quinta-feira, 10 de julho de 2008

Florianópolis - um grande lixão...

Quando vim morar em Florianópolis, me encantei! Era a cidade que foi a minha (Santos - SP) há 50 anos. Isto foi no fim da década de 1970... As pessoas se cumprimentavam na rua.

Fui morar na Lagoa da Conceição. Meu endereço era "Praça da Igreja da Lagoa da Conceição sem número". Eu morava na casa do Luiz Vicente Vieira, que tinha pertencido ao "seo" João Sobrinho e em cuja sala se realizavam os bailes de antigamente...

"Seo" Inacinho era o dono do engenho de farinha. Dona Ruth Andrino me ajudou, me contratando para fazer reparos na instalação elétrica de sua casa...

Pouco tempo depois comprei um terreno e fui morar na Costa da Lagoa. Me encantei com a Costa! E me propus a fazer alguma coisa para preservar a região.

Hoje vejo no que se transformou Floripa, e sinto desilusão... O Parque Florestal do rio Vermelho, que era "propriedade comum" do povo da Costa, virou lixão!

Vejam só:

Lixão em Reserva Florestal de Florianópolis

aldo mira soares de oliveira | aldo.mira@uol.com.br

Há mais ou menos um ano, recebi visitas de amigos em minha casa, aqui em Florianópolis, e, como sempre fazemos, fomos levá-los para conhecer a Ilha.

Resolvi levá-los para a Praia de Moçambique, e no caminho fui dizendo, com orgulho, que se tratava de uma praia quase selvagem, muito preservada, sem lixo etc...

Seguíamos naquela estrada que vai do Rio Vermelho à Barra da Lagoa e, em certa altura, logo após a entrada da estrada que leva ao terminal lacustre, entramos à esquerda em uma estradinha que existe ali, e que segue em direção ao mar.

Quando entramos nessa estrada, imediatamente, começamos a avistar montes e mais montes de lixos à beira da estrada, tudo muito nojento com mosquitos e muito mal cheiro. Havia desde cachorro morto até pedaços de televisores, móveis etc.

Foi um impacto fulminante.

Imediatamente, todos olharam para mim com aquela cara: "É isso que você chama de preservação, praia quase selvagem, local limpo? Que vergonha, que vergonha!

Não sabia onde esconder o rosto. Foi terrível, muito decepcionante, fiquei arrasado e sem graça. Voltamos imediatamente para a estrada principal e fomos para outros locais. Mas a primeira impressão é a que fica, e ficou mesmo.

Daquele momento em diante nenhum local pode mais ser visto com beleza, sempre imaginávamos o que estaria por trás dos matos, das pedras etc. Chegando em casa, liguei imediatamente para a empresa de coleta de lixo relatando o ocorrido, pedi que fossem ao local e, se possível, retirassem aquele lixo. Nunca mais levei amigos para aqueles lados e nunca mais passei por lá.

Domingo passado, entretanto, resolvi fazer um passeio de bicicleta com meu filho e, passando pelo local, resolvi entrar na referida estrada para ver como estava. Para minha surpresa, a situação está ainda pior, mais nojenta, mais imunda, mais lamentável, mais revoltante. Não ligarei mais para a empresa que retira lixos, como fiz da outra vez, perdi a vontade de participar, de denunciar para os órgãos públicos diretamente. Eles não ligam para a gente.

Resolvi denunciar via jornal porque acho que assim algo poderá mudar. Sempre denunciei os problemas que vejo na nossa cidade, mas estou perdendo as esperanças, perdendo a vontade de contribuir, de ser participativo, como sempre pedem que sejamos.

(de http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/home.jsp?uf=2&local=18&section=Leitor-Rep%F3rter&secao=detalhe&localizador=Diario+Catarinense/Diario+Catarinense/Leitor-Reporter/2287)

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