quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Onde buscar o fósforo para adubação? Nos esgotos das cidades!

A matéria orgânica dos esgotos das cidades é rica em fósforo. Os esgotos são um problema. Precisam ser tratados antes de se lançar ao mar ou nos rios. As estações de tratamento atualmente apenas oxidam a matéria orgânica (decomposição aeróbica), liberando muito nitrogênio no ar. O Nitrogênio é outro elemento dos adubos atualmente utilizados na agricultura (NPK = Nitrogênio, Fósforo, Potássio).

Os esgotos e o lixo orgânico das cidades podem ser utilizados em biodigestores. Estes, durante a decomposição anaeróbica, FIXAM o nitrogênio em lugar de libera-lo. Além disso as bactérias anaeróbicas geram o METANO, um gás que pode ser utilizado como combustível. Este gás é muitas vezes gerado nos LIXÕES e é um dos responsáveis pela destruição da camada de OZÔNIO (O3).

Vejam artigo da Folha de São Paulo abaixo:

08/09/2009 - 09h12

Pesquisa da USP aprova uso de esgoto tratado como adubo

REINALDO JOSÉ LOPES
da Folha de S.Paulo

Irrigar plantações com esgoto tratado não só é perfeitamente seguro para vegetais e seus consumidores humanos como faz lavouras de cana, milho e tifton (gramínea usada em pastagens e para produzir feno) produzirem 30% mais.

Os resultados são de uma parceria entre a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e pesquisadores da USP de Piracicaba, que testaram o uso dos efluentes das estações de tratamento em plantações experimentais numa área de sete hectares do município de Lins, a 446 km da capital paulista.

"O aumento na produtividade se deve à própria água e aos nutrientes contidos nela, como nitrogênio e fósforo", explica Célia Regina Montes, especialista em mineralogia de solos da USP. Esses dois nutrientes são justamente os mais comuns no que sobra do tratamento do esgoto doméstico, rico em matéria orgânica, diz Luiz Paulo de Almeida Neto, superintendente da Unidade de Negócio Baixo Tietê e Grande da Sabesp.

Almeida Neto explica que as estações de tratamento mais comuns no interior paulista removem cerca de 85% da carga orgânica do esgoto. "O ideal é que os 15% que sobram voltem para o solo, até porque esses nutrientes originalmente vieram do solo por meio dos produtos de origem vegetal e animal que nós consumimos", diz.

Menos adubo

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As vantagens para os agricultores seriam consideráveis. Primeiro, eles não precisariam pagar pelo nitrogênio e fósforo dos adubos industriais --só pelo potássio, que normalmente forma uma tríade com os outros dois elementos. "Além disso, a carga orgânica também melhora a estrutura do solo e diminui a erosão", afirma ele.

Os bons resultados obtidos em Lins são similares aos que se vê em países com pouca chuva e interesse em reaproveitar o máximo de água, como Israel, Egito e Austrália, diz Montes. "No Brasil, essa técnica ainda não é utilizada pelo fato de não existir, até agora, uma legislação específica sobre o assunto", explica a pesquisadora da USP.

A ideia é que os estudos sejam utilizados como base para regulamentar a prática no Brasil. Para Montes, desde que a irrigação seja bem planejada, não há risco de contaminar o lençol freático ou os rios. "Temos muitos agricultores interessados na ideia", diz Almeida Neto.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u620734.shtml)

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