segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Lucro, dinheiro: O sistema do mundo... E seus representantes: Bunge e cia ltda.

Para quem nunca refletiu sobre algumas das conseqüências mais dramáticas dos produtos na Bunge sobre a humanidade: Óleo de soja refinado, margarina == obesidade.

Uma pergunta para quem mora na Grécia, Itália, Espanha, Portugal, e de repente convive com quem entende: oliveiras precisam ser adubadas com fosfato?

As monoculturas de soja, sim!

Vejam esta notícia n"O Estadão" e o último comentário, de um defensor do atual estado de coisas (que resposta ele merece?):

Domingo, 20 de Setembro de 2009 | Versão Impressa

Mina vira alvo de protestos em SC

Empreendimento para explorar fosfato obteve aval de órgão de licenciamento, mas moradores são contra atividade

Eduardo Nunomura

Há sete anos, Fernando Monteiro decidiu ir embora para sua Pasárgada, e assim batizou o sítio que escolheu, no meio da mata atlântica de Santa Catarina. Hoje, ele está triste, triste de não ter jeito, com a história da construção de uma mineradora perto de seu quintal. Mas, ao contrário do que imaginava o poeta Manuel Bandeira, Monteiro não é amigo do rei nem da Indústria de Fosfatos Catarinense (IFC), dona do projeto Anitápolis. A IFC quer explorar a maior jazida ainda intacta no País em uma área de 300 hectares, cercada de florestas, rios e pequenas comunidades. Monteiro e outros tantos lutam para barrar a obra.

Duas multinacionais, a Bunge e a Yara Brasil Fertilizantes, formaram a IFC e compraram 1,8 mil hectares na pacata cidade de Anitápolis. Há décadas sabe-se que naquele chão há o minério vital para o agronegócio. É o fósforo, identificado pela letra química P. Com o nitrogênio (N) e o potássio (K), forma o fertilizante NPK. O Brasil importa a maior parte do fósforo, porque é mais barato. Explorar jazidas como a de Anitápolis reduziria a dependência externa.

Monteiro é um paulistano que se refugiou na montanha. Casou-se com Regina Capistrano, mãe de Miguel, de 11 anos, e com ela teve duas filhas, as pequenas Mariana e Ana Clara. Eles compraram 5,5 hectares cortados por dois rios e nove nascentes d"água. Plantaram uma horta e construíram três cabanas para receber hóspedes. A pousada Sítio Pasárgada faz parte de um programa de inspiração francesa, a Acolhida na Colônia, onde turistas experimentam a vida no campo sem televisão, telefone ou internet. "Falo de rios limpos, rãs e matas intactas. As multinacionais dizem que vão preservar, mas a lógica delas é de quem só pensa em produzir", diz ele.

"A IFC não entende que a atividade de mineração seja destrutiva ao meio ambiente", rebate o diretor da empresa, Ademar Fronchetti, que espera obter o aval para as obras até o início de 2010. "Hoje, tanto as operações de mineração quanto os complexos químicos devem ser projetados visando condições de sustentabilidade, gerando riqueza e desenvolvimento, não só para o País, mas principalmente para a região onde está inserida."

AGRICULTURA ECOLÓGICA

O agroturismo é uma atividade referência em Anitápolis e nas cidades vizinhas das encostas da Serra Geral, uma vasta área de vales e montanhas banhada pela Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão. Mais de 30 propriedades aderiram ao Acolhida na Colônia, que gera renda extra aos agricultores, mas exige preservar nascentes e tratar o esgoto. Outra vocação é a agricultura orgânica, praticada por famílias como a Willemann, em Santa Rosa de Lima. Cenouras, beterrabas, brócolis, vagens, pepinos e cebolas são produzidos sem agrotóxicos ou fertilizantes e vendidos a supermercados de São Paulo. "O maior problema é que vão mexer com a água. Ela é tudo para nós", preocupa-se Alexandre Willemann.

Na beira do Rio dos Pinheiros, afluente do Rio Braço do Norte, um dos principais formadores da bacia do Tubarão, os primos Antonio José e Valdenir Coelho identificaram uma grande rocha branca e levaram um especialista para conhecê-la. Descobriu-se que era o carbonatito, proveniente de uma mina de fosfato. Era fim dos anos 1970, quando agricultores das redondezas plantavam batatas e colhiam superbatatas. Havia fosfato demais no solo.

A empresa Adubos Trevo, hoje da Yara Brasil, arrematou o terreno e, com o fantasma da mineração, Anitápolis conheceu o êxodo rural - dos 8 mil habitantes, hoje são 3,3 mil.

Em 1987, quando a Adubos Trevo sondava o terreno, a Organização das Nações Unidas cunhava o termo "desenvolvimento sustentável". Desenvolver e preservar, dois lemas-chaves para o futuro, tem hoje interpretações distintas em Anitápolis. Prefeitura, Estado e União defendem o projeto da IFC. Outros prefeitos, ambientalistas e o Ministério Público são contra.

Por ano, a mina da IFC deve produzir 1,8 milhão de toneladas de fosfato, 500 mil toneladas de super fosfato simples, 200 mil toneladas de ácido sulfúrico (usado na mineração) e descartado 1,2 milhão de toneladas de material estéril. A área de lavra virará uma cratera a céu aberto e terá vida útil de 33 anos. A produção usará a água captada no Rio dos Pinheiros.

A previsão é de gerar 1,5 mil empregos na obra que durará três anos e 450 para a operação. Na região, não há trabalhadores especializados. A IFC vem pagando cursos de capacitação pelo Senai. "A mineradora atrairá outras empresas que gerarão empregos", diz o prefeito de Anitápolis, Saulo Weiss. Se o projeto vingar, a cidade verá o orçamento passar de R$ 4 milhões para R$ 6,5 milhões. O Estado e a União arrecadarão outros R$ 7,5 milhões em tributos.

TRANSPORTE DE CARGAS

Os prefeitos Evanísio Uliano, de Braço do Norte, e Celso Heidemann, de Santa Rosa de Lima, afirmam que só souberam do empreendimento após o aval do órgão de licenciamento estadual. "Há uma população em pânico. É preciso mais audiências e uma consultoria independente que ateste a segurança da obra", diz Uliano.

O transporte das cargas, desde o enxofre para a mineração que virá importado pelo Porto de Imbituba até o destino final do fosfato em Lages, ocorrerá pelas rodovias BR-101, BR-282 e SC-407. A partir de Lages, o produto será escoado por ferrovia. O prefeito de Rancho Queimado, Evanísio Leandro, teme pelo vaivém de caminhões, que passam, em média, a cada dez minutos. Sua cidade possui mais de 30 condomínios com casas de fim de semana para moradores de Florianópolis.

Exploracao toxica

Dom, 20/09/09 20:58 , monicakoe@estadao.com.br

O assunto eh muito mais serio do que parece.Uma das regioes mais belas e intocadas do pais recebera uma "serra pelada", com um desmatamento inicial de 500 ha. de mata atlantica.Mais de cem caminhoes gigantescos abertos carregados de enxofre irao por uma estradinha de serra, cortando cidades que provaram que o fosfato nao e necessario para a producao agricola. O ecoturismo, que mantem a populacao fixada nas cidades locais, sera prejudicado, o que trara desemprego.A mina a ceu aberto tem como subproduto o acido sulfurico.Alem da chuva acida, o terreno eh sujeito a desmoronamentos, ainda mais desmatado.O dejeto ira para a agua que abastece 3 rios. A empresa nao tera que reflorestar ou dar destino ao lama toxica ao acabar a concessao, que permite minerar qualquer minerio que la for encontrado(fala-se em uranio). Num local onde nao ha favelas e a qualidade de vida eh invejavel,a populacao nao foi consultada, foi tudo feito por debaixo dos panos.O fosfato pode ser obtido se outras fontes, como eh feito na Europa.

ROMANTISMO EGOISTA

Dom, 20/09/09 18:47 , abraaobastos@estadao.com.br

ESTE SITIANTE É IGUAL AOS ECOLOGISTAS QUE IMPEDEM A DRENAGEM DE UM PÂNTANO POR CAUSA DE UM NINHO DE PASSARINHO, MAS DEIXAM CRIANÇAS VIVEREM NA LAMA. OU OUTROS QUE IMPEDEM UMA ESTRADA POR CAUSA DA FAUNA , MAS DEIXAM FAMILIAS ISOLADAS. O BRASIL PRECISA DO FÓSFORO. É QUASTÃO DE SEGURANÇA ALIMENTAR. SUGIRO QUE ESTE INCOMODADO VÁ VIVER NO MEIO DE UMA RESERVA ECOLÓGICA, ELE NÃO SERÁ INCOMODADO POR NINGUEM, SÓ INCOMODA ELE PRÓPRIO A ECOLOGIA.



(de http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090920/not_imp438002,0.php)

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