quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Porque não uma campanha para recuperar a mata ciliar em Anitápolis e outros municípios da serra catarinense?

Porque não uma campanha para recuperar a mata ciliar em Anitápolis e outros municípios da serra catarinense?


CAMPANHA PARA RECUPERAR MATA CILIAR NO VALE DO RIBEIRA É LANÇADA EM SP E NO PARANÁ

Campanha lançada este final de semana na cidade paulista de Registro pretende mobilizar 33 municípios do Paraná e de São Paulo para a implementação de ações voltadas à recuperação de matas ciliares do Vale do Ribeira, situado entre os dois estados. Chamada Cílios do Ribeira, a iniciativa é coordenada pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pelo Instituto Ambiental Vidágua. Segundo o coordenador do ISA Nilto Patto, o Vale do Ribeira abriga a maior extensão contínua da Mata Atlântica no Brasil. Dos 100 mil quilômetros quadrados da vegetação remanescente no país, 23% situam-se na Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape. O vale tem uma cobertura de 80% de Mata Atlântica, segundo o coordenador. Mas nas últimas décadas tem sofrido com o desmatamento de matas ciliares, que ficam nas beiras dos rios e protegem o solo, a água e a biodiversidade. Patto diz que cerca de 60% das matas ciliares, consideradas áreas de proteção permanente no Vale do Ribeira, foram extraídas nos “últimos vinte, trinta anos”. Inicialmente, o objetivo da campanha é recuperar, em um ano e meio, 120 hectares de matas ciliares. A idéia, de acordo com Patto, é que em cada município governo e sociedade civil se comprometam a recuperar pelo menos 3,6 hectares. Segundo ele, a devastação da mata ciliar traz danos ambientais, como assoreamento do rio e diminuição da biodiversidade. “Também tem o impacto social, à medida que milhares de famílias de pescadores têm a pesca como fonte de alimentação e renda”. Ações de recuperação das matas ciliares envolvem tanto o replantio em áreas devastadas como o isolamento de vegetações preservadas. O primeiro município a aderir à campanha foi Ilha Comprida (SP). “Os 3,6 hectares destinados a Ilha Comprida (SP), graças a um acordo com a prefeitura e outros atores locais que estão participando da campanha, se transformaram em 18 hectares”. Patto calcula que, se os demais municípios seguirem o exemplo de Ilha Comprida, será possível recuperar em torno de 600 hectares. As entidades que estão à frente da campanha vão destinar R$ 2,5 mil para a recuperação de cada hectare. “O município entra com mais recursos e aí vamos ampliando esses hectares recuperados”, afirma o coordenador, ao acrescentar que os projetos também terão recursos para ações na área de mobilização social. No estado de São Paulo, 10,5 mil hectares de matas ciliares precisam ser recuperados. De acordo com Patto, o levantamento referente ao Paraná ainda não está pronto. “Mas, a olho nu, a gente sabe que a situação das matas ciliares no Paraná é pior que a situação do Vale do Ribeira, em São Paulo”. O coordenador destaca, ainda, que a campanha tem caráter contínuo. "Ela é permanente, porque extrair a mata é rápido, mas para recuperá-la são anos, por isso estamos trabalhando num processo contínuo”. Por Juliana Andrade/ABr.

Nenhum comentário: