sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Tristeza ver os rios de Anitápolis servirem de esgoto...

Estive em Morretes e o rio é posto na vitrine da cidade! Os restaurantes têm janelões virados para o rio! Uma das praças da cidade, diferentemente da de Anitápolis, fica ao lado do rio. O povo fica sentado olhando as crianças nadarem! É uma atração turistica.
Já em Anitápolis a população vira as costas para o rio do Povoamento! As casas dão fundos para o rio. Mesmo construções em andamento não têm sequer uma janela para o rio! Porque este desprezo? Porque jogam esgoto no rio? Falta de consciência explica isso?
Além disso vejo nos remansos as embalagens PET e os sacos plásticos se acumulando! Triste! A propósito de sacos plásticos, vejam o que aconteceu na China:
(de ValorOnLine - http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/285/empresasetecnologia/empresas/China+proibe+sacola+de+plastico+fininha,08111,,51,4725419.html)
China proíbe sacola de plástico fininha
Christopher Bodden
11/01/2008


Numa declaração de Guerra à "poluição branca" que está sufocando suas cidades, propriedades rurais e cursos d'água, a China decidiu banir as sacolas de compra de plástico e trazer de volta os velhos sacos de pano - medidas que foram muito bem recebidas por lojistas e consumidores nesta semana.


A decisão elimina as sacolas fininhas e força os comerciantes a mudarem para outra opção, tornando a China a mais nova nação a se voltar contra os sacos plásticos, numa tentativa de eliminar o desperdício e conservar recursos.


Os moradores de Pequim parecem ter recebido a decisão facilmente, num reflexo do aumento da consciência ambiental e da preocupação com a disparada dos preços do petróleo. "Se pudermos reduzir o desperdício e poupar recursos, isso será bom para nós e para o mundo todo", disse Xu Lixian, um universitário que comprava tangerinas em uma banca de rua.


A proibição passa a valer em 1º de junho, dois meses antes do início das Olimpíadas. Em preparação para os jogos, a cidade vem demolindo bairros deteriorados e se esforçando para reduzir a poluição do ar. As Olimpíadas deram um ímpeto a uma série de políticas e projetos, o que aumenta as chances de implementação da proibição dos sacos plásticos.


Sob as novas regras, as empresas ficarão proibidas de fabricar, vender ou usar sacos plásticos de espessura inferior a 0,025 milímetro, segundo a ordem emitida pelo Conselho de Estado, o gabinete do governo chinês. As ordens do conselho constituem o mais alto nível de regulamentação administrativa e suas implementações são cuidadosamente monitoradas.


O uso dos sacos plásticos de maior durabilidade continuará sendo permitido por supermercados e lojas. A decisão, que data de 31 de dezembro e colocada em um site do governo na terça-feira, exige "um retorno aos sacos de pano e cestas de compra para reduzir o uso dos sacos plásticos". Ela também exorta os coletores de lixo a aumentarem seus esforços de reciclagem para reduzir a quantidade de sacos queimados ou enterrados. Autoridades financeiras foram orientadas a considerar medidas fiscais para desencorajar a produção e venda de sacos plásticos.


Internacionalmente, legislações para desencorajar o uso de sacos plásticos vêm sendo aprovadas em partes da África do Sul, Irlanda e Taiwan. Nesses países, as autoridades taxam consumidores que usam sacos plásticos ou taxam as companhias que os distribuem. Bangladesh já proibiu os sacos plásticos, assim como pelo menos 30 vilarejos remotos do Alasca.


No ano passado, San Francisco se tornou a primeira cidade dos Estados Unidos a proibir os sacos plásticos produzidos com derivados de petróleo nos grandes supermercados. Na França, as redes de supermercados vêm evitando usar sacos plásticos e na Alemanha eles precisam pagar uma taxa de reciclagem para usá-los. Há informações de que a sobretaxa imposta pela Irlanda aos sacos plásticos em 2003 conseguiu reduzir bastante a demanda por eles.


O idoso proprietário de uma loja que vende roupas e produtos de mercearia, que forneceu apenas seu sobrenome, Wang, disse que a decisão do governo chinês poderá reduzir inicialmente as vendas, mas que no longo prazo será benéfica. "É um aborrecimento, mas esses sacos realmente provocam muita poluição, de modo que isso deverá ser uma coisa boa", disse Wang. Ele afirmou que a medida vai fazer pouca diferença para seus custos, uma vez que ele gasta apenas 10 yuan (US$ 1,35) por mês com os sacos plásticos.


Xu Lixian, o universitário, disse que a iniciativa mostra que a China fala sério quando afirma que vai se juntar aos esforços globais para conter a deterioração do meio ambiente. "Eu acho que isso mostra que a China está sendo um país responsável", disse o estudante de 21 anos.


Funcionários de grandes supermercados e lojas de conveniência disseram estar meio confusos com a medida e não sabem como será a resposta de seus empregadores.


A nova regra é baixada no momento em que o governo chinês acelera os esforços para combater a poluição que vem acompanhando o forte crescimento da economia do país. Empresas que fabricam produtos de baixo custo para os consumidores mundiais vêm poluindo gravemente o ar e a água. A decisão do governo vem na seqüência de uma campanha de anos contra os resíduos plásticos, ou "poluição branca", que inicialmente foi voltada às caixas de espuma plástica usadas para colocar lanches - podiam ser vistas jogadas por todos os cantos na China.


Os comerciantes começaram a distribuir sacos plásticos finos e baratos para os clientes há cerca de 15 anos, mais ou menos na época em que a China deixou de ser um exportador líquido de petróleo para se transformar em um importador líquido. Nos últimos anos, grandes supermercados aos estilos ocidental ou japonês começaram a superar os mercados tradicionais, eliminando a necessidade dos consumidores levarem suas próprias cestas.


"Nosso país consome uma enorme quantidade de sacos plásticos todos os anos", disse o Conselho de Estado em um comunicado. "Embora os sacos plásticos sejam convenientes para os consumidores, eles têm provocado um grave desperdício de energia e recursos, provocando poluição ambiental por causa de seu uso excessivo, da reciclagem inadequada e outros motivos", explicou o governo.


Nas compras, os sacos plásticos são fornecidos até mesmo para os itens bem pequenos, embora o comunicado não tenha fornecido estimativas relativas ao número específico de sacos consumidos na China ou as economias potenciais em termos de petróleo usado na produção deles.


Jennifer Turner, diretora do Fórum Ambiental da China no Woodrow Wilson Center de Washington, diz que o volume de lixo sólido produzido pela China se encontra num "nível de crise". "Seus aterros sanitários estão chegando à capacidade máxima e estarão cheios em 13 anos", disse ela. Uma proibição como essa, em sua opinião, poderá ser uma maneira importante de educar a população sobre os problemas ambientais enfrentados pela China.


Nos Estados Unidos, cuja população é menos de um quarto a da China, com 1,3 bilhão de habitantes, a revista "Sierra", do Sierra Club, estima que quase 100 bilhões de sacos plásticos são jogados fora a cada ano. O Sierra Club estima que se cada um dos 8 milhões de habitantes da cidade de Nova York usasse um saco plástico a menos por ano, o desperdício seria reduzido em cerca de 100 mil kg.


Na quarta-feira, o Conselho Municipal da Nova York aprovou uma proposta de lei exigindo que as grandes lojas disponibilizem recipientes para sacos plásticos para reciclagem. As lojas também terão de usar sacos com as inscrições: "Por favor, devolva este saco em uma das lojas que estão participando da reciclagem". O prefeito Michael Bloomberg apóia a medida e deverá sancioná-la.


A decisão da China foi bem recebida pelas organizações ambientais, inclusive o Greenpeace, que emitiu um comunicado elogiando a proibição. "O anúncio do Conselho de Estado de proibir a circulação livre dos sacos plásticos é um caso perfeito para combinar as duas maiores forças da proteção ambiental: a participação do público e as diretrizes políticas governamentais", disse o Greenpeace.


Christopher Flavin, presidente do Worldwatch Institute, uma organização de pesquisas independente de Washington, disse que "a China está à frente dos EUA com essa política".


"Eles já tiveram problemas para garantir o cumprimento de programas no passado, mas este é fácil de ser cumprido porque precisa ser implementado no âmbito do varejo", disse Flavin. "Ele não será 100% no primeiro dia, mas no geral, se você voltar daqui um ano vai descobrir que ele está sendo implementado e fiscalizado."


(Tradução de Mario Zamarian)

Um comentário:

Anônimo disse...
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