulmonares. O Brasil tem a terceira maior mina de amianto do mundo, o parque industrial da Sama, localizado em Minaçu (GO).

A juíza entendeu como evidente o risco de lesão grave ou de difícil reparação em caso da falta de suprimento dos remédios necessários à garantia das condições de vida desses pacientes.

A decisão atende parcialmente pedido da Defensoria Pública da União em ação pública movida contra a União e os Estados do Rio de Janeiro e Goiás.


(fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u454469.shtml)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Idealismo

Acabou-se o tempo do idealismo?

Não!

Entre os caiçaras e a conservação

Adriana Mattoso defende populações tradicionais enquanto briga para criar unidades de proteção

Giovana Girardi, de O Estado de S. Paulo

Arquiteta só consome palmito pupunha, mas planta o juçara para as aves espalharem as sementes

Antonio Milena/AE

Arquiteta só consome palmito pupunha, mas planta o juçara para as aves espalharem as sementes

SÃO PAULO - O que no começo era só uma empreitada contra um grupo que destruía seu paraíso ecológico de férias acabou se tornando um projeto para uma vida inteira. Assim poderia ser resumida a história de Adriana Mattoso, hoje gerente de Unidades de Conservação da Fundação Florestal, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, que iniciou sua carreira defendendo caiçaras de Trindade, uma vila de pescadores em Parati (RJ), e se transformou numa das responsáveis pela criação e gerenciamento de unidades de conservação de SP. Ela é uma das mães, por exemplo, do plano de manejo do Parque Estadual da Serra do Mar.

Apaixonada desde criança pela natureza, Adriana viu, no fim da adolescência, em meados da década de 70, um trecho de mata atlântica ser destruído com a construção da Rodovia Rio-Santos. “Foi uma coisa chocante. Primeiro pelo impacto ambiental da abertura da estrada e depois pela especulação imobiliária absurda que se seguiu, com espertalhões comprando terra de caiçara para depois fazer empreendimentos. Era um lugar ao qual só se chegava por estrada de terra que, de repente, e de um modo muito brutal, foi desbravado.”

Diante de um grupo estrangeiro que queria expulsar a população para construir um condomínio de luxo, ela, um grupo de visitantes assíduos e os moradores formaram uma das primeiras ONGs socioambientais do Brasil - a Sociedade de Defesa do Litoral Brasileiro.

Juntos organizaram exposições fotográficas mostrando o que estava acontecendo. Ela, depois, fez um documentário sobre o problema. Eles foram à Justiça e os caiçaras conquistaram o direito de ficar na região.

DA ONG AO GOVERNO

Essa batalha, que durou até o começo dos anos 80, chamou a atenção do governador André Franco Montoro (1983-1987), que convidou parte da ONG para formar uma equipe de resolução de conflitos de terra.

“Naquela época a gente tinha de brigar a tapa com os que excluem o homem totalmente da questão ambiental. Mas percebi que os maiores conflitos ocorriam onde ainda havia áreas naturais, nas fronteiras do Estado, às vezes dentro de parque ou em área que iria virar parque. Quando a gente defende o caiçara, o caboclo, o caipira é porque o poder de destruição deles é menor.”

A ambientalista e arquiteta de 52 anos conta que aprendeu ainda pequena a respeitar as relações entre comunidades e o ambiente ao visitar um sítio em uma comunidade alemã em Joinville (SC). “Era a casa dos pais da minha babá. Eles eram imigrantes e moravam em uma colônia onde se produzia de tudo. Com aquilo eu entrei em contato com a natureza mesmo: cacei tatu, derrubei palmito, arei, plantei, dei comida pra vaca, tive convivência próxima com a natureza e com o pequeno produtor. Isso me ensinou a respeitar quem vive na roça e da roça.”

Pouco tempo depois, em 1986, surgiam “casados”, como brinca Adriana, dois ícones daquela mudança de paradigma que se anunciava: a ONG SOS Mata Atlântica e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. “A turma que criou a ONG, da qual eu fiz parte, foi a mesma que exigiu do governo a criação da secretaria.

Estávamos na Ilha do Cardoso, na reunião que criaria a SOS, e o Montoro passou de helicóptero para assinar um convênio entre São Paulo e Paraná para proteger a região do Lagamar. Desceu para nos fazer uma visita, aí a gente segurou o governador lá até ele se comprometer com isso. Foi no mesmo período em que lutamos pela criação da Estação Ecológica da Juréia.”

Hoje gerente das 32 unidades de conservação do Estado, Adriana sente falta do tempo de ativista e de estar no meio do mato, enquanto resolve uma burocracia ou outra de sua sala no Horto Florestal. Mas acredita que, no governo, pôde fazer mais pelo ambiente e pelas populações tradicionais. Uma inovação, por exemplo, foi estabelecer, no plano de manejo do Parque Estadual da Serra do Mar, que entrou em vigor em 2007, uma área especial para abrigar caiçaras ou quilombolas. A zona-histórico-cultural-antropológica permite a presença de moradores tradicionais que já estejam há muitas gerações no local.

Preserva seu lado “bicho-do-mato” no sítio na Serra da Bocaina, onde planta palmito juçara - espécie das mais ameaçadas da mata atlântica. “A gente só come pupunha. O juçara fica para as aves comerem as sementes e ajudarem na recuperação.”

(de http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid251737,0.htm)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Abelhas

"Abelha não faz mal, faz mel". Amei esta frase, que se contrapõe à reação ignorante e inconsciente de muitos urbanóides e urbanitas que morrem de medo da anti-reumática picada...
Mas, muito mais do que mel, a abelha faz. No texto abaixo, Giles, de quem sou um admirador, com seu texto, como sempre, claro, alerta para o muito mais que a abelha faz:

O declínio das abelhas

Gilles Lapouge*

As abelhas estão morrendo. Esta hecatombe silenciosa dura já alguns anos e constitui um verdadeiro mistério. Os inseticidas foram apontados como culpados, mas sua culpa nunca foi provada.

Milhões e milhões de colméias pereceram na América, na Europa, em toda parte. Estudos realizados nos Estados Unidos (Filadélfia) e na França (em Montpellier) já dão o sinal de alarme. Alerta máximo. Urgência absoluta.

Alguns observarão que muitas espécies desapareceram até hoje. Por exemplo, os mamutes não existem mais, o panda está perigando, a ave Dodo do Madagáscar desapareceu, e no entanto, o mundo não parou de girar. Mas o caso das abelhas é diferente: "Se a abelha desaparecer, dizia Einstein, a espécie humana não terá mais que quatro anos de vida".

Einstein exagerava, mas havia constatado o perigo. O que ocorrerá se a abelha nos abandonar? Ela é a grande "fecundadora". É ela que transporta o pólen de uma flor (sêmen masculino) para depositá-lo sobre os órgãos femininos de outra flor. Se a abelha nos abandonar, como a terra sustentará seus frutos, suas flores, suas florestas? E como poderemos nos sentir felizes em uma paisagem em preto e branco? Certamente, este himenóptero não é o único ser vivo que garante a reprodução sexuada das flores. Contam-se 100 mil espécies de insetos e de aves com a mesma função, mas a abelha é uma verdadeira campeã. Os outros insetos são amadores, pouco sérios, ignorantes. O próprio colibri se distrai com qualquer coisa.

A abelha, ao contrário, desde que chegou à terra (80 milhões de anos antes que os homens aqui desembarcassem), nunca perdeu um segundo de tempo. Ela trabalha de manhã à noite. Sua atividade é irrepreensível, de autêntica profissional.

Os pesquisadores franceses e alemães acabam de calcular o valor das contribuições das "polinizadoras" nas culturas mundiais. Eles chegaram à cifra de US$ 153 bilhões anuais, ou seja 10% do valor total da produção alimentar.

Em caso de pane das abelhas, todos os vegetais não seriam afetados do mesmo modo: os mais vulneráveis seriam as frutas, os legumes, as oleaginosas. O cacau, a baunilha, a abóbora, as melancias, os melões, o maracujá, a noz de pecã brasileira seriam os mais expostos. Ao que tudo indica, o café seria menos atingido.

É preciso também calcular a devastação da flora silvestre. São as mesmas polinizadoras que garantem a sobrevivência de todas as cadeias da vida selvagem, aves, roedores, mamíferos. O fim das abelhas seria um desastre para as florestas, as pradarias, os pastos. Assim a abelha é responsável não apenas pela nossa alimentação diária, mas também pela beleza do lugar onde vivemos.

É uma pequena e estranha função a da abelha, função que constitui um dos enigmas mais intrigantes da criação: a de um ser vivo que faz o amor com um ser vivo de outro reino e de um modo tão sutil que este ato de amor de aparência barroca e mesmo "contrário à natureza", garante a reprodução da vida.

Deste ponto de vista, o homem, como aliás os mamíferos e todas as outras espécies, não passa de uma nulidade, de um ser desastrado. Cada um de nós sabe que é extremamente complicado fazer o amor com um leão ou mesmo com um camundongo.

Além disso, esta cópula entre espécies diferentes não produz nenhum fruto, nenhuma descendência. Quanto a fazer o amor com um eucalipto ou um pinheiro então, o homem não tem a menor capacidade.

A abelha sabe como amar as folhas de grama e as flores. Ela experimenta um prazer extremo: basta olhar a ronda encantada das abelhas e o zumbido que as acompanha em um pomar ou em um campo na primavera para compreender que ela ama seu trabalho.

A Bíblia já havia constatado que a abelha é indispensável para a sobrevivência do planeta e da espécie humana. Deus, ao ajudar os judeus a retornarem à sua terra e a entrar no "país de Canaã", os convence a tomar o caminho do deserto descrevendo os encantos deste "país de Canaã". E relata: "Canaã, é o país onde correm rios de leite e mel" (Êxodo, 3,8).

O mel seduz Moisés, que pega seu cajado e conduz seu povo para a "Terra prometida", a terra do leite e das abelhas. Os peregrinos estão felizes. Verdade seja dita, no Sinai, não estão muito bem alimentados, mas eles sabem que no fim do caminho encontrarão "rios de mel" e já lambem os lábios.

Infelizmente, o Pai Eterno tinha outro planos. Moisés chega ao Monte Nebo, de onde contempla a "terra de Canaã". Mas está muito cansado e morre. Não entrará na terra de Canaã, no paraíso do mel. E nós? Teremos de perdê-lo?

* Correspondente em Paris

(de http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080922/not_imp245822,0.php)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O que a FATMA faz?

Isso, vejam:

A FATMA DEU AUTORIZAÇÃO PARA DESMATAMENTO ASSUSTADOR





Todo entulho e restos dos desmates foram parar sobre a nascente de água do ribeirão Manfrini.

A matéria abaixo foi publicada neste diário no dia 13 de julho de 2006, edição número 1601, e ora, tudo indica, fez parte do roll de ações de depredações acionadas a partir de loteadores de Biguaçu ou na Grande Florianópolis, e abaixo consta o nome da empresa que deu entrada com o processo na Fatma, em Florianópolis, aonde foi aprovado e ontem foram presos um coordenador e dois técnicos safados aquele órgão. Em Jaraguá do Sul todos os moradores antigos sabem que a nascente do Ribeirão Manfrini ficava neste local, (fotos) que ora sofre aterramento oriundo do morro desmatado, conforme as fotos, e como o projeto de loteamento resulta em muitas e muitas erosões, cada vez mais esta sendo lançado barro na baixada aonde esta a nascente de água que a Fatma permitiu aterrar, e pior, mesmo a Associação de Defesa e Educação Ambiental de Jaraguá do Sul – ADEAJS, ter dado entrada com Notícia-Crime bem fundamentada na Promotoria do Meio Ambiente da Comarca de Jaraguá do Sul, o processo foi arquivado, sob o argumento de que a ADEAJS teria que patrocinar um geólogo provando que ali tem nascente de água, porque um geólogo que seria ou é funcionário da Fatma, ou então funcionário da Prefeitura de Joinville cedido para a Fatma em Joinville, teria atestado aos loteadores que no local não havia nascente de água. Há época o dono das terras, Valdomiro Eller, teria falado que havia pago R$ 20 mil para ter dito loteamento liberado, - isso depois que a ADEAJS formulou as denúncias que ontem à noite já foram encaminhadas à superintendência da Polícia Federal em Florianópolis para analisar uma possível continuidade da ação da Dríade. Agora que vocês já leram a matéria acima, analisem a abaixo...




Também foi permitido pela Fatma e Fujama um deposito de entulhos se construção sobre essa nascente.

A denúncia feita na edição de ontem pelo JORNAL ABSOLUTO sobre enorme desmatamento trouxe a Jaraguá do Sul, na tarde de ontem, dois fiscais da Fatma lotados no escritório de Joinville. No local, acompanhados de um fiscal da Fujama, constatam que o órgão deu a autorização para um loteador da Grande Florianópolis conhecido lá no local do desmate só por Júlio César, em 7 de abril passado. O documento esta assinada por James Schroeder, que deixou as funções tão logo o seu ex-chefe no escritório da Fatma em Joinville, Jaime Duarte, entregou o cargo depois da prisão de outro ocupante de cargo semelhante na Fatma, em Canoinhas. A outra assinatura permitindo a derrubada de matas nativas que consta do documento é do atual chefe do escritório da Fatma em Joinville, Júlio Adelaid Serpa. Autoriza a derrubada de matas em uma faixa de área com 1.065,31 metros de comprimento, por largura variando em 200 metros. Totaliza uma área com mais de 170 mil metros quadrados de floresta de ombro fila densa em estagio secundário. E pasme, a previsão é ser retirado do local quase dois mil metros cúbicos de madeira, - ou 2.148,18 metros estéreos, como consta do processo, o que representa mais de 100 cargas de caminhão grande.

Grande parte da área já foi desmatada. Ontem dois homens com motos-serras deram inicio a derrubada das matas no morro lado oposto a de uma área alagada e onde moradores dizem haver água “muito boa num poço de nascente”. Mas onde a Fatma determinou que fosse mantida a área verde, "se tinha um poço, secou", constatou ontem o fiscal da Fatma, Afrânio Ladeira, após vistoriar o local. "A água daquele poço não prestava nem para lavar roupa, porque fedia”, disse ontem a tarde uma moradora cujo imóvel faz margem com o pequeno capão de matas, de 4.378,51 metros quadrado, segundo o documento de autorização da Fatma. Já na área alagada, de várzea e que fica praticamente no centro da área a ser desmatada, que outrora teria sido usada para cultivo de arroz irrigado – arrozeiras -, e em parte fora aterrada por outro loteador, a Fatma deu autorização para derrubar toda a vegetação com abertura de ruas, - o que significa que será aterrada. No entanto ontem no final da tarde, a reportagem do JORNAL ABSOLUTO viu umas saracuras e marrecas do mato fazendo festa nas águas do lago que já teve muito peixe, mas “acabaram com tudo”, disseram vizinhos, caracterizando que “até as aracuâs ou jacupembas que vinham todo dia aqui comer baguinhas naquela árvore tranqüilamente, é viviam por aqui, já devem ter sumido”, disse desolada uma senhora residente bem próximo à margem do lago, enquanto apontava para uma árvore com pequenos frutos. E tanto a jacupemba como aracuã fazem parte do anuário BRASIL 500 PÁSSAROS, que apresenta as 500 espécies de aves em vias ou em extinção pela devastação do seu habitat natural, mas alguns raros espécimes vivem em pequenos capões da flora.

Mas jacupemba ou aracuãs, igual saracuras grande e pequena e marrecas do mato não foram anotadas no laudo de estudo faunistico da área assinado pela engenheira florestal Gina da Silva Voz. Lá constam só essas espécies de aves comuns em todo o centro urbano, como rolinhas, juritis, anus, bico-de-lacre, coleirinhas e cambacicas entre outras espécies que são avistadas em toda a urbe. O processo foi protocolado em 2004 na Fatma pelo Loteador Paraíso – Construtora - Incorporadora e Terraplenagem Ltda., com endereço em Biguaçu, na Grande Florianópolis, solicitando autorização para derrubar a vegetação na área de propriedade de Waldomiro Elert, - morador antigo do bairro Chico de Paula.





Foi derrubada muita mata nativa, último refúgio de aves e animais silvestres em vias de extinção.


Ontem, depois que os fiscais da Fatma e Fujama deixaram o local, chegaram lá dois homens ocupando um jipe importado com placa de Biguaçu. “São os donos da loteadora”, disseram os trabalhadores contratados para fazer a derrubada de matas, e numa antiga Rural Wyllis tipo jipe, com placa de Jaraguá do Sul, chegou o dono da área aonde visam implantar 307 lotes, com metragem variando de 300 a 450 metros cada, e preços “acima de 40 mil, pois vão ter toda a infra-estrutura, até asfalto nas ruas”, contaram os trabalhadores contratados da empresa Novo Mundo, de Joinville, - especializada em fazer a extração da madeira. Se para os madeireiros é fato normal derrubar árvores ou trabalhar empilhando toras e lenha, para os moradores próximos significa "tristeza, porque a gente vê pela falta de chuva, e já falta água, a necessidade de se preservar o pouco que ainda resta de árvores", disse Ilton de Azevedo. Até o fiscal da Fatma, Afrânio Ladeira, ao ser entrevistado pelo radialista Sérgio Luiz, da tradicional rádio Jaraguá AM, demonstrou insatisfação ao declarar: "Eu, como fiscal, também não gosto de ver desmatamentos, mas se a Lei permitiu e foi autorizado pela Fatma, os serviços podem continuar", declarou. A verdade é que brechas nas Leis existem, como também na elaboração dos processos, - mas fato incontestável mesmo é que o homem, mesmo o depredador, até depois da morte precisa de madeira extraída das árvores para ser sepultado numa urna fúnebre, - pois os caixões são confeccionados com madeira...

Adelmo Luís Müller - Editor do JORNAL ABSOLUTO.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Pinus, Pinus e mais Pinus...

Para que tanto Pinus? Para fabricar os painéis que são usados para montar os móveis do tipo "use e jogue fora".

Meu pais tinham móveis de madeira maciça. Eles duravam muuuitos anos. Infelizmente nas minhas mudanças não pude trazer comigo alguns daqueles bons móveis. Mas meu sogro tem uma escrivaninha que deve beirar os cem anos.

Já hoje em dia fabricam-se os móveis de "aglomerado: MDF ou coisas parecidas. No primeiro contato com a umidade (que em nosso país não é pequena...), pode jogar fora. Ou então quando o dono enjoar do "design"... É a nossa sociedade de consumo. Sociedade do descartável. E haja Pinus! Resultado? Aí está:

Ibama, em uma operação contra o desmatamento, emite R$ 4,1 milhões em multas em SC

Nos últimos anos, Estado foi o que mais devastou mata atlântica no País


Diogo Vargas | diogo.vargas@an.com.br

Em uma operação de quatro semanas contra o desmatamento nas regiões do Planalto Norte e Meio-oeste de Santa Catarina, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu 64 multas que alcançam R$ 4,1 milhões.

Empresários ligados ao plantio de pínus no lugar da mata atlântica são os principais responsáveis pelo corte da vegetação.

A Operação Guardiões da Mata Atlântica mobilizou 24 agentes e acabou na última semana. Um helicóptero auxiliou os fiscais que também contaram com imagens de satélite para análise das áreas. Foram embargados 750 hectares, 30 deles de áreas de preservação permanente perto de cursos de água e nascentes.

As regiões visitadas compreenderam as cidades de Mafra/Caçador e divisa com o Paraná/Santa Cecília/Rio do Sul. Foram detectados 148 novos pontos de desmatamento por satélite ou sobrevôos de helicóptero.

Nos últimos anos, Santa Catarina foi o Estado que mais devastou mata atlântica no País, com 45.530 hectares destruídos, segundo dados divulgados em maio deste ano pela organização não-governamental SOS Mata Atlântica.

A informação foi confirmada pela ação prática do Ibama. O analista ambiental Olício Leão Marques, chefe do escritório do Ibama em Chapecó, disse que a principal causa é o uso alternativo do solo com a implantação de florestas exóticas como eucaliptos e pínus.

— O Ibama não está autuando pelo plantio de pínus e sim pelo desmatamento, ainda que se considere uma atividade importante sob o ponto de vista social e econômico para a região. O que não se admite é a perda do pouco que resta de mata nativa no nosso Estado — alertou Olício.

O Ibama não forneceu a relação das empresas e empresários multados. Um político do Planalto Norte recebeu notificação para se apresentar na sede do órgão, em Florianópolis, na última sexta-feira, por suspeita de desmatamento. O Ibama só pretende divulgar a sua identidade se a multa for confirmada, o que ainda não aconteceu.

As multas estão de acordo com o novo decreto 6.514, de 22 de julho de 2008, que prevê penalidades mais pesadas e aumentou o prazo de prescrição dos crimes ambientais para até cinco anos.

O diretor de relações públicas da Associação Catarinense de Empresas Florestais, Antonio Fukuyoshi Tsnuoda, garantiu que o desmatamento da mata atlântica apontado pelo Ibama não atinge as grandes empresas da indústria madeireira do Estado.

Na sua avaliação, o problema está nas pequenas propriedades de áreas e iniciativas particulares. Segundo Antonio, as 32 empresas ligadas à entidade atuam na atividade florestal de acordo com licenciamentos e também mantêm relação coerente com ONGs ambientais.

— Essa operação foi relativamente boa. Imaginamos que os responsáveis pelo desmatamento sejam ligados a cortes de eucaliptos ou a grandes lavouras — comentou Antonio.

A NOTÍCIA | Florianópolis (http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Geral&newsID=a2181704.xml)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Lixo? Que lixo? É tudo matéria prima!

Lixo é um conceito arcaico. Em lugar de extrair os fertilizantes do solo, em minerações não sustentáveis, é preciso re-obter o nitrogênio, o fósforo e o potássio da biomassa! E reciclar todo o resto.

Vejam isto:

Mostra revela como brasileiros e estrangeiros usam o lixo

As informações estão atualizadas até a data acima. Sugerimos contatar o local para confirmar as informações

da Folha Online

Nesta sexta-feira (29), é o último dia para visitar a mostra multimídia "Lixoútil", em exposição no andar térreo do shopping Eldorado (região oeste da capital paulista).

Divulgação
Mostra "Lixoútil" (foto) está em cartaz no shopping Eldorado, na zona oeste de São Paulo
Mostra "Lixoútil" fica em cartaz no shopping Eldorado (região oeste) até sexta-feira (29)

Em um espaço de 300 m2, há bastante informação acerca das diferentes formas de reciclagem de lixo e sobre as diferenças entre cada tipo de resíduo. A mostra é dividida em módulos montados sobre suportes feitos de materiais reciclados (krillon, papel, pet) ou reutilizados (pneus), e também oferece dados importantes sobre a valorização da consciência ecológica de brasileiros e estrangeiros.

Um painel exibe qual é a quantidade de lixo descartada nos principais países de cada continente. Em alguns países latino-americanos, chega a ser espantoso perceber que a maior parte deste lixo descartado é composto por detritos orgânicos, ou seja, comida.

Nos Estados Unidos e Japão, países onde há bem menos famintos, o papel lidera, enquanto o lixo orgânico nem aparece na listagem. O grande desperdício de papel levanta a questão do impacto ambiental e de como amenizá-lo.

A instalação teve sua estréia em São Paulo em 2005 e já passou por diversas capitais, como Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ). O sucesso da iniciativa é a principal razão para a volta à capital paulista, desta vez em um shopping center.


(de http://guia.folha.com.br/exposicoes/ult10048u438925.shtml)

Plantando no deserto.

Eu sempre imaginei os países produtores de petróleo usando um pouco do dinheiro que arrecadam com as milionárias exportações em projetos de... Florestas no deserto! Fixariam carbono (carbono liberado pelos combustíveis fósseis...) e possibilitariam um estudo sobre as mudanças causadas pela presença de florestas em ambientes anteriormente desertos...
Pois vejam isto:

Projeto britânico quer produzir comida e energia em deserto

da Folha Online

Sahara Forest Project /Divulgação
Equipe de engenheiros e arquitetos combina tecnologias para produzir comida no deserto
Equipe de engenheiros e arquitetos combina tecnologias para produzir comida no deserto

Uma equipe de engenheiros e arquitetos baseados em Londres está combinando tecnologias para transformar imensas áreas desérticas em terrenos férteis com capacidade de produzir comida, água limpa e fontes alternativas de energia.

O Sahara Forest Project (Projeto Floresta Sahara) consiste em construir lado a lado estufas onde seria possível obter água limpa e cultivar alimentos, e painéis espelhados gigantes que captariam raios solares para gerar eletricidade.

A iniciativa combina tecnologias criadas pela empresa Seawater Greenhouse, que cultiva plantações em estufas instaladas em áreas áridas, e por arquitetos e engenheiros que desenvolveram uma técnica conhecida como Concentrated Solar Power (Energia Solar Concentrada, em tradução livre).

O criador da Seawater Greenhouse, Charlie Paton, explica que a técnica consiste em instalar evaporadores na entrada da estufa que convertem a água do mar em vapor. O vapor resfria a temperatura dentro do local em até 15 graus e favorece o crescimento da lavoura.

Do outro lado da estufa o vapor é condensado, transformando-se em água limpa que serve para regar as plantações. Segundo Paton, a quantidade de água obtida é cinco vezes maior do que a necessária para molhar as plantas, produzindo um excedente que pode ser usado para mover turbinas acopladas aos painéis que captam a energia solar, gerando energia.

Biodiesel

De acordo com os criadores do Sahara Forest Project, em fase de testes em Tenerife, Omã e Emirados Árabes Unidos, a iniciativa terá potencial para produzir comida e eletricidade que serão consumidas por moradores locais.

A energia também poderia ser enviada para a Europa por meio de um conversor. Com o excedente de água ainda seria possível cultivar pinhão manso, uma planta que serve de base para produzir biodiesel e que se adapta bem às terras desérticas.

Os criadores do projeto dizem que a iniciativa poderá ser uma ferramenta importante para combater a desertificação e trará múltiplos benefícios, como "grandes quantidades de energia renovável, comida e água'.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u442453.shtml)

e a busca em http://www.google.com.br/search?q=Sahara+Forest+Project&ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&rls=org.mozilla:pt-BR:official&client=firefox-a



quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Até a energia eólica causa problemas na geração...

E pensam em instalar um parque eólico em Bom Jardim da Serra!
Vejam, o que descobriram que acontece com os morcegos (animais importantíssimos para a polinização de muitas plantas):

27/08/2008 - 09h52

Turbinas eólicas causam hemorragia em morcegos, diz estudo

RICHARD BLACK
da BBC News

Os morcegos estão ameaçados por turbinas eólicas porque a rotação de suas lâminas produz uma alteração na pressão do ar que pode matar os animais, de acordo com pesquisadores canadenses.

Os cientistas analisaram os corpos de morcegos encontrados mortos em uma área de postes para a produção de energia eólica, e concluíram que a maioria deles tinha ferimentos internos --com hemorragias-- relacionados à mudança repentina na pressão do ar.

Os morcegos possuem mecanismos internos para evitar choques com as lâminas mas não conseguem detectar mudanças de pressão repentinas em torno da turbina.

Segundo os cientistas, os postes com as turbinas são mais problemáticos para morcegos do que para aves.

"Uma queda na pressão atmosférica junto às lâminas das turbinas eólicas é um perigo indetectável --e potencialmente imprevisível-- para morcegos, embora explique apenas parcialmente o grande número de mortes entre morcegos nestas estruturas específicas", disse Erin Baerwald, que liderou a equipe de pesquisa na Universidade de Calgary.

Rotas de migração

A morte de morcegos em usinas de produção de energia eólica tem sido amplamente documentada na Europa e América do Norte.

Há dois anos, as nações da União Européia concordaram formalmente em conscientizar os responsáveis por estas usinas sobre os riscos, e encontrar formas de monitorar as rotas de migração de morcegos.

Em meados deste ano, um projeto para a construção de uma usina de geração de energia eólica perto de Bideford, no Reino Unido, foi rejeitado por causa do potencial impacto sobre estes mamíferos.

Mas, apesar disso, não se entendia bem como as turbinas afetam os animais.

A equipe de Calgary recolheu carcaças de duas espécies de morcegos mortos em uma usina de produção de energia eólica no sudoeste de Alberta.

Exames demonstraram que menos da metade tinha ferimentos externos, que podiam ter sido causados por colisão com as lâminas.

Mas cerca de 90% tinham hemorragia interna, principalmente no tórax --um problema que causa pressão sobre os pulmões e pode ser fatal.

A teoria é de que a pressão em volta de uma turbina eólica em movimento é menor do que a pressão exercida no ar mais distante. Um morcego que voa em uma zona de baixa pressão tem seus pulmões em expansão repentina, o que arrebenta os vasos capilares do tecido em volta dos órgãos, dando início à hemorragia.

Aves, que têm pulmões mais rígidos e robustos, não passam pelo mesmo trauma em caso de uma queda repentina de pressão.

"Os morcegos são muito mais suscetíveis a barotrauma do que aves, e como mortes entre morcegos em turbinas eólicas são muito mais numerosas do que mortes na maioria dos outros lugares, concluímos que as fatalidades na proximidade dessas turbinas são agora um problema para morcegos, e não para aves", disse Baerwald.

Alguns grupos de pesquisa estão estudando formas de manter os morcegos longe de usinas de geração de energia eólica, e um grupo da Universidade de Aberdeen, na Escócia, sugeriu recentemente que emissões de radares podem agir como "espantalhos" para estes mamíferos.

O estudo canadense foi noticiado na revista "Current Biology".

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u438357.shtml)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O govêrno de Santa Catarina e o meio ambiente

Este governo estadual está me parecendo cada vez pior!

Vejam o que foi publicado hoje no Diário Catarinense:

Código ambiental é falso, por Laudelino José Sardá *

O projeto do Código Ambiental de Santa Catarina, que o governo enviou à Assembléia Legislativa, não é o mesmo elaborado sob a coordenação da Fatma e que mereceu o aval de entidades representativas da sociedade. Um outro projeto - por isso, falso - surgiu na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, e foi entregue ao governador Luiz Henrique da Silveira, que o encaminhou à aprovação do Legislativo. Afinal, onde foi parar o projeto de consenso? Por que os deputados Onofre Agostini e Antônio Ceron, secretário da Agricultura, apresentaram e avalizaram esse falso projeto, que afronta a legislação federal, reduzindo as APPs (Áreas de Preservação Permanente), tornando-se por isso inconstitucional? Se os deputados aprovarem essa falsa proposta, será possível regularizar propriedades que agridem a natureza e com certeza muito pouco sobrará do que resta da Mata Atlântica.

O governador Luiz Henrique determinou há cerca de dois anos que a Fatma abrisse discussão em torno do código ambiental. O ritual foi cumprido, e muitas entidades representativas participaram. Será que o governador está sabendo da manobra política que cerceia o direito da sociedade catarinense de indicar normas capazes de salvar o seu patrimônio natural? Qual o direito da Secretaria de arrogar-se a se sobrepor-se a uma decisão d a sociedade? O governo tem assumido, nos últimos anos, uma postura em defesa do meio ambiente, e para manter-se coerente precisa retirar o falso projeto da Assembléia e saber onde foi escondido o projeto da Fatma, sob pena de provocar uma avalanche de ações populares, e a necessária intervenção do Ministério Público.

* Jornalista e professor

(de http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2141057.xml&template=3898.dwt&edition=10560&section=131)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Eucaliptus X Pinus

Há indícios de que o Eucalipto tem mais vantagens além de não liberar picnina no solo: Li no blog da Paula Sperb (em http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&template=3948.dwt&section=Blogs&post=96906&blog=126&coldir=1&topo=3994.dwt)
que os bosques de eucaliptos podem auxiliar na preservação de onças, lobos jaguatiricas, etc.

Veja este excerto:

"Segundo uma pesquisa do Instituto de Biociências da Universida de São Paulo (USP), plantações de eucaliptos no interior de SP podem servir de passagem entre áreas de preservação e ajudar na sobrevivência de espécies como lobo-guará, onça-parda, irara e jaguatirica."

Quem sabe nossos "reflorestadores" param de plantar pinus na nossa região e passam a plantar eucaliptos, já que pedir para para de plantar essências exóticas e passar a plantar nativas (Cambotá, Grandiúva, etc) parace ser pedir demais pra bola deles...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Água virtual - um conceito interessante... E importante!

Vejam só! Eu nunca tinha pensado nisso!

Brasil é líder em 'importação de água', diz relatório

País mais importa que exporta commodities que consomem água para serem produzidas.

De Estocolmo para a BBC Brasil - Um relatório da organização ambiental WWF aponta o Brasil como líder de um ranking de países importadores de água virtual agrícola - a água usada em plantações para a produção de alimentos, bebidas e roupas.

O relatório foi apresentado nesta quarta-feira na Semana Internacional da Água, que reúne cerca de 2,5 mil representantes de 140 países na capital da Suécia, Estocolmo.

O autor do estudo e especialista do WWF no mapeamento mundial da água, Stuart Orr, diz que o Brasil lidera o ranking por que importa mais commodities que consomem água para serem produzidas (como cereais e itens de vestuário) do que exporta.

Segundo o relatório, o Brasil exporta 91 bilhões de m3 de água agrícola virtual por ano e importa 199 bilhões de m3 - o que representa uma importação líquida de 107 bilhões de m3 a cada ano.

Em segundo lugar no ranking do WWF está o México (com importação líquida de 84 bilhões de m3 por ano), seguido de Japão (83 bilhões de m3), China (78 bilhões de m3), Itália (50 bilhões de m3) e Grã-Bretanha (40 bilhões de m3).

Impacto

"Quando um país importa produtos de outros países, é importante ter consciência do impacto gerado sobre os recursos de água nas regiões em que estes produtos foram produzidos", disse Orr à BBC Brasil.

"Por exemplo, uma camisa produzida com algodão cultivado no Paquistão ou no Uzbequistão requer 2,7 mil litros de água numa região que já apresenta sinais de escassez", afirmou.

O especialista do WWF ressaltou a importância de que o Brasil, assim como os demais países, levem em consideração o impacto gerado por suas importações nos recursos de água das nações que exportam os produtos.

"No caso do Brasil, é importante que o governo, as empresas e os consumidores tenham maior consciência deste impacto. É preciso saber onde e em que condições estes produtos são produzidos", disse Orr.

"Se um produto é produzido em uma região ameaçada, há duas alternativas: ou discutir formas de melhorar o gerenciamento local da água, ou mudar de fornecedor. O que não podemos fazer é exportar nossos problemas para outros países e consumir água de regiões ameaçadas", afirmou.

Grã-Bretanha

O relatório de Orr se concentrou na Grã-Bretanha, que é hoje o sexto maior importador de água virtual.

Segundo Orr, cada pessoa na Grã-Bretanha consome nas tarefas diárias uma média de 150 l de água por dia. Este total, porém, chega a 4.645 l de água per capita por dia quando se leva em conta a água "virtual" consumida na produção de alimentos, roupas e outros produtos.

Apenas 38% do total de água consumida na Grã-Bretanha vem de seus próprios rios, lagos e reservas, conforme o WWF.

O restante vem de recursos de vários países, utilizados para irrigar e processar alimentos e fibras que as pessoas consomem na Grã-Bretanha.

"O que nos preocupa particularmente é que enormes quantidades destes produtos são cultivadas em regiões mais secas do mundo, onde os recursos da água ou já estão ameaçados ou muito provavelmente estarão sob ameaça no futuro próximo", diz o relatório.

Para produzir apenas um tomate no Marrocos, segundo o estudo, são necessários 13 l de água. Levados em conta todos os ingredientes, uma xícara de café representa 140 l de água.

"Novo petróleo"

Os especialistas reunidos em Estocolmo falam da água como "o novo petróleo" - um recurso limitado, que já está se esgotando em diversas áreas e que se tornará cada vez mais caro, promovendo um impacto crítico nos preços ao consumidor.

A conferência, organizada pelo Instituto Internacional da Água de Estocolmo (SIWI), tem como tema central este ano o saneamento - "Progresso e perspectivas sobre a água: por um mundo limpo e saudável, com especial atenção ao saneamento".

Segundo os organizadores da conferência, mais de 2,5 bilhões de pessoas ainda sofrem com a falta de acesso a condições básicas de saneamento em todo o mundo.

A cada ano, 1,4 milhão de crianças morrem de doenças relacionadas à falta de saneamento básico.

A ameaça imposta pelas más condições sanitárias é, segundo os organizadores, um dos maiores problemas ambientais da atualidade. BBC Brasil


(de http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid227670,0.htm)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Anitápolis e a exploração de fosfato por 30 anos

Matéria que saiu no Diário Catarinense:

27 de julho de 2008 | N° 8143

Ambiente

Incertezas geram temores

A audiência pública é um dos requisitos legais de um processo de licenciamento ambiental, como o de andamento para instalação da fosfateira. O objetivo é tornar o projeto público, esclarecer dúvidas e coletar sugestões.

Já realizadas em Anitápolis e Lages (onde o superfostafo será armazenado), as audiências, conforme participantes, foram insuficientes para esclarecer os impactos reais do empreendimento no município da Grande Florianópolis.

- Principalmente em relação à água, ficamos sem explicação clara. O rio será desviado? Como serão feitas as barragens? Existe risco e qual seria ele? Será que todas as partículas vão ficar nos filtros? Nada disso ficou bem esclarecido para a população e o rio passa no meio da comunidade - comenta a moradora Ana Maria Batista, professora de Biologia e Ciências da Escola de Educação Básica Altino Flores.

No entanto, conforme o diretor de Licenciamento Ambiental da Fatma, Luiz Antonio Garcia Correa, a audiência pública realizada em Anitápolis cumpriu seu papel.

- Pelo que me recordo da audiênca não houve manifestação pró e contra. Foi uma audiência que chamou a atenção por um nível muito bom. As pessoas têm o direito de saber o que vai acontecer e eles foram com esse espírito, e não de fazer confusão - sustenta Luiz Antonio Correa.

A comunidade a que a professora Ana Maria se refere é a São Paulo dos Pinhais, localizada a sete quilômetros de onde está a mina e próxima a uma das barragens de rejeitos. Ali moram cerca de 30 famílias, talvez as afetadas mais diretamente pelo empreendimento.

- Acredito que deveriam ser feitas reuniões mais localizadas, nas comunidades, de preferência com pessoas que falassem a língua da comunidade. Na audiência, algumas pessoas que vieram de fora, ambientalistas, foram enxotadas - lembra Ana Maria, lembrando a linguagem técnica e distante da maior parte da população utilizada na audiência.

- Ficamos com várias perguntas não respondidas na audiência. Gostaríamos que trouxessem alguém que nos explicasse. Essa barragem de rejeito, que ficará aqui em cima de casa, ela pode romper? E nesse caso, o que aconteceria? - questiona Raquel Back, 35 anos, moradora de São Paulo dos Pinheiros, comunidade vizinha ao empreendimento.

Entidades demonstram preocupações com o futuro

Integrantes da Associação Acolhida na Colônia, que prepara proprietários rurais ecológicos para receberem turistas em suas propriedades, e da Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral também demonstram preocupação.

- Todos na região seriam atingidos. Achamos que faltaram esclarecimentos na audiência. Muita gente aqui vive da agricultura orgânica e teme ser afetado - teme Daniele Lima Gelbecke, agrônoma e técnica da Acolhida na Colônia. n

Mais
O que afirma o empreendedor do Projeto Anitápolis sobre os dejetos
> A usina de concentração de rocha fosfática separa o fosfato de outros minerais, os chamados rejeitos, que são descartados. Esses rejeitos serão armazenados no próprio complexo industrial, com segurança, conforme o empreendedor. Será construída uma barragem denominada Barragem de Rejeitos, para essa finalidade.
> A água que fluir da barragem de rejeitos deverá atender aos padrões de qualidade estabelecidos pela legislação, de modo a não interferir na qualidade das águas dos cursos dágua receptores, no caso o próprio Rio dos Pinheiros e o Rio Braço do Norte.
> Os efluentes líquidos gerados nas unidades industriais serão contidos, tratados e reutilizados. Já as emissões atmosféricas serão captadas e tratadas através de lavadores de gases, e os resíduos retidos no tratamento retornarão como insumos ao processo produtivo, ou vendidos a terceiros.
Fonte: Projeto Anitápolis